three

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O Harry não me quer. Ele disse que sou fraca e que apenas sirvo para satisfazer as necessidades do seu amiguinho? Qual amigo? Há mais alguém nesta casa? Fico um pouco triste ao relembrar a conversa, mas já devia esperar, nem os meus pais me quiseram, porque haveria um homem bom e caridoso querer? Adormeço a pensar nisso e a tentar evitar as lágrimas. Sou acordada a meio da noite com sons de gritos no quarto em frente e assusto-me. O que parecem ser batidas na parede, fazem-me agarrar o Teddy e abraçá-lo com força. Os gritos e as batidas persistem e decido ver o que se passa, talvez alguém precise de ajuda.

Caminho vagarosamente em silêncio até à porta do quarto de Harry, mas está vazio. Ando até ao próximo quarto e coloco a mão na porta. Abro-a levemente e os sons intensificam-me.

"Oh Harry! Mais forte Harry! Mais rápido!" A voz da mulher soa, mas não a consigo ver. "Sim! Sim! Vou mostrar-te o que é uma mulher a sério!" Inclino-me um pouco mais na porta e solto um guincho quando caio no chão do quarto. Olho e vejo Harry e a mulher, ambos sem roupa. A tal de Josephine está em cima dele com a intimidade colada à dele e dá pequenos saltos, pelo que Harry geme, como gemeu quando lhe toquei no cabelo. A minha boca abre-se em choque e nojo pelo que os meus olhos vêm.

"Oh bebé!" Harry diz e lágrimas turvam-me a vista. Eles dão com a minha presença quando soluço e olham-se aterrorizados.

"Valentina!" Harry grita antes de empurrar a mulher de cima dele, que grita em desagrado, vejo o seu corpo nu a agarrar os boxers do chão e rapidamente viro costas e corro para o meu quarto, trancando a porta muito rápido. Agarro no Teddy e puxo-o para o canto mais escondido do quarto. "Valentina abre a porta!" Grita do outro lado quando percebe que está trancada. "Valentina!" Grita cada vez mais alto e bate na porta com força. "Abre esta porta imediatamente!"

"Harry, deixa-a estar." A mulher loira diz e oiço a conversa.

"Sai daqui tu também! A culpa é tua!"

"Minha?! Que eu saiba estavas com tanta vontade de pôr a tua pila cá dentro como eu de saltar em cima de ti, por isso não venhas com tretas." Tapo os ouvidos para não ouvir a discussão nojenta.

"Valentina vou arrombar a porta!" Volta a bater violentamente na mesma e sinto que esta vai ceder a cada momento.

"Deixa-a estar Harry, isso passa-lhe. É perfeitamente normal o que ela viu. Acredita, duas pessoas a fazer sexo não é a pior coisa que ela vai ver neste mundo. Além disso ela já tem 16 anos, já tem idade para saber o que é e como se faz. Nunca se sabe se ela não arranja um namorado." Toda esta conversa me deixa com vontade de vomitar, mas engulo para não tornar as coisas piores.

"Foda-se, sai daqui Josephine! Vai-te embora! Não te quero aqui mais!"

"Tu vais voltar. Eles voltam sempre." Diz antes de ouvir o som dos seus sapatos caros a bater cada vez mais longe. O silêncio toma conta da casa, e apenas os meus soluços são ouvidos na divisão.

"Valentina, abre a porta." Harry pede calmo, mas mantenho-me no lugar. "Abre a merda da porta!" Grita e apenas oiço um grande estrondo que faz com que me encolha ainda mais no escuro e chore silenciosamente.

"Valentina? Bebé?" O uso da palavra querida faz-me soluçar e ele olha na minha direção. "Valentina..." O seu tom de voz parece suplicante e tenro. "...o que estás a fazer aí?"

Ele aproxima-se e ajoelha-se, ficando à mesma altura do que eu. Como a minha cara está escondida, a sua mão toca na minha perna mas logo a sacudo.

"Não me toque!" Grito fazendo-o recuar. "Eu não quero mais viver aqui! Quero voltar para casa..."

"Mas esta é a tua casa." Diz baixo.

"Não! A minha casa é o lar, e vai sempre ser. Eu não quero estar perto de si!" Volto a gritar e ele agarra o meu corpo num ápice levantando-me no ar fazendo-me espernear e gritar ainda mais. "Não! Largue-me!" Ele caminha para fora do quarto e entra no seu. Pousa-me na sua cama, mas logo tento escapar e ele volta a agarrar-me.

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora