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Quando junho chegou, as aulas terminaram. A formatura foi um epílogo agridoce que se seguiu.

Hyunjin chegou muito cedo. Ele sentiu seu coração bater mais rápido quando fez uma curva e entrou no saguão, em vez de se juntar a seus colegas no chão. Parecia o fim de um círculo. A caminhada pelo caminho foi repleta de lembranças atordoantes.

Hyunjin quase podia sentir as fotos dele e de seus amigos correndo pela escola, com os peitos cheios de doçura. A luz do sol entrava pelas janelas. As salas de aula estavam vazias, exceto algumas onde um grupo de estudantes de beca conversavam. A alegria deles fez Hyunjin sentir uma coceira por seus próprios amigos.

Ele foi até sua sala de aula. Ele se lembrava vividamente de Yeseul entregando-lhe a carta. Ou Jeongin e ela decidindo sobre seus empregos nas férias. Isso o fez lembrar dos dias na floricultura e da chuva torrencial. A noite na casa de Yeseul, as canecas de café, as noites na praia.

Houve uma curva, onde ele parou. Seus olhos estavam na escada que levava ao chão selado. Ele se lembrou da primeira vez que conheceu Yeseul lá. A lembrança, embora fosse uma perfuração aguda para ele, era agora algo que ele queria separar de sua escuridão.

Ele havia se reconciliado com Jihoon. Soji não queria que ninguém se separasse com sentimentos de ódio. E o amor de Hyunjin por sua irmã foi algo que aliviou sua alma. Ele conversou com Jihoon, desde como eles eram amigos de infância, até as consequências que aconteceram por causa do acidente de Soji. Jihoon confessou culpá-lo por tudo o que aconteceu. Assim como ele se culpou, Hyunjin o perdoou.

— Hyung! — Hyunjin olhou por cima do ombro. Um Jeongin sorridente veio correndo, com a mão no boné de formatura para evitar que escorregasse.

— Você parece adorável. — Hyunjin riu, pegando seu telefone para tirar uma foto. Jeongin não ficou muito satisfeito.

— Terminou de brincar de mãe?

— Não.

Jeongin não respondeu. Ele se juntou a ele, ombro a ombro. Eles desceram as escadas em direção ao ginásio. Jeongin apontou o dedo para a porta.

— Sabe, — ele inclinou a cabeça, sorrindo, — eu mostrei sua música para Yeseul aqui.

Hyunjin estava sem palavras.

— Você fez o que?

— E ela absolutamente adorou. — Jeongin sorriu, piscando para ele. Ele enfiou as mãos nos bolsos. — Ela queria apoiar sua carreira musical, mas eu disse a ela para não tocar no assunto.

Hyunjin estava batendo suavemente com a cabeça na parede.

— Minhas músicas são loucas.

— Ela as ouvia toda vez que estávamos na biblioteca. — Jeongin tossiu com o punho fechado. Hyunjin sentiu sua alma escapar de seu corpo. Ele estava com o rosto quente. Jeongin apontou seu sorriso. — Você age como se não tivesse cometido um ato adulto na festa de dois dias atrás.

— Ato adulto? — Hyunjin saiu de seu doce momento. — Que porra é isso?

— Hum. S.E.X.O? — Jeongin falou cada letra e ergueu uma sobrancelha. Hyunjin estava corando demais.

— Como você pode me acusar disso? — Ele cobriu o corpo com os braços. — Você precisa de Deus.

— Mas- mas vocês estavam agindo dessa maneira!

Jeongin tropeçou para trás. Hyunjin estava perdendo o cérebro. Eles estavam conversando um com o outro. Jeongin sentiu-se envergonhado por dever tanta confiança ao fazer essa suposição.

— PARE DE SER LOUCO.

— COMO SE VOCÊ ESTAVA PRESTES A COMETER ATOS ADULTOS EM UM QUARTO ESCURO.

— PARA DE SER BURRO.

— ENTÃO O QUE VOCÊS FIZERAM POR DUAS HORAS? — Jeongin sentiu sua pressão arterial subir. Ele segurou o pescoço, tropeçando contra a parede. Hyunjin não se importava se ele morresse ali mesmo. Ele foi humilhado.

— VOCÊ ACHA QUE POSSO FAZER POR DUAS HORAS? POR QUE VOCÊ PENSA ISSO? SEU RATO IMUNDO!

— Cale a boca, estou morrendo. Me dê uma mão. — Jeongin tentou estender a mão para seu braço.

— Pessoal? — Uma voz os separou.

Merda, merda, merda. Hyunjin se virou, suas orelhas ainda rosadas.

Ele acenou desajeitadamente para Yeseul.

— Ei, você está aqui.

— Onde vocês dois estiveram? Eu estava revistando todo o prédio. — Ela andou na frente, mas seus passos desaceleraram quando ela viu um Jeongin pálido. Ele parecia precisar de assistência médica. — Ela está bem?

— Sim, mas não mentalmente. — Hyunjin olhou para Jeongin, seus lábios abertos em um sorriso não natural. — Como vai você? — Seu rosto se suavizou quando ele olhou para ela.

— Vocês dois estão agindo de forma muito estranha. — Yeseul segurou o buquê de tulipas nos braços.

Hyunjin não gostou de como acabou de notá-los. Sua mente estava tão ocupada agora que ele não conseguia nem respirar direito perto dela. Ela parecia deslumbrante.

— Yeseul, por favor, não se ofenda, mas apenas para aliviar minhas emoções, diga-me o que vocês estavam fazendo quando ambos saíram do salão de baile. — Jeongin olhou através de seu cabelo bagunçado, o olhar tão sério que Yeseul sentiu que sua resposta poderia curar sua doença desconhecida ou fazê-lo sentir o gosto da morte.

—Oh. Nós apenas ficamos pela casa, depois estávamos lá fora observando as estrelas, e fizemos muitas piadas idiotas. Eu honestamente ri, meu péssimo humor pra piadas. — Yeseul sorriu enquanto relembrava. — Não ria, mas fizemos pequenos anéis de dente-de-leão um para o outro. — Hyunjin percebeu seu olhar tímido nas tulipas.

— E estamos em um relacionamento. — Os olhos de Hyunjin encontraram os dela. Ambos compartilharam um sorriso que continha muita adoração.

No entanto, esta cena terminou cedo demais, quando Jeongin soltou um gemido de dor. Ele escorregou pela parede, fazendo a dupla ofegar de horror. Então ele ergueu um polegar fraco.

— Estou bem. Apenas um pouco de água e espaço me ajudariam. Peça a Soji para me perdoar.

 Peça a Soji para me perdoar

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𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora