𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjin

5O.

Os momentos sombrios de Yeseul espelhavam as intrincadas conexões dentro da rede neural do cérebro, muito parecido com o delicado equilíbrio que ela estava aprendendo em seu curso de neurociência, onde mesmo as mudanças mais sutis poderiam moldar a paisagem de emoções e pensamentos.

Ela suspirou, soltando a caneta que segurava. Ela o observou rolar pela mesa, dando um salto com fé na gravidade. Ele caiu silenciosamente no chão, os estudantes tagarelas se afogando. Ela não se incomodou em pegá-lo.

Os livros à sua frente eram apenas palavras. Algumas ideias se interligaram, mas tudo passou pela cabeça dela. Ela sentiu uma dor amenizada no peito. Yeseul prendeu a respiração.

Ela havia bloqueado Hyunjin enquanto chorava em seu almoço frio há uma semana. Ou foram dois? Ela não contou desta vez. Um pouco de tensão em seus pensamentos, e ela percebeu que na verdade foi há quatro semanas.

Jeongin também. E Soji. Todos, exceto seu irmão, foram bloqueados.

O que doeu foi que ela sabia que ele não iria perceber. Ele mal estava online. E Yeseul ficou profundamente preocupada por causa do quão duro Hyunjin estava trabalhando sabe Deus para quê. Ele manteve isso em segredo, e agora a paciência de Yeseul estava se esgotando e talvez isso fosse para sempre um segredo.

Uma pequena cutucada em seu braço a acordou de seus devaneios. Ela olhou para cima, vendo uma morena lhe passando um papel.

“Comparecimento.”

Ela pegou, assinando ao lado de seu nome. Atendimento físico em 2024 foi estúpido. Ela entregou para a pessoa atrás dela sem olhar.

Yeseul não conseguia se imaginar sentada ali por três horas ouvindo alguém falar sobre neuroplasticidade. Ela apoiou a cabeça nos braços, sentindo as pálpebras pesadas. Desvantagens de ser estudante universitário.

— O antigo TA foi embora. Aparentemente, ele é o novo. — Alguém sussurrou. Yeseul não ergueu os olhos. Ela deu um mergulho mais profundo para descansar um pouco.

O professor consertou o microfone e cumprimentou a turma. Yeseul tirou preguiçosamente um lápis da bolsa, anotando termos que precisava estudar mais tarde. No final da aula, sua página era uma confusão de palavras escritas de maneira meio acalorada. Ela não se importou, porque eles tinham uma pausa para o almoço agora.

Yeseul viu alguém atrás dela pegando sua caneta.

— Ei, você deixou cair isso.

Ela pegou, olhando para trás. Seu coração estava na garganta. O menino parecia confuso com as expressões dela.

— Nós nos conhecemos? — Ele sorriu sem jeito, ajeitando o gorro.

— Por que diabos ele se parece tanto com ele?

A pessoa anônima olhou para a pasta nas mãos de Yeseul. Ele leu o nome. “Yeseul”. Uma elevação suave em seu olhar era evidente.

— Oi, te conheço. — Ele estalou o dedo, sorrindo. — Você me pagou para escrever sua redação na semana passada.

Yeseul estava com a língua presa.

— EU-

— O prazer é meu. — O cara sem nome recostou-se. Yeseul ainda podia sentir seu coração batendo forte por causa da surpresa anterior.

— Qual o seu nome? — Ela finalmente quebrou o silêncio.

— Yohan. — Ele estendeu a mão. Yeseul olhou para ele por um momento. Ela quase esqueceu que existem apertos de mão. Ela precisava se socializar mais. Yeseul pegou sua mão, apertando-a suavemente.

— Prazer em conhecê-lo.

— Sim, o mesmo. Agora conheço uma pessoa em uma classe de cem. — Os lábios de Yeseul se curvaram em um sorriso suave.

— Vamos sair mais. — Yohan pegou sua bolsa, esperando uma resposta. Ela só conseguiu assentir.

O sol lá fora desfocava as cores da terra em seu brilho. Yeseul ficou parado, pensando entre uma alimentação saudável e uma ingestão de junk food. O telefone dela tocou.

Era um e-mail do escritório do professor.

“... Eu queria discutir algo importante em relação ao seu recente envio de redação. Chegou ao meu conhecimento que você pode ter recebido assistência de outro aluno da turma...”

— Ótimo. — Yeseul leu mais.

“... Estou mais do que disposto a fornecer orientação e suporte para ajudá-lo a melhorar suas habilidades e compreensão. Visite meu escritório às 16h de hoje.”

Yeseul empurrou o dispositivo para o fundo da bolsa. Ela poderia se preocupar com isso depois de comer.