56.

63 8 1
                                    

Yohan adormeceu após duas horas de discussão. O tempo até que seus roncos permanecessem suspensos no ar foi profissional. Agora era tudo menos isso.

Hyunjin sentiu o manto da joia do silêncio sobre ele pesadamente. Ele silenciosamente folheou problemas práticos e erros de sua caligrafia, ou um vazamento de tinta. Qualquer coisa para impedir que sua cabeça imaginasse a garota na sua frente.

Yeseul sentiu um caos borbulhante dentro dela surgir. Ela contradisse todas as suas ações. No fundo ela ansiava por ele. A falta de comunicação a empurrou para uma jaula. Ela percebeu o quão infantilmente ela estava agindo, mas hesitou em segurar Hyunjin novamente. Desta vez ela desejou que ele fizesse tudo ao seu alcance para puxá-la para mais perto. Talvez as mulheres fossem confusas. Ela exalou o exemplo pelo qual sempre detestou.

Hyunjin empurrou os óculos para trás e lentamente olhou para cima. Olhos encontrando os de Yeseul por um segundo, onde ele pôde ver sua adoração silenciosa. Ele relaxou. O momento fugaz foi como o sol de um dia de primavera.

— Isso está correto.

Yeseul assentiu.

— Eu coloquei minha alma nisso. — A resposta dela deveria sair com maldade, mas tudo o que fez foi fazer com que Hyunjin gostasse ainda mais dela. Ele escondeu o sorriso com uma tosse.

Yohan se mexeu no sono. Ele esticou os braços, semicerrando os olhos para os dois antes que o volume de seus olhares o levasse a uma postura mais ereta. Ele sorriu timidamente, enxugando a boca.

— Desculpe por isso.

Hyunjin balançou a cabeça. Ele examinou as anotações de Yohan antes de passá-las para ele.

— Seria mais padrão se você adicionasse um pouco mais de trabalho à seção de pesquisa. — Yohan piscou.

— Sem favoritismo?

— Não.

— Estou de folga então. — Yohan enfiou as páginas debaixo do braço e saudou Yeseul antes de sair pela porta.

— Boa noite. — A saudação de Hyunjin foi recebida com uma porta batida. Ele suspirou, baixando a cabeça.

Yeseul agora estava ciente de cada movimento que ela fazia. A respiração, o farfalhar do seu caderno, o chão sob as suas botas. Hyunjin podia sentir seu nervosismo.

— Como vai você? — Se fosse aqui que ele pudesse extrair as palavras dela, ele faria qualquer coisa.

Silêncio.

Hyunjin sentiu uma dor crescente.

— Desculpe.

Yeseul piscou. Ela não esperava que essa frase a atingisse com uma emoção avassaladora. Havia uma tensão dentro dela que se dissipou.

Hyunjin aproximou sua cadeira da dela, seus joelhos quase se tocando.

— Você pode me odiar se isso curar alguma coisa. Mas estou com medo do seu silêncio. É demais.

Yeseul respirou fundo. Ela caiu em transe. Ela se afastou de todos para o outro lado do mundo e ficou sozinha para estudar neurociência. A solidão que veio junto foi mais pesada do que nunca. Às vezes, penetrava tão profundamente nela que ela não conseguia ver além da noite. Naquelas horas terríveis, ela sentiu necessidade de ouvir Hyunjin. Mas principalmente as respostas chegaram quando ela já havia passado pelo pior.

O pensamento assustador de Hyunjin se apaixonando surgiria em sua mente e causaria mais dor. Ela fez vista grossa para isso até que não conseguiu. Agora ela deu um passo para bloqueá-lo de sua vida só para tê-lo diante dela com um desejo que ela não teve coragem de rejeitar.

— Diga algo. — Yeseul fechou os olhos. — Por favor. — Ela sentiu as mãos frias de Hyunjin em suas bochechas.

Não foi difícil contar a ele sobre seus sentimentos. Mas havia algo tão cru nisso — algo que a fazia se sentir uma perdedora, e a última coisa que ela queria era ser fraca aos olhos de Hyunjin. Ela não desejava um amor que brotasse da pena.

Yeseul abriu os olhos para ver a tristeza refletida neles.

— Eu não tenho nada a dizer.

Sua mão ficou mole. A resposta de Hyunjin saiu como um zumbido baixo.

— Nem um pouco?

— Eu deveria sair agora. — Yeseul se levantou. Seu coração desejava algo diferente, mas ela se esforçou para ter algum orgulho. Quanto mais tempo ela passava com ele, menos ela o detestava. Ela não precisava ver o quão suave o amor a havia transformado. Ainda não.

— Yeseul. — Hyunjin segurou o pulso dela, sem soltá-lo. Yeseul também não protestou. A parte onde a pele deles tocava parecia quente. Ela olhou por cima do ombro para encontrar olhos cansados pendurados em tristeza. — Você pode me dar companhia por algumas horas esta noite?

“Não.” Ela poderia dizer isso.

— Pelo que? — Ela não resistiu.

— Talvez uma bebida. — Uma flor de esperança floresceu no coração de Hyunjin.

“Não.” Ela poderia recusar.

Longos segundos se passaram, os ponteiros permaneceram conectados.

— Vou ver.

— Vou ver

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora