sixteen

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O resto do dia de aulas parece ser demasiado rápido, exatamente o que eu não queria. Não quero voltar para casa, nem ter que encarar o Harry, não depois de ele me ter batido e ofendido daquela forma. Ele bateu-me. Isso não cabe na minha cabeça, não consigo acreditar que depois de eu me ter entregado a ele, o Harry me humilhou e usou desta forma nojenta. Durante a tarde andei a investigar algumas coisas que só serviram para me aclarar a mente. O Aiden não fez muitas perguntas e quando fez, foram respondidas com o mínimo de silabas possíveis, mas ele pareceu não querer insistir no assunto. O toque de saída soou, assim como o início da minha morte e o fim da minha sanidade mental. Aiden levou-me até fora da escola, onde Harry me esperava dentro do grande carro preto. Antes de ir embora, beijou-me e disse que arranjaria uma maneira de falar mais tarde.

Os meus passos até ao carro eram o mais lentos possível e à medida que me aproximava, o ar começava a faltar-me e o nervosismo a apoderar-se de mim. Entrei na parte de trás do carro, não querendo ir perto de Harry e ele nada disse, apenas conduziu em silêncio até casa. Já em sua casa, sentá-mo-nos ambos nos sofás da sala, frente a frente, um de cada lado, tão longe mas tão perto um do outro.

"Que porra te passou pela cabeça, quando pensaste que podias simplesmente desaparecer sem dizer nada. Dormir na casa de um rapaz, que subitamente se tornou teu namorado perfeito e aparecer na escola como se nada tivesse acontecido." Começa calmo, mas sei que ainda está furioso e a conter-se para não gritar.

"E que porra te passou pela cabeça quando pensaste que podias tirar-me a virgindade, dizer que me amavas e no dia seguinte enfiares-te na cama com aquela mulher que insiste me humilhar-me?" Riposto no mesmo tom tentando não ficar enfraquecida ao olhar para ele.

"Valentina, eu sou um adulto consciente das minhas ações. Eu posso ter as mulheres que eu quiser e tu, minha linda menina, não tens nada a ver com isso."

"A sério?" Pergunto já com os olhos marejados. "E também podes abusar sexualmente de uma menor de idade?" O seu rosto fica pálido. "O que foi Harry? Achaste que eu ia ser idiota para sempre? Achaste que eu não ia descobrir que a nossa suposta 'relação' é ilegal? Pois bem, eu fui à Internet, li e descobri isso mesmo."

Ele mantem-se calado com um ar sério e chocado, parece estar a pensar no que dizer.

"Foi por isso que aceitaste ficar comigo, Harry? Quiseste adotar-me para me usares como tua escrava sexual, é isso?" Pergunto já com a visão turva pelas lágrimas pesadas que querem sair. "Fala!" Grito tentando soltar alguma da minha revolta.

"Sim, Valentina. Eu fiz isso." Diz subitamente. " Eu sou um bastardo sem escrúpulos que mentiu e abusou de uma miúda de 16 anos. Era isto que querias ouvir?"

"Como pudeste fazer-me isto Harry?" Olho-o deixando as lágrimas caírem molhando-me as bochechas quentes. "Como pudeste enganar-me desta forma tão cruel? Tu mentiste-me deliberadamente, fizeste-me parecer uma idiota nas tuas mãos. Tu tiraste-me a virgindade, tu fizeste-me fazer coisas que nunca fiz a ninguém. Eu tenho 16 anos e más expectativas para o futuro, o meu passado é uma confusão e tu quiseste atormentar-me, ainda mais, desta forma horrível?"

"Eu sou tão estúpida, meu Deus!" Exaspero tapando a cara e chorando mais. "Como é que eu não percebi logo. Nunca nos podíamos beijar em público, ninguém podia ver nem saber de nada do que se passava entre nós. Como pudeste fazer-me isto Harry? Isto é simplesmente nojento!" Os meus gritos quebradiços parecem fazer as paredes vibrar.

"Porque é isto que eu sou!" Grita levantando-se. "Eu compro raparigas menores e fodo-as quando quero. Eu gosto e elas também."

"Eu não gosto." Nego.

"Mas tu não és elas. Elas fazem aquilo como um trabalho. Tu vieste de um lar, eras pura, virgem e inocente. O que poderia eu pedir mais? Eras aquilo que eu queria!" Ri como um psicopata. Nunca estive tão desiludida com alguém.

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora