Que estranho
Sonhar com você
Mesmo quando
Estou acordado.
— d.j
Foi difícil me despedir de Carlisle. Eu não queria dar um fim à noite, dizer adeus e quebrar o encanto. Tudo parecia feito de cristal, lindo porém frágil demais, mas fui convencida de que quando o dia seguinte surgisse, não apagaria aquele.— Vou estar aqui. Bem cedo, se quiser.
— Quero — disse, ávida, apertando a mão de Carlisle.
— Tem certeza que não quer dormir até mais tarde? Vai ser domingo…
— Eu duvido que sequer consiga dormir — ri, afastando uma mecha de cabelo que havia escapulido detrás da orelha.
Carlisle crispou os lábios e tive a sensação de que aquele era o olhar que lançava para pacientes rebeldes, que recusavam algum tratamento.
— Eu vou dormir — logo me retratei. — Só… Vai estar aqui cedo?
Ele cedeu com um aceno de cabeça. Seu olhar só vacilou por um instante, para as janelas da casa de Charlie que exibiam as luzes acesas e pareciam nos encarar como várias corujas gigantes.
— Vou, mas acredito que seu pai esteja começando a ficar inquieto com a minha presença prolongada aqui.
Meus olhos se arregalaram e seguiram os seus por um instante, voltando-se para ele no mesmo segundo que ele se voltou para mim.
— Como você…?
Carlisle riu.
— Deixe as perguntas para amanhã, ok? Se ouvi-lo levantar daquele sofá outra vez, suponho que seja para me interrogar.
Balancei a cabeça, mas concordei. Aquela era uma experiência que poderia recusar.
Ele saiu do carro primeiro, dando a volta para abrir a porta para mim, então me estendendo a mão. Hesitei. Como colocar um fim em algo que foi tão bom?
Como se lesse minha mente, Carlisle curvou os lábios num sorrisinho e seus olhos se tornaram doces.
— Prometo que estarei aqui amanhã.
Meu coração pulou uma batida. Minhas bochechas coraram. Ele achou graça.
— Não ria — disse, tomando sua mão e saindo do carro.
— Não é por mal — seu polegar acariciou os nós de meus dedos. — Quem sabe amanhã eu não lhe diga um pouco mais sobre isso?
— E vai responder minhas perguntas?
— Com certeza.
Seu rosto se aproximou do meu, o nariz roçando minha bochecha e inspirando profundamente. E, sem que eu esperasse, ele depositou um beijo na minha têmpora. Estremeci, sentindo o corpo arrepiar e duvidando de que algum dia me acostumasse com aquilo.
— É melhor entrar — Carlisle sussurrou ao pé do ouvido.
Meio boba, assenti, soltando sua mão com um aperto no peito. Não olhei para trás até estar diante da porta de casa, sob a proteção da varanda, porque talvez meus pés se recusassem a prosseguir se o fizesse antes. Encostado em seu carro, Carlisle acenou para mim.
Retribui antes de fechar a porta atrás de mim.
Ao entrar em casa, chutei as botas para fora dos pés, me atrapalhando um pouco e tentando abrir o zíper ao mesmo tempo.
— Já não era sem tempo.
A voz de Charlie me alarmou, tirando-me do meu transe para me jogar direto no mundo real. Um que ainda era bem mais complicado do que eu imaginava, mas que por alguma razão conciliava o sobrenatural com pais que esperavam acordados as filhas voltarem de encontros.
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Sunlight
FanfictionHá anos Beatrice Swan mora com seu pai, em Forks, afastada da mãe e da irmã mais nova. Ela não faz ideia dos mistérios e dos segredos que se escondem na cidade e em alguns de seus habitantes, até a chegada de sua irmã trazer consigo algumas reviravo...