ten - Harry POV

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Quando os olhos da morena se fecham, toda a confusão à minha volta parece ausentar-se. O meu corpo arrefece, deixando-me com demasiado frio, a minha visão fica turva e, a imagem da pequena e indefesa pálida menina deitada numa poça se sangue, parece ficar congelada. Paramédicos chegam e logo me afastam para rodear Valentina.

"Não pensem! Apenas levem-na para o hospital! Ela precisa de ajuda!" Grito tentando chegar-me perto dela, mas em vão, pois sou afastado por um polícia autoritário.

"A pulsação está baixa."

"Ela já perdeu muito sangue."

Os paramédicos murmuram entre eles deixando-me desesperado por não saber o seu prognóstico. Uma maca surge e elevam-na cuidadosamente, rapidamente a colocam dentro da ambulância e preparam-se para partir. Sem mim, o homem que está a gritar exaustivamente para tentar chegar à pequena menina.

"Senhor!" Um paramédico olha-me. "Eu tenho que ir com ela!" Aproximo-me da ambulância, mas ele trava-me.

"O senhor não pode vir. A paciente precisa de se manter afastada de qualquer tipo de exterior. Venha ter connosco ao hospital Queen Square." O homem entra também na ambulância e ela parece desaparecer na rua com as sirenes a tocar violentamente.

O meu corpo permanece hirto a ver o veículo sair, mal consigo respirar, o trânsito está cortado na rua permitindo-me ter visão ampla da avenida.

"Desculpe, o senhor vai ter que sair daqui. O trânsito tem que prosseguir." Um polícia aborda-me. Olho-o completamente distante, os seus olhos mostram compaixão e ele ajuda-me a sair da estrada. "É familiar da vítima?" Assinto. "Acho que devia ir para o hospital. Não quero ser pessimista, mas os paramédicos estavam bastante preocupados em relação ao estado de saúde da menina."

Não olho duas vezes para ele, viro-me para ir até à empresa buscar o carro. O meu olhar fica preso na enorme poça de sangue na rua que está agora a ser limpa, sinto o meu olho a tremer, mas mantenho-me firme em relação às emoções que estou a sentir. Corro pela avenida acima indo até à receção.

"As chaves do carro!" Grito à secretária.

"O Mr.Styles não as deixou aqui-"

"Foda-se! Então umas chaves de um carro, qualquer um."

"Mr.Styles, eu não posso-"

"Por favor." Imploro agarrando-me à secretária. Ela olha para mim e suspira antes de me dar umas.

"O carro da Sasha está no lugar B-19." Diz e sorrio.

"Muito obrigada." Apresso-me até ao parque de estacionamento, logo encontro o carro e entro nele.

Suspiro alto agarrando o volante com força. Ela não pode morrer. A minha Valentina não pode morrer.

Conduzo com excesso de velocidade e infrações até ao hospital. Sasha ficará sem carta provavelmente, mas depois tratarei disso. O hospital está apinhado de gente e afasto todos para chegar à receção primeiro.

"O senhor não pode passar à frente!" A funcionária reclama assim como a fila que fica bastante revoltada.

"A Valentina! Onde está ela? Como é que ela está?" Atrapalho-me um pouco.

"Desculpe, mas vai ter que esperar assim como os outros." A mulher insolente olha o seu computador desprezando-me.

"Foda-se caralho! Eu quero saber o que aconteceu à minha Valentina!" Grito e todos os presentes na divisão olham-me assustados.

"O senhor vai ser acompanhado pela segurança até à saída-"

"A Valentina. Ela teve um acidente e deu entrada no hospital há pouco, não sei nada dela. A minha... filha." A palavra 'filha' tem um sabor azedo na minha boca, mas é isso que ela é para mim aos olhos da sociedade, a minha filha adotada. "Por favor. Eu estou desesperado." Ela olha para mim antes de bufar e teclar algo no computador.

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora