25_ Gosto de você pra caramba

22.5K 2.3K 939
                                    

Se estar apaixonada por Carson me fazia sentir voar, beija-loe fazia sair de mim. Eu admito, já beijei muitos caras durante minha vida. Não namorei muito, mas já tive minha fase adolescente sem noção que fica com vários e depois se arrepende.

Durante toda a minha vida, beijo algum me causou aquilo. Beijo algum me fez sentir que minha alma poderia sair do corpo e que me coração poderia explodir de tão cheio.

O beijo durou mais do que posso contar. Suas mãos tocaram minha cintura, minhas costas, me puxaram mais para ele e sua boca explorou a minha de maneiras que eu não sabia que era possível.

Nossa posição mudou. Ele me puxou para ele e se deitou. Meu corpo caiu sobre o seu, com meus joelhos na cama ao seu redor. Não interrompemos o beijo. Minha impressão era que Carson se segurou até agora e já não conseguia desgrudar a boca da minha. Não me incomodei, eu também não queria.

Acabamos nos separando para respirar e meus olhos encararam os dele. Ele estava com um sorriso tão atraente no rosto que quis beija-lo novamente.

ㅡ Você me enlouquece... ㅡ Sussurrou. ㅡ Imaginei como seria beijar você todos os dias desde a vez que ficamos trancados na dispensa. ㅡ Suas palavras mal saiam, ele estava sem fôlego. Eu também estava.

ㅡ Pensei que eu tivesse te enlouquecido no sentido de você não aguentar mais ficar perto de mim aquele dia. ㅡ Ele soltou uma gargalhada. Uma gargalhada. Uma gargalhada tão gostosa de ouvir que eu arqueei as sobrancelhas enquanto sorria.

ㅡ Eu não aguentava mais te ouvir cantar Let It go. ㅡ Ele disse. Sua mão tocou meu rosto, tirando os fios de cabelo da minha testa e colocando atrás da orelha. ㅡ Não tem essa de não aguentar ficar perto de você. Eu não aguento ficar longe. Por que acha que te trouxe comigo?

ㅡ Carson... ㅡ Ri.

ㅡ Não to dizendo que vou virar sua sombra e viver agarrado com você, Flor. ㅡ Ele ergueu o seu tronco, ficando sentado. Assim, fiquei sentada em seu colo. ㅡ Só to dizendo que não importa o quanto você teste a minha paciência, gosto de você o suficiente para querer estar com você. Mesmo que você cite o cardápio inteiro todo dia, ou cante músicas da disney repetidas vezes, ou perca coisas pelo bar... Gosto de você pra caramba.

ㅡ Ta querendo dizer que eu posso aprontar o quanto quiser que você ainda vai gostar de mim? ㅡ Sorri empolgada, jogando meus braços por seus ombros.

ㅡ É, mas pega leve comigo. ㅡ Ele sorriu.

Eu o beijei. O beijei de novo porque o homem rabugento na minha frente tinha acabado de dizer que gostava de mim como eu era, mesmo eu sendo uma pedra no sapato dele. Talvez um tijolo.

Me ajeitei em seu colo, ele abraçou minhas costas, me unindo mais a ele. Nos beijamos já não tão desesperados quanto antes, mas com mais carinho. Com mais alegria, acho. Nunca pensei que pudesse sentir alegria num beijo antes. Mas, eu estava. E ele também estava, pois sorria entre os beijos as vezes.

ㅡ Posso perguntar uma coisa? ㅡ Ele perguntou depois que nos separamos. Me joguei na cama ao seu lado e ele me puxou para ficar mais perto. Deitei a cabeça em seu peito e ele me abraçou.

ㅡ Diga.

ㅡ Estava tentando me provocar quando me pediu para abrir o seu vestido? ㅡ Ergui a cabeça para encara-lo.

ㅡ O que? Não! ㅡ Apoiei minhas mãos na cama, mas ele me olhou com um sorriso desconfiado. ㅡ É sério! Eu não estava tentando te provocar. Eu só não conseguia abrir e estava com medo de arrebentar.

ㅡ Hm... Entendi. ㅡ Ele assentiu com um sorriso no rosto, colocando as mãos atrás da cabeça.

ㅡ Para com essa cara, eu não fiz de propósito. ㅡ O empurrei. O empurrei um pouco forte demais e ele rolou pro lado. Carson caiu no chão e eu na gargalhada. ㅡ Me desculpa!! ㅡ Gritei entre risos enquanto o via se levantar e me encarar com o olhar de quem iria se vingar. ㅡ Me des... ㅡ Não consegui falar. Minha barriga estava doendo de tanto que eu estava rindo.

Carson veio pra cima de mim. Ele pisou sobre a cama e eu saí dela correndo pro outro lado do quarto. Ele correu em cima da cama, pulou no chão e veio na minha direção. Corri para a pequena sacada cercada com grades, mas não adiantou nada, porque ele me alcançou.

Carson segurou nas grades atrás de mim, uma mão de cada lado, me cercando. Seu corpo parou bem na minha frente e eu parei de rir na hora. Lá fora e estava tudo silencioso, só o som da noite. O céu estava estrelado, o cheiro de lavanda ainda tomava tudo, a brisa era fresca e o cara na minha frente ficou ainda mais bonito na luz da lua.

O olhei esperando sua vingança. Mas, Carson me beijou. Suas mãos pegaram na minha cintura, me puxando para ele novamente. Seus lábios se uniram aos meus e mais uma vez eu voei.

A sensação de estar nos braços de Carson era indescritível. Não sei se ele sabe disso, mas quero sentir isso mais e mais. O máximo que eu puder.

ㅡ É isso que eu ganho se te jogar no chão? ㅡ Perguntei sorrindo e ele sorriu pra mim, sem separar o seu corpo do meu.

ㅡ Falei pra você pegar leve comigo.

ㅡ Você não ta pegando leve comigo.

ㅡ Ah, não? ㅡ Ele arqueou uma sobrancelha. ㅡ Quer que eu pegue mais leve com você?

ㅡ Não. ㅡ Ri. Carson sorriu pra mim.

ㅡ Então, não reclame. ㅡ Num ato rápido, Carson pegou na parte de trás das minhas coxas e me ergueu como se eu fosse a coisa mais leve do mundo. Ele entrelaçou minhas pernas em sua cintura e me levou de volta para dentro. Ri enquanto era carregada.

[...]

ㅡ Me desculpa. ㅡ Pedi envergonhada. A mãe de Carson balançou a cabeça com um sorriso.

ㅡ Não estou reclamando não, menina. Vocês são jovens e tem que curtir mesmo. ㅡ Ela disse sacudindo as mãos. Estávamos na cozinha, eu a estava ajudando a fazer o café da manhã e no meio da conversa ela disse que fizemos muito barulho no quarto ontem. E não, não foi o que estão pensando, o bagulho foi das risadas. Carson e eu não fizemos nada demais, mentes poluídas.

Ela falou sobre o barulho sem parecer incomodada, mas fiquei envergonhada de estarmos rindo alto no quarto de uma casa que estava luto.

ㅡ E eu fico feliz que o Carson esteja feliz. Nunca o vi rir tão alto. O Carson sempre foi tão sério, sua irmã dizia que ele parecia o Batman. ㅡ Sorri escutando.

ㅡ Sério?

ㅡ É. ㅡ Ela abriu um sorriso de saudade.  ㅡ Ela era um doce. Um raio de sol. Muito parecida com você, por sinal. ㅡ Sorri novamente. ㅡ Já acabamos aqui, pode ir chamar os homens para tomar café, por favor?

Concordei com a cabeça e saí da cozinha. Eu não tinha a menor ideia de onde eles estavam, então fui até a porta da frente primeiro. Abri e olhei em volta, nenhum sinal deles, só de um carro adentrando o portão da residência.

Observei o carro vir, estacionar e uma garota descer dele. Ela devia ter a minha idade, era loira, branca e usava um vestido muito bonito preto, que marcava muito bem a sua cintura.

ㅡ Oi? ㅡ Ela abriu um sorriso meio confuso quando chegou perto de mim. ㅡ Não conheço você.

ㅡ Florence. ㅡ Respondi com um sorriso amigável.

ㅡ Ah, é um prazer. ㅡ Ela me estendeu a mão. ㅡ Greta. Sou uma amiga da família, vim por causa do Seu Francesco.

ㅡ Ah, sim. Pode entrar. ㅡ Dei espaço para ela. Assim que virei para que ela entrasse, vi Carson vindo na minha direção com um sorriso.

ㅡ Oi, o Dante... ㅡ Ele começou a falar quando chegou perto de mim, mas parou quando viu a garota. ㅡ Greta?

ㅡ Oi, Carson. ㅡ Ela sorriu para ele. Um sorriso diferente que deu para mim. Um sorriso de garota que tem interesse no que está vendo. ㅡ Sentiu saudades?

•••
Continua...

Um raio de Sol em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora