thirty one

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"Estava só a lembrar-me do quão bonita és." Sorrio com o elogio e bato com as pestanas tentando parecer adorável, mas falho miseravelmente quando sinto o seu beijo a misturar-se com o meu no barulho do silêncio deste quarto de hotel. "Eu amo-te." Sempre que ele o diz sinto que vale a pena viver um pouco mais, que são este tipo de momentos que fazem a vida valer realmente a pena.

"Eu também te amo Harry. Muito mesmo." Sorrio contra a sua boca depois de o dizer.

Ele enrola os seus longos braços a meu redor e aconchego-me no seu peito quente, a dor de barriga continua lá, apenas mais leve. Ele fez-me realmente sentir melhor. É tão bom estar deitada novamente com ele. Porque juntos somos mais fortes, foi o que sempre ouvi dizer e acho que se torna completamente verdade quando encontras alguém que amas e te ajuda a ultrapassar as dificuldades da vida.

"Parabéns Valentina." Murmura e beija a minha testa antes que possa fechar os olhos por estar demasiado cansada destes dois dias intermináveis. E tenho 17 anos, agora.

A meio da noite acordo com frio. Quando abro os olhos olho a meu redor mas não vejo Harry nem nada que indique que ele esteve aqui antes. A cama está demasiado fria. Onde está ele? Levanto-me cuidadosamente e percebo que a minha barriga já não dói, isso é ótimo. Olho as horas e vejo que são cinco da manhã, o sol deve estar quase a nascer aqui. O chão está gelado contra os meus pés quando vou até à casa de banho em busca de Harry. Quando abro a porta, para minha grande surpresa, ele está dentro da banheira com os olhos fechados e cabeça deitada para trás. O ambiente está quente e relaxante, algo que não esperaria de um banho do Harry.

Sorrio matreiramente e dou passos leves e silenciosos até junto dele. Toco suavemente na sua mão e ajoelho-me perto da banheira vendo os cabelos nos seus olhos. Brinco calmamente com os anéis nos seus dedos enquanto vejo o seu corpo nu a desaparecer na espuma branca que está ao longo da toda a banheira.

"Harry..." Chamo-o suavemente mas não responde. Deve estar a dormir. "Harry..." Insisto apertando um pouco a sua mão e subitamente ele abre os olhos alarmado fazendo-me recuar um pouco a minha cara. Quando o seu olhar cai em mim, as suas sobrancelhas franzem-se e sinto a minha mão a ser apertada com demasiada força. "Estás a magoar-me." Digo gemendo um pouco de dor mas não querendo parecer muito séria porque sei que está apenas a brincar.

"Quem és tu?" Todo o meu sorriso cai completamente quando ele me olha, com...raiva? Ele sabe que não gosto destas brincadeiras parvas.

"Harry chega de brincadeiras. Ainda é muito cedo, vamos dormir." Digo tentando soltar a minha mão do seu aperto, mas ele não a larga, pelo contrário, apenas a aperta mais.

"Quem és tu caralho? O que fazes no meu quarto?" Grita e levanta-se deixando ver que está usando boxers, e isso faz-me questionar o porquê.

"Harry para." Sussurro um pouco assustada quando ele solta a minha mão e sai da banheira. Começo a recuar lentamente, pé ante pé para não cair no chão húmido.

"Que merda pensas que és para me chamares Harry?" A sua voz é alta e começo a sentir lágrimas a picarem os meus olhos porque estou muito confusa. A sua expressão é zangada e ele parece não fazer a mínima ideia de quem sou. O que está a acontecer?

"O que se passa? Porque estás a gritar comigo?"

"Sai do meu quarto! Eu não pedi nenhuma puta hoje! Sai!" Ele continua a gritar comigo e dou comigo já a chorar quando corro para fora do nosso quarto de hotel com medo daquela figura bruta e furiosa.

A minha cabeça começa a doer quando sinto o peso o choro a aumentar em mim. Não entendo o que se está a passar. Ele não parecia estar a brincar, mas é impossível que não me reconheça. Será que está bêbado? Ou drogado? Se calhar sou eu. Eu não sei!

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora