11.

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Yeseul havia chegado à escola mais cedo do que o normal. O sol ofuscava as paredes do corredor e caminhar pela serenidade fez com que um sorriso se espalhasse por seu rosto.

Seus passos ecoaram na fenda vazia enquanto ela caminhava em direção ao ginásio onde o resto dos alunos estavam reunidos. Empurrando a porta aberta, ela encontrou a visão de alunos praticando sua dança na frente dos espelhos altos, olhos atentos a cada movimento calculado.

Havia algumas crianças amontoadas, trabalhando em seus portfólios. Olhando ao redor, ela encontrou a visão de Jeongin. Ele se sentou em um canto, os fones de ouvido cortando sua presença na música que ouvia, olhos fechados, um sorriso hesitante secretamente abrindo caminho.

— Ei. — Yeseul sentou-se ao lado dele, tocando em seu joelho para trazê-lo de volta ao presente. Ele olhou para cima, uma felicidade florescendo em seu rosto.

— Noona¹!

Yeseul se encolheu.

— Não me chame assim.

— Seul, o que você está fazendo aqui tão cedo? — O menino tentou o nome em sua língua, mas suas orelhas ficaram vermelhas e ele riu da sensação estranha. — Me faz sentir mal chamá-lo de Yeseul.

— Está tudo bem. Acho que posso dizer que somos amigos agora. — Yeseul abraçou os joelhos em direção ao peito, sorrindo suavemente com a surpresa do menino.

— Você realmente me chamou de seu amigo. — Ele agarrou seu peito de brincadeira, curvando-se dramaticamente. — Meu coração está derretendo. É uma honra.

— Ei, pare com isso. — Yeseul estendeu a mão brincando, como se ela estivesse prestes a bater nele. Ambos riram alegremente. — Ah, a propósito, o que você estava ouvindo? — Ela puxou o gravador de suas mãos, mas Jeongin o segurou, cobrindo o nome marcado sobre ele.

— Deixe-me te mostrar. — Ele colocou os fones de ouvido na cabeça de Yeseul, aumentando o volume enquanto a garota esperava a música tocar. E quando isso aconteceu, ela permaneceu em silêncio, com os olhos fechados, a melodia dando-lhe uma breve explosão de cores em sua mente. Foi realmente lindo. A voz do cantor estava cheia de tantas emoções, Yeseul não pôde evitar os arrepios que cobriam seus braços. O calor da voz a lembrou do pôr do sol que ela testemunhou com Hyunjin e Jeongin. Ela sorriu quando a música lentamente chegou ao fim.

— Essa é uma música tão bonita! Eu nunca a ouvi antes. — Yeseul sorriu, tirando os fones de ouvido.

Jeongin riu, como se um segredo estivesse prestes a sair de sua garganta.

— Ainda não saiu.

Os olhos de Yeseul se arregalaram.

— Você fez isso?

— Eu e Hyunjin. Ele cantou. Não diga a ele que eu mostrei para você. Ele vai me matar.

Yeseul sentiu como se um sonho a tivesse envolvido em uma história tricotada. De repente, ela sentiu falta da voz, como se quisesse ouvi-la repetidas vezes até que seus ossos a absorvessem. Jeongin não conseguia parar de rir de como a surpresa fez sua boca ficar boquiaberta.

— Terra para Yeseul! — O menino sorriu, o sino fazendo-o se levantar. Ele jogou o gravador no colo dela, penteando timidamente o cabelo com os dedos. — Hyunjin queria mostrar sua música para o mundo, mas está assustado com a ideia. Tenho certeza que ele apreciará se um estranho começar a ouvir seu trabalho.

— Estranho?

— Você não precisa contar a ele. Apenas ouça o que ele faz e reze para que ele saia do quarto onde prendeu seus sonhos.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora