25 - Os Cullen

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Agora, lar
é para onde eu olho,
para tirar
todas as dúvidas
que já tive.
— courtney peppernell

A casa dos Cullen era ainda mais distante da cidade. Passada a ponte do rio Calawah, as casas chiques, e muitas, muitas árvores, havia uma entrada pouco visível. De fato, eu não teria percebido aquela entrada se passasse por ali sozinha, sem prestar atenção, sem saber que existia. As samambaias a escondiam muito bem, a floresta assomando-se de ambos os lados, o caminho de terra serpenteando ao redor delas e sumindo dentro da floresta. Carlisle virou ali e foram precisos mais alguns quilômetros até que adentramos uma pequena campina.

Haviam seis cedros enormes, três de cada lado, lançando suas sombras imponentes sobre o lugar. E, no centro, uma casa de aparência atemporal, graciosa, com uma varanda larga e linda. Era clara, com três andares, retangular e proporcional. Parecia saída de um filme antigo, um sonho bucólico… E até ali pude ouvir o rio fluindo em algum lugar por perto.

A única coisa que destoava era a picape de minha irmã, parada na frente da casa como um grande elefante laranja.

— Isso é… Uau — sussurrei. — Você mora aqui?

Carlisle sorriu.

— É uma das casas.

Pisquei.

Casas?

Ele deu de ombros.

— Bom, nos mudamos frequentemente. Temos algumas no país, outras fora…

Balancei a cabeça enquanto ele estacionava ao lado do carro de minha irmã, e em um instante já estava abrindo a porta para mim, a mão estendida à minha espera. Arfei. Seu olhar foi apologético.

— Um dia eu vou me acostumar — garanti.

Carlisle achou graça.

— Posso esperar por isso.

Tomei sua mão, pondo-me de pé diante da bela casa. Agora meus jeans e blusa pareciam um tanto inadequados… Aquilo parecia um cenário próprio para um daqueles bailes do século XIX, onde eu teria que usar luvas até os cotovelos e um daqueles vestidos à moda regencial.

Olhei bem para a construção, imaginando se poderiam ouvir o que eu pensava dali, ou se poderiam perceber meu coração batendo daquela distância.

Carlisle deu um aperto suave em minha mão, lembrando-me de sua presença. Estava tudo certo. Ele estava ali. Nada poderia dar errado assim.

Caminhamos até a varanda, subindo os poucos degraus, e ele abriu a porta da casa.

E de alguma forma ela conseguia ser mais impressionante por dentro do que por fora. Era ampla e bem iluminada, com a parede dos fundos completamente substituída por vidro, dando vista para um gramado extenso que ia até o rio. Uma escada curva dominava quase todo o lado esquerdo da sala e tudo era em tons claros, dos tapetes grossos às paredes e vigas altas no teto. E, o mais surpreendente de tudo, certamente era o piano de cauda posicionado sobre uma plataforma logo ao lado da porta.

— Onde estão todos? — perguntei, olhando ao redor.

— Em um segundo… — Carlisle observou a escada. — Aí está.

Demorou apenas um pouco mais para que Alice aparecesse, seguida por um jovem loiro e muito mais alto do que ela que supus ser Jasper. Ela apressou-se, pulando os degraus com a graciosidade de uma fada, aparecendo diante de nós em um instante.

— Finalmente! — disse, recebendo-me num abraço que retribui um tanto sem jeito. — Ah, é bom vê-la de novo.

Ri. Estava nervosa, é verdade, mas Alice era um rosto minimamente familiar e sabia que pelo menos ela já me aprovava.

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