Capítulo 46

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Gabriel Brineli

Rio de Janeiro

Após o caloroso reencontro com minha família e amigos, a alegria se estendeu ao retornar à minha empresa e assumir as rédeas do trabalho. O primeiro dia foi marcado por uma reunião detalhada com Victor e Adriel, onde cada acontecimento dos dias em que estive ausente foi minuciosamente compartilhado. Juntos, buscamos soluções para os desafios emergentes, assegurando que nenhum detalhe escapasse da nossa atenção.
Enquanto Victor apresentava os números de faturamento dos eventos recentes, meu orgulho atingiu novos patamares ao constatar que os Ensaios do bloco da Anitta haviam conquistado o primeiro lugar. O sucesso absoluto da minha namorada transpareceu nos números, e um sorriso orgulhoso se formou em meu rosto.
Após a intensa reunião que se estendeu por algumas horas, senti a necessidade de um café forte para recarregar as energias antes do próximo compromisso, que seria com Beatriz. A percepção da importância de ajustar nossa dinâmica de trabalho tornou-se evidente durante a conversa anterior. Antes que problemas mais sérios surgissem e comprometessem nossa eficiência, era crucial abordar e aprimorar essa "relação" profissional.

- Boa tarde, Bia! - Digo, sorrindo. - Sinta-se à vontade para se sentar.

- Boa tarde! - Ela responde, ocupando a cadeira à minha frente e respirando profundamente. - Você está mais formal hoje.

- Estamos em nosso horário de trabalho, é natural. -Rebato, folheando alguns papéis. - Você sabe por que te chamei aqui?

- Não. - Beatriz suspira, visivelmente nervosa. - Só espero que não seja uma demissão.

- Na verdade, Bia, não se trata de demissão.
- Afirmo, notando seu alívio momentâneo. - Precisamos discutir sobre o ocorrido.

- Gabriel, admito que agi impulsivamente e errei.
- Beatriz confessa, com um tom de nervosismo. - Não deveria ter me deixado levar.

- Concordo, Bia. - Respiro fundo, escolhendo minhas palavras com cuidado. - Suas ações impensadas criam problemas e colocam as pessoas em situações desconfortáveis, o que não é algo que eu aprecie. Compreendo seus sentimentos, mas a Larissa é a mulher que amo, e estamos juntos. Não quero te magoar, mas também não posso permitir que a Larissa seja prejudicada. Não posso oferecer falsas esperanças, pois sei que não conseguirei cumpri-las.

- Está tudo bem! - Beatriz afirma, e percebo seus olhos marejados. - Você não tem culpa de nada. Eu alimentei esse sentimento, mesmo sabendo de todas as circunstâncias.

- Valorizo seu trabalho, Bia, e espero sinceramente que possamos superar isso e seguir em frente. No entanto, a decisão é sua. Se deseja continuar na Fábrica, terá meu apoio.

- Não. - Ela se apressa em dizer. - Eu preciso continuar aqui, Gabriel.

- Então, você continua. - Afirmo, sorrindo, expressando um alívio mútuo.

  Com a saída serena de Beatriz da minha sala, após um entendimento amigável, direciono minha atenção para os papéis e contratos espalhados pela mesa, estudando cada detalhe minuciosamente. No entanto, meu foco é abruptamente interrompido quando Rodrigo irrompe na sala, seguido por Adriel e Victor. Surpreendido, ergo-me rapidamente, engolindo em seco ao encarar aquele rosto inesperadamente diante de mim.

- Essa empresa só pode estar se tornando uma bagunça - Exclamo, visivelmente irritado. - Qual é a explicação para esse cara estar aqui?

- Brineli, sabemos que o Rodrigo não é bem-vindo aqui. - Adriel argumenta. - Mas o que ele tem para falar e mostrar é importante.

- O que foi dessa vez? - Pergunto, desconfiado.

- Eu... Eu recebi uma intimação na minha empresa.
- Rodrigo diz, visivelmente nervoso.

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