Capítulo 70

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Cheguei!

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EMMA'S POV

Cecilia levou a minha paciência ao limite ontem a noite, acho que nunca ela me tirou do sério daquela forma. Eu não acreditei quando li a mensagem da Jenna, corri para o quarto da minha filha, porque era óbvio que aquilo era uma piada de extremo mau gosto, mas quando abri a porta Fetuccine me olhou com aquela cara de desespero como se dissesse "eu não tenho nada a ver com isso, mamãe" e eu fiquei furiosa. Se essa é a amostra grátis da adolescência, eu não quero nem pensar em como vai ser o pacote completo, mas... por sorte ela estava lá e soube mediar tudo, ela sempre fez muito bem o papel de razão da relação.

Eu era emoção, sempre fui a emoção. Eu explodo no trânsito, fico emburrada, com raiva, na verdade eu choro de raiva, de ódio, ajo sem pensar no calor da emoção, sinto meu coração palpitar e minhas mãos suarem, ela não. Jenna não é assim, Jenna é a razão, Jenna sabe a hora de falar e o que falar, ela age daquela forma plena como a verdadeira dona da situação e como se tivesse o controle de tudo mesmo que não tivesse.

Quando voltei da casa da Jenna, eu me joguei na cama e tentei desligar meu cérebro para que eu tivesse uma noite de sono minimamente digna, mas a cama estava vazia demais, a chuva lá fora estava forte demais e eu odiei estar sozinha. No dia seguinte, quando acordei a casa estava silenciosa demais, ninguém me abraçou ou me beijou, ninguém invadiu meu quarto e se enfiou debaixo das cobertas e se aninhou ao meu corpo como um gatinho manhoso. A verdade é que eu sentia falta das minhas meninas.

- Você é uma grande babaca, Emma – falei esfregando as mãos no meu rosto.

Me forcei a levantar da cama e acordar, fiz um café preto. Café não era a minha bebida favorita, mas naquele momento eu não estava me amando tanto assim para querer me agradar.

Jenna não chegava com Cecilia, e eu só queria que elas chegassem para deixar minha filha de volta. Já era início de tarde quando escutei o portão da garagem abrir, corri até a entrada principal e abri a porta.

- Pronto, tô de volta – Ceci falou emburrada e passou por mim como uma bala.

- Cecilia, volta aqui e fala com a sua mãe direito - Jenna falou se aproximando.

Olhei em direção a escada e acompanhei Ceci subindo a escada sem falar nada.

- O que houve? – Perguntei assim que ela bate a porta do quarto.

- Queria ir para a reunião com o Enrique comigo e eu disse que ela tinha que vir para casa.

- Ah... – abracei me corpo e comprimi meus lábios para o lado – acho que ela deixa bem claro com quem ela gosta de estar.

Jenna olhou em meus olhos, apoiando o peso do corpo em uma só perna e rolou os olhos.

- Não começa – ela falou e respirou fundo – preciso pegar umas joias minhas que estão no closet para experimentar com o figurino do Enrique. Posso pegar?

- Claro – dei de ombros – são suas.

Jenna olhou em meus olhos e balançou a cabeça negativamente antes de passar por mim e subir em direção do meu quarto, quer dizer... nosso quarto, não, nosso, ele ainda é o nosso quarto, ela só me pediu um tempo, ela não foi embora daqui.

Fui até a cozinha beber água e tentar me acalmar, só depois fui até o nosso quarto, e fiquei surpresa ao ouvir sua voz.

- Não, mas eu estou precisando espairecer. Vai ser bom encontrar você – ouvi sua voz e franzi o cenho. Com quem ela está falando? – Own... eu também estou morrendo de saudades. Eu tenho uma reunião com o Enrique, mas a noite você poderia ir lá para casa, a gente bebe alguma coisa e conversa – ela falava com uma voz doce e eu odiei ouvir aquilo – sim, sim – ela riu – esse ainda é meu vinho favorito sim. Eu confirmo para você o horário. Beijo, também te amo. Até mais.

TEN YEARS AFTER YOU  (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora