Capítulo 69

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Anitta

Miami

Com certeza, uma das maiores alegrias que eu guardava no coração era a oportunidade de celebrar meu aniversário cercada pela minha família e amigos. Cada ano, eu me envolvia intensamente na organização, pensando meticulosamente em cada detalhe, desde a escolha do tema até a seleção dos petiscos e das músicas que embalariam a festa. Era um verdadeiro ritual de amor, onde eu depositava todo o meu carinho para criar memórias preciosas ao lado das pessoas que mais amava.
No entanto, desta vez, um compromisso de trabalho inadiável surgiu, obrigando-me a antecipar a celebração do meu aniversário para alguns dias antes da data oficial. Mesmo estando longe do Brasil, em Miami, decidi manter viva a tradição e celebrar ao lado dos que mais amo. Minha família e amigos não hesitaram em atravessar oceanos para estar ao meu lado, trazendo consigo toda a alegria e calor humano que tornam essa ocasião tão especial.
Naquele momento mágico, rodeada pelas pessoas que ocupavam um lugar especial no meu coração, sentia-me plenamente feliz, absorvendo cada segundo daquela festa inesquecível. Embalada pela música contagiante, dançava entre risos e brindes, entregando-me completamente à diversão ao lado dos meus amigos e familiares. Cada passo de dança era uma expressão de alegria, cada risada ecoava como música para os meus ouvidos, e cada brinde celebrava não apenas mais um ano de vida, mas também a preciosidade dos laços que nos uniam naquela noite memorável.
Enquanto me divertia no meio da pista de dança, senti um toque suave em meu ombro e me virei para encontrar Mônica, que sorria timidamente. Não hesitei em abraçá-la com força, transbordando gratidão por sua presença naquela ocasião tão especial. Nosso abraço foi como um encontro de almas, repleto de carinho e cumplicidade, um momento que selava não apenas nossa amizade.

- Sei que não é o momento, mas queria te pedir desculpas por ter te colocado nessa 'furada'.
- Mônica segura minhas mãos, e eu lhe encaro, sorrindo.

- Fica tranquila! - Afirmo, tentando lhe passar carinho e compreensão, pois sabia que ela tinha motivos o suficiente para esconder o segredo do Gabriel por tanto tempo - Você é uma pessoa incrível, não só apenas pra mim, mas como para o Gabriel e o Joaquim. - Ela sorri, apertando mais as minhas mãos - O César vai pagar por tudo que fez, pode ter certeza.

- Assim eu espero. - Mônica diz, suspirando.

- Que bom que você veio. - Respondo sinceramente- Aproveita, brinca, bebe e se diverte, porque eu sei que ama festa tanto quanto eu.

Pode deixar. - Seus olhos passeiam pelo ambiente que acontecia minha festa, antes de me encarar novamente - E o Gabriel?

Assim como em todas as minhas festas de aniversário, mesmo quando estávamos separados, Gabriel sempre marcava presença de alguma forma. Podia vê-lo, relaxado e à vontade, entre amigos, compartilhando risadas e histórias. Às vezes, o flagrava dançando descontraído ou circulando pelo ambiente, sempre mantendo um olhar atento em mim. E quando nossos olhares se encontravam, a eletricidade entre nós era palpável, atraindo-nos irresistivelmente um ao outro. Não demorava muito para nos aproximarmos, buscando aquele contato físico que nos reconectava instantaneamente. Um beijo suave, um abraço caloroso - gestos simples, mas carregados de significado, lembrando-nos da nossa ligação especial, mesmo diante da multidão festiva ao nosso redor.
A realidade é que a presença de Gabriel como meu noivo era algo totalmente novo para nós dois, especialmente depois de tudo que passamos juntos. Cada vez que nos aproximávamos, mesmo que de forma sutil, a atmosfera ao nosso redor mudava, os olhares curiosos e os sussurros se tornavam inevitáveis, deixando-nos ambos um pouco tímidos, não importava quanto tempo passasse. Era como se estivéssemos sob um holofote, com todos os olhos voltados para nós, analisando cada gesto, cada troca de olhares, como se tentassem decifrar o que realmente significava nossa conexão.

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