Quando o sol me bate no rosto, impedindo-me de dormir mais, acabo por me levantar. Já passaram dois dias desde que eu e o Harry tivemos aquele momento que vou sempre lembrar, eu não quis mencionar o assunto com vergonha, mas Harry fez questão de mandar piadas. O Harry disse-me que o posso tratar por Harry quando estamos nesse tipo de situações, mas de resto apenas lhe posso chamar Mr. Styles ou papá, em frente de outras pessoas.
A tarde de ontem foi passada a experimentar as roupas que tinha no armário, Harry ficou lá todo o tempo e desfilei para ele um pouco, se bem que acabámos na cama a dar miminhos um ao outro. O Harry faz-me sentir feliz, e quando ele me toca, todo o meu corpo aquece como que automaticamente. Sinto borboletas no estomago quando ele chama por mim e quando ri, oh quando ri, sinto-me tão feliz que sou capaz de explodir a qualquer momento.
Hoje vou para a escola, ontem tivemos uma conversa sobre isso e ele diz que tenho que ir à escola até ter 18 anos, depois disso posso parar. Nunca estive na escola com outras raparigas, muito menos com rapazes, as minhas aulas eram dadas por freiras e estava apenas eu na divisão. Fiquei nervosa até adormecer e agora o nervosismo parece voltar à medida que a hora de ir se aproxima. Tomo um duche limpando todo o meu corpo, o que faz com que fique melhor acordada. Seco e penteio o meu cabelo de modo a que fique bonito. Visto o uniforme que Harry me entregou e sinto-me realmente bonita nele. Nunca fui rapariga de muitas vaidades, até porque não podia, mas vejo que na realidade sou uma presunçosa. As minhas pernas nuas apenas cobertas por meias de algodão que terminam com um laço e uma camisa branca. O uniforme é azul-escuro e vermelho bordô, a minha cor favorita. Calço uns sapatos rasos e antes de sair do quarto coloco um laço branco para segurar o cabelo impedindo-o de vir para os meus olhos.
Desço as curtas escadas cantarolando uma música que ouvira na rádio ontem, a melodia repete-se vezes e vezes sem conta na minha cabeça e vejo-me sempre a cantá-la.
"Tudo isso é animação para ir para a escola?" Harry pergunta ao ver-me entrar na cozinha. Sento-me ele prepara-me uma tigela de leite com cereais que devoro com fome. Quando termino, vejo-o olhar para mim a sorrir. "Ficas realmente bonita nesse uniforme."
Levanto-me da cadeira ficando por detrás dela e ele aproxima-se colocando-se atrás de mim e abraçando-me pela cintura.
"Quero tirar-te esse uniforme." Um arrepio passa-me pelo corpo quando ele diz isto em voz baixa e sensual. "Quero fazer-te gemer o meu nome vezes e vezes sem conta até não teres voz."
"Mr.Styles, devíamos ir-" Gaguejo tentado soltar-me do aperto.
"Não me interrompas." Diz firme e encolho-me com a autoridade dele sobre mim. Lembra-te Valentina, obedece sempre. Relembro as palavras das freiras quando as deixei e solto um suspiro que mantinha preso. Num segundo, Harry vira-me e estou frente a frente nos seus braços. As nossas bocas estão a milímetros de distância, a sua respiração pesada bate no meu nariz e algum receio paira sobre mim. "Quero rasgar-te enquanto estou dentro de ti." Os seus olhos ficam pretos e os meus arregalam-se com as suas palavras, afasto-me mas ele agarra o meu braço fazendo pressão sobre o mesmo. "Foda-se Valentina, quero foder-te agora!"
"Pare... Está a assustar-me..." Murmuro tentando soltar-me, vejo o meu braço ficar cada vez mais vermelho e temo que fiquem marcas, para além da dor que estou a sentir.
"Tu agora és minha, só minha. E faço contigo o que bem entender." A sua voz continua a ficar cada vez mais profunda e rouca, os seus olhos não são mais verdes mas sim pretos, o meu braço dói e alguma desilusão e medo arrastam os meus pensamentos.
"Papá para!" Ganho voz pela primeira vez e grito, aproveito a sua surpresa para me soltar do aperto e correr até à casa de banho.
Passo o braço por água fria e espero que o vermelho passe. Os meus olhos marejados com lágrimas que não queria voltar a deixar cair e o meu coração um pouco acelerado. Eu pensava que o Harry gostava de mim, pensava que era a sua menina e não que ele enlouquecesse e me magoasse desta forma. Duas batidas soam do outro lado da porta e olho-a enquanto seco o braço.
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Valentina
RomanceUma relação proibida numa sociedade pragmática. Uma luta eterna pelo amor.