Capítulo 28

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Anitta

                                      Aspen- EUA

Naquela manhã gelada em Aspen, nosso último dia ganhou uma trama digna de um romance inesperado. Despertei para uma surpresa calorosa: beijos dançando em meu pescoço como notas musicais secretas. Ao invés de conflitos, o ar estava impregnado de uma eletricidade sensual. A cama se tornou um palco para nosso encontro apaixonado, e decidimos deixar a água do chuveiro ser cúmplice dos nossos desejos. Entre vapores e toques, a linha entre amor e luxúria se entrelaçava.
Após o último suspiro de vapor se dissipar, Gabriel me ergueu como um herói apaixonado, transportando-me para a pia, onde as águas do desejo continuaram a fluir. Cada movimento era uma coreografia de paixão, um espetáculo íntimo onde gemidos se misturavam ao som da água. Mordidas suaves nos ombros de Gabriel marcavam o compasso frenético do nosso encontro, enquanto as unhas arranhavam suas costas como tatuagens temporárias de uma paixão ardente. O banheiro se tornou nosso palácio secreto, e naquele momento, as fronteiras do tempo pareciam desvanecer diante da intensidade do nosso amor fugaz.
  Após aquela manhã deliciosa, saímos do quarto envoltos em uma aura de cumplicidade. Nosso filho, Joaquim, trazia alegria à sala, brincando animadamente com sua babá. Ao nos avistar, seus olhos brilharam, e ele correu em nossa direção como se fosse a melhor surpresa do dia. Com Joaquim nos braços, formamos um trio que emanava felicidade.
  Encaminhamo-nos juntos até a mesa do café da manhã, onde aromas frescos de café se misturavam com a atmosfera amorosa que nos envolvia. Enquanto degustávamos as delícias matinais, as conversas fluíam suavemente, pontuadas por carinhos espontâneos e olhares repletos de significado. Era mais do que uma refeição; era um banquete de afeto compartilhado, um momento em que as palavras se entrelaçavam com os gestos, selando um capítulo especial em nossa história.

- Bom dia, família! - Duh se aproximou da mesa com um sorriso travesso.

- Bom dia! - Respondemos em uníssono, capturados pela energia contagiante de Duh.

- Dormiram bem? - Duh questionou, lançando um olhar curioso à mesa.

- Maravilhosamente bem! - Confirmo, deixando escapar um sorriso radiante. -E vocês, como foi a noite?

- Ótimo! - Duh exclamou, com um brilho de mistério nos olhos - Encontrei um 'bofe' incrível e dei uns beijos. E vocês, ficaram bem?

- Muito bem! - Gabriel respondeu com uma piscadela sugestiva.

- Ah! -Duh exclamou, surpreendendo-nos ao revelar um anel que brilhava misteriosamente. -Achei isso ontem quando chegamos. -Ele pegou o objeto com um sorriso malicioso- Acho que você perdeu.

Com cuidado, retirei o anel da mão de Duh, sentindo o peso simbólico que ele carregava. O metal frio contrastava com a pulsação acelerada em minhas mãos. Ao encontrar os olhos intensos de Gabriel, hesitei por um momento. Em vez de simplesmente colocar o anel, optei por guardá-lo em meu bolso, como se aquilo fosse um segredo precioso a ser protegido. Um ar de surpresa se instalou no rosto de Duh, enquanto captou a sutil troca de olhares, percebendo instantaneamente que algo novo estava se desdobrando entre nós.

- O que vocês dois aprontaram? -Duh questiona, numa mistura de curiosidade e surpresa.

- Nada, Duh. -Tento mudar o rumo da conversa.

- Calma! -Duh, pensativo, comenta- Quando cheguei, Gabriel não estava no quarto, porque eu vi a porta aberta e não tinha ninguém lá. Vocês dormiram juntos, certeza absoluta.

- Duh, o que aconteceu na noite passada precisa ficar entre nós, por enquanto. -Com receio da exposição, peço- Então por favor, se controla.

- Tudo bem! -Ele responde, levantando as mãos em rendição - Já não está mais aqui quem falou.

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