Capítulo 69

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Post novinho saindo do forno :D

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JENNA'S POV

Eu estava tentando dormir, mas não conseguia, minha cabeça estava a mil e parecia que iria explodir a qualquer momento. Puxei um dos travesseiros vazios e o abracei, fechei os olhos sentindo falta dela, sentindo a cama vazia demais.

- Merda – chutei o travesseiro para longe e limpei as lágrimas grossas que escorriam em meu rosto.

Virei meu corpo na cama e coloquei as mãos no meu rosto, respirei fundo, mas o vazio no meu peito parecia crescer ainda mais. A chuva caía cada vez mais grossa lá fora, lavando os vidros da janela e os trovões sobressaíam os meus soluços.

Ouvi uma campainha distante, a porta do meu quarto estava fechada e o barulho da chuva me fizeram crer que era coisa da minha cabeça. Ouvi novamente e agora eu tenho certeza do que ouvi, mas acho que eu não quis acreditar, fiquei parada controlando minha respiração, como se o ar entrando e saindo dos meus pulmões me impedisse de algo, e a campainha soou mais uma vez. Dei um pulo da cama e corri para o andar de baixo, desci as escadas o mais rápido que pude, olhei os monitores na cozinha e não reconheci a figura que aparecia de costas para a câmera de segurança. Quem é a criatura que se enfia de baixo de uma chuva como essa para ir até a casa de alguém? A figura virou para a câmera e meu coração parou quando meu cérebro processou a imagem que aparecia na tela.

- Pelo amor de Deus, é a minha filha!

Saí correndo da cozinha em direção a porta da casa, puxei o guarda-chuva no porta guarda-chuva ao lado da entrada, abri e me enfiei na chuva. Um trovão soou alto assim que cheguei ao portão e eu senti meu coração ir parar na garganta.

- MANHÊ!!! – Escutei sua voz desesperada e chorosa.

- Calma, eu estou aqui, já estou abrindo o portão, calma.

Virei a chave e assim que abri o portão principal Cecilia entrou e abraçou minha cintura com força, me fazendo da um passo para trás por causa do impacto.

- Meu Deus, filha – Abracei seu corpo só com um braço e a apertei contra mim, enquanto eu segurava o guarda-chuva preto, sem me importar que Cecilia me deixava completamente ensopada – vem, meu amor. Vamos entrar.

- Minha bicicleta – Ceci falou apontando para o lado de fora.

Olhei para a rua e só então vi a bicicleta parada em pé, se equilibrando com a ajuda do descanso.

- Pega a bicicleta, vamos.

Ceci me soltou e foi para a chuva novamente, assim que voltou empurrando a bicicleta eu tentei protege-la com o guarda-chuva, certeza que amanhã esse nariz vai amanhecer escorrendo e a garganta inflamada. Cecilia largou a bicicleta na varanda e nós duas entramos em casa.

- Sua mãe sabe que você está aqui? – Perguntei já sabendo a resposta, enquanto ajudava a minha filha a se livrar da capa de chuva que não foi o suficiente para impedi-la de ficar enxarcada.

- Não – ela respondeu baixinho.

- Cecilia, pelo amor de Deus – olhei para ela brava.

Coloquei as mãos nas minhas têmporas, massageando a região. Emma iria comer meu cu com areia.

- Desculpa – ela falou baixinho, abraçando o próprio corpo e eu vi seus braços arrepiarem de frio e seu queixo tremer

- Meu amor, por que você fez isso?

- Porque eu queria você.

- E por que você não me ligou?

Cecilia olhou para mim por um instante, como se uma pecinha tivesse encaixado em seu cérebro e piscou algumas vezes.

TEN YEARS AFTER YOU  (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora