Eu começo retirando toda a comida envenenada.
Ao retirar os alimentos, uma onda de melancolia surge diante do desperdício evidente.Em seguida limpo a mesa, o chão as cadeiras.
Um banho de água e sabão por todos os lados que me deixa exausta por ter que esfregar tudo com sabão.Logo depois, vou ao quarto de Teresa e começo a observar as roupas e objetos pessoais. Não toco em nada; não preciso fazer isso hoje. No entanto, noto um detalhe: em sua caixinha de música, está um pingente que pertenceu à minha mãe. Até nisso tentaram roubar minhas memórias. Pego de volta imediatamente.
Decidida, vou à horta, inegavelmente mais bem cuidada, já que a fazenda tinha mais pessoas. Começo a colher cenouras, favas, pimentões, tomates, milhos, alfaces, batatas e tudo o que é necessário para reabastecer a cozinha. Vou ao galinheiro e pego ovos. Então, uma ideia surge em minha mente. Decido pegar duas galinha e as carrego pelos pés até a porta da senzala.
O sol está em seu ápice às três da tarde quando encontro Red sentado à porta. Ele está de olhos arregalados e totalmente imóvel.
Ao cutucá-lo, ele me encara com um brilho assustador, um vermelho intenso percorre sua íris. Apesar do medo, ergo a galinha.
_Pra você._Para que serve isso?
De maneira fria, ele expressa._É só um lanche um pedido de desculpas por ter abandonado você para trás no outro dia.
Ele pega a galinha.
E a observa com pouca animação.
_ Desculpar-se é desnecessário. Cada um faz o que quer; a preocupação principal deve ser a própria sobrevivênciaEngulo seco.
Esse cara é esquisito.
_Red obrigado por ajudar com a limpeza. Onde você jogou os corpos?
_Eu comi.Ao pronunciar tais palavras com indiferença, meu choque me deixa imóvel, apenas encarando.
_Marcelo me alertou sobre não dizer tais coisas a vocês humanos pois são apegados a sua própria espécie contudo não faz sentido desperdiçar comida.Eu concordo embora me julgue internamente por concordar.
Sinto o sangue do meu rosto fugir quando escuto um lamento de dentro da senzala.
_Eliza...
Eu me lembro do pedido de Marcelo e caminho para longe para Longe de Jorge._Ah, minha querida, se apenas pudesse sentir o lamento profundo que se abrir em seu peito depois que eu for arrancado de você . Você estaria condenando a si mesma a uma solidão que conhece tão bem.
Congelo meus passos.
Sinto meu coração se agitar ao ter a coleira invisível sendo puxada.
_ Sem mim, você retornará à solidão, àquela vida vazia que você tentava esquecer. Vale mesmo a pena?Meus batimentos ficam agitados.
_Se decidir nos matar, estará aprisionada com essas feras selvagens. Quanto tempo conseguirá mantê-las sob rédea curta?
Minha boca seca, meu estômago se agitando.
_Considere a hipótese de perder a proteção da vacina e ser obrigada a confrontar essas criaturas. Você está psicologicamente preparada para essa eventualidade?Para matá-los? Eliza pense bem, ainda dá tempo de me tirar daqui e retornar para nossa história...
O tremor me domina, as palavras de Marcelo sobre a palavra de segurança ecoam incessantemente em minha mente "possivelmente ele sabe de algo será que está voltando a ser uma fera sem consciência?".
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Refúgio Brutal
Losowe"Minha história não se encaixa no molde dos romances convencionais. Na verdade, duvido se posso chamá-la de romance de todo. Os romances geralmente se concentram em jornadas de aprendizado e crescimento interior, mas a minha é uma história de pura s...