𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjin

39.

Hyunjin não conseguiu acalmar seu coração. Ele andou pelo quarto, sentindo o nó em seu interior amarrar e desatar repetidas vezes. Ele começou a questionar se Yeseul saber de tudo era motivo suficiente para se afastar da amizade deles. Ele não conseguia engolir as emoções acumuladas. Jeongin tentou acalmá-lo, dizendo que Yeseul fez isso no melhor interesse dele, por isso Soji decidiu confiar nela também.

Hyunjin confiava em Yeseul. Ele confiava em Jeongin e Soji também. Mas ele sentia o mesmo por si mesmo? Depois de todo o estrago que ele causou? As pessoas sempre disseram que a culpa não era dele, mas no final foi ele quem sentou ao volante naquela noite. Foi ele quem não foi autorizado a ver a irmã, que há dias não saía do coma. Todos os dedos apontaram para ele. Hyunjin tinha muitas mãos estendidas, prometendo ajuda, mas no momento em que seu segredo seguro fosse revelado, todos recuariam. E ele se via deslizar para uma escuridão em espiral.

No meio de tudo isso, seus pensamentos se transformaram em poeira quando seu telefone começou a tocar.

Yeseul.

Ele estava hesitante, mas não podia arriscar desistir.

— Olá? — Hyunjin não esperava que sua voz saísse tão suavemente. Ele se sentiu encurralado por todos os seus pensamentos estúpidos.

Houve uma pausa na linha e então Yeseul suspirou. Parecia que ela não esperava uma resposta.

— Olá, como vai?

De repente, tudo o que confundia sua mente desapareceu.

Hyunjin precisava se sentar. Ele se sentiu tonto.

— Tonta. Estou bem. — Houve uma pausa de ambos os lados. Yeseul finalmente quebrou o silêncio.

— Desculpe. — Yeseul sentiu suas bochechas esquentarem. Ela não estava preparada para ser confrontada sobre isso. — Sério, me desculpe. Eu não queria fazer isso. Queria falar com você e... — Ela suspirou. — Eu me senti tão envergonhada, Hyunjin. Foi estúpido da minha parte. Me chame de covarde. Eu aceito.

Hyunjin quase esqueceu o fato de que ela sabia tudo sobre ele agora. Tudo o que ele trabalhou duro para empurrar para dentro de um baú do qual não se orgulhava, ele finalmente se abriu. Mas agora, ele não poderia se importar menos.

— Você está se sentindo menos envergonhada? — Hyunjin provocou. Yeseul quase engasgou com o ar.

— Vamos passar para o próximo tópico. — Ela tossiu no fone de ouvido.

— Vamos começar com dificuldade então.

— Touché.

— Você acha que esse incidente teve algum impacto negativo em nossa amizade? — Ele começou a mexer na camisa, apreensivo em receber uma resposta. — Está tudo bem, certo?

Yeseul assentiu, apesar de saber que não pode vê-la.

— Foi surpreendente. E embaraçoso. Só isso. Embaraçoso porque eu praticamente derramei todo o meu sistema cardiovascular para você no passado.

Hyunjin não conseguiu conter o sorriso. Lentamente tudo voltou. As discussões que tiveram, as divagações e as guerras repentinas de memes. Era como uma boa lembrança passando diante dele. Ele riu em seu punho.

Então ele se lembrou da última vez que viu Yeseul. A música, a torcida e a elegância de todo o evento, ela. Ele não conseguia tirar a imagem da cabeça. Seus amigos mencionavam seu desempenho e perguntavam como era. Ele não sabia o que dizer, porque a primeira coisa que conseguiu pensar foi em Yeseul em seu vestido preto. Ela parecia um sonho. Ela sempre teve.

— Hyunjin, você ainda está aí?

Ele voltou à realidade.

— Sim, desculpe.

— Isso pode parecer bobo, mas de repente quero falar com você sobre muitas coisas. — Ela esperava alguma coisa. Uma aprovação, uma pergunta. Algo.

— Posso passar por aí?

Essa resposta foi algo que surpreendeu os dois. Hyunjin bateu com a mão na boca, levantando-se de repente. Foi a vez dele se sentir envergonhado.

— Para conversar. Desculpe, foi muito repentino-

— OK.