Capítulo 23

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CECI'S POV

- Ceci – eu ouvi a voz da Martha chamar meu nome bem de longe – Ceci, pequena, vamos acordar?

- Não quero.

- Ceci, você vai perder a hora da escola.

- Eu não quero ir.

- Ah mas você vai sim, mocinha. Vamos, pode ir levantando.

Eu me virei na cama e estiquei meus braços e minhas pernas, eu cocei meus olhos com as costas das minhas mãos, quando eu os abri estava tudo embaçado, aí eu estiquei meu braço até alcançar meus óculos e colocar eles no meu rosto. Vi Martha indo até a janela, perto da cama do Fetuccine que já estava acordado, e abrindo a cortina de uma vez e a claridade fez meus olhos arderem.

- Ai Martha – cobri meu rosto com a coberta.

- Vamos, levantando, um...dois...três e banho – ela falou batendo palminhas.

- Cadê a minha mãe?

- Sua mãe já foi para o trabalho.

- Mas ela não vai me deixar na escola? – Sentei na cama porque fui obrigada.

- Não, hoje eu vou deixar e buscar você na escola.

- Mas e minha mãe?

- Hoje ela vai chegar perto da hora de você dormir, porque a gravação vai até tarde.

- Ela não vai jantar comigo?

- Hoje não, meu amor. Mas ela deixou você escolher o que quiser para o jantar.

- Pode ser macarrão com almondega? – Eu falei sorrindo.

- Pode, pode ser macarrão com almondega.

- Martha, posso fazer uma pergunta?

- Claro que pode, meu amor – ela sentou ao meu lado na beira cama.

- Você acha que a mamãe só voltou a trabalhar para fugir das responsabilidades dela?

- O que? – Martha perguntou juntando as sobrancelhas e ela parecia bem irritada – de onde você tirou um absurdo desse, Cecilia?

Eu não disse que ela estava irritada?

- A vovó Eleonora quem falou – dei de ombros – ela queria que eu fosse para a Itália, mas a mamãe falou que não podia me levar porque estava trabalhando e a vovó ficou brava e me falou isso. Ela disse que a mamãe não precisava trabalhar e que ela podia cuidar só de mim.

- Meu amor, não ligue para o que a sua avó fala, por favor. A questão não é precisar ou não trabalhar, a sua mãe ama o que faz, faz bem para ela, você não acha que ela está mais feliz desde que passou no teste?

- Acho que sim – concordei, mas dei de ombros – não sei.

- A sua mãe precisa conhecer novos amigos, sair, trabalhar, até... sei lá... se apaixonar de novo...

- Não, isso não – falei séria para ela.

- Por que não? – Martha perguntou e Fetuccine bocejou, fazendo um barulho engraçado, mas eu não ri.

- Porque eu não quero.

- E se a pessoa for legal?

Eu gostava do Sr. Parker, ele era legal, eu pensei que ele poderia namorar a minha mãe, o jeito que ele falava comigo lembrava o jeito do meu pai, mas ele não era o meu pai, e eu ia ter que dividir a minha mãe, então eu não quero mais que ele namore a minha mãe.

TEN YEARS AFTER YOU  (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora