49.

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Yeseul sentiu uma nova mudança dentro dela. Quando ela olhou para o calendário numa manhã de inverno, uma sensação estranha se instalou em seus olhos. Já se passaram sete meses.

Desde a última vez que ela abraçou os pais e murmurou adeus com o coração pesado, muito tempo se passou. Ela se lembrou das pontas dos dedos de Hyunjin roçando suas mãos. Ele não conseguia dizer muito, mas a abraçou e Yeseul nunca quis soltá-la.

Yeseul estava em seu dormitório. O café dela estava frio. Ela estremeceu com o gosto. As anotações eram uma bagunça embaralhada cobrindo cada canto da mesa. Ela tentou sacudir a exaustão dos dedos, mas não adiantou. Havia um livro de neurociência aberto, com palavras destacadas que pareciam um redemoinho de sonhos das últimas noites. Yeseul de repente se sentiu tão perdida. Sua casca de ovo estava rachando e a sensação de segurança agora estava desmoronando como as folhas caídas lá fora. Ela sentia falta de casa.

— Você está bem aí? — Heidi, sua colega de quarto, entrou. Ela abriu a janela, um vento forte e cortante fez Yeseul estremecer.

— Estou bem. — Yeseul esticou os braços, gemendo. Ela trabalhou a noite toda. Ser movido pela cafeína e pelo medo de ficar para trás não era uma boa mistura.

— Parece que você precisa de um bom banho de espuma. — Heidi se acomodou em uma cadeira, dobrando a roupa que estava em sua cama. Yeseul sorriu com isso.

— O que há com você e banhos de espuma? Você estuda neurociência em Cornell e recomenda banho de espuma como tratamento. — Yeseul levantou-se, a cadeira rangendo contra o chão. Ela esvaziou o café frio na pia do banheiro.

— Você deveria tentar. Tudo que você faz é estudar. Você nem liga de volta para casa. — Heidi seguiu atrás, olhando para ela através de seu reflexo.

Yeseul olhou para a imagem dela à sua frente. Ela cutucou a pele, as olheiras a deixavam se sentir estranha.

— Eu pareço uma bagunça completa.

— Não vou culpar você. Afinal, é época de exames. — Heidi encolheu os ombros, caminhando em direção à máquina de café. — Quer uma xícara?

Yeseul suspirou.

— Chá de limão seria melhor.

— Que tal, — Heidi prolongou suas palavras, — você e eu... sairmos hoje à noite? Há uma festa acontecendo na casa de alguma criança.

Yeseul ergueu as sobrancelhas para a amiga.

— Tenho uma redação para entregar.

— Eu conheço alguém que vai te ajudar com isso. Esqueça isso por enquanto. Você deveria começar a se preparar para a festa. — Heidi agarrou seu braço, olhando para ela com olhos suplicantes. — Por favor?

Yeseul riu.

— Você vai pagar alguém para escrever minha redação?

— Sim! Esse cara tem feito isso na última semana. Acredite em mim quando digo que ele é muito bom no que faz.

Yeseul ponderou por um tempo.

— OK.

— OK! — Heidi estava sorrindo. — Vou deixar você começar com seu autocuidado agora!"

Yeseul não conseguia parar de sorrir. Às vezes ela esquecia que havia algo tão pequeno que poderia despertar suas emoções. Ela pegou o telefone querendo mandar uma mensagem para Hyunjin. Ele não estava muito ativo desde os últimos meses. Ele estava estudando muito para as entrevistas de emprego. Yeseul não se importou com o silêncio. Ela deixou mensagens para ele apesar de tudo. E às vezes, se ela tivesse sorte, receberia suas respostas em um dia. Embora hoje em dia tudo parecesse diferente por algum motivo. Ela não podia ignorar, mas sabendo o quão trabalhador ele era, ela não queria incomodá-lo ligando para ele com muita frequência. Hyunjin deixaria mensagens encorajadoras durante as semanas de exames. Essas eram as únicas coisas pelas quais ela ansiava.

𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑 𝐁𝐎𝐘. hwang hyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora