Capítulo 52

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Gabriel Brineli

Rio de Janeiro

À medida que os dias se desvaneciam numa vertiginosa sucessão, a voracidade do tempo se tornava evidente. Ao perceber, surpreendido, que o final de semana se manifestara diante de mim, fui abruptamente envolvido por uma avalanche de compromissos. Entre reuniões intensas e a árdua resolução de problemas que provocavam dores de cabeça, o cenário tumultuado se ampliava com a efervescência dos eventos ao redor. Festas e celebrações fervilhavam, entrelaçando-se com a energia palpável dos preparativos para o carnaval, o ápice de toda agitação.
Na companhia do Victor e do Pablo, adentrei as imponentes instalações onde o camarote tomaria forma. A atmosfera vibrante da Sapucaí impregnava o ar, enquanto nos dirigíamos aos ensaios técnicos das escolas de samba. Ouvíamos o eco dos tambores e contemplávamos a dança sincronizada dos passistas, imersos na magia do carnaval carioca.
  Cruzei meus braços, envolto pela atmosfera vibrante dos desfiles das escolas, onde cores e músicas se entrelaçavam em um espetáculo encantador. Sorria enquanto observava, acenando para amigos e conhecidos que passavam ao meu lado, trocando cumprimentos animados.

- Como eu amo o carnaval! -Exclama Pablo, com um sorriso sacana iluminando seu rosto ao se aproximar- Isso aqui é simplesmente maravilhoso!

- Ficou maluco de vez? -Questiono, estranhando a súbita felicidade dele- O carnaval ainda nem começou, segura sua emoção.

- Esse moleque sempre está nessa vibe. -Comenta Victor- É o Fantástico Mundo do Pablo.

- Sabem por que vocês estão tão chatos? -Pablo diz, nos envolvendo pelos ombros - É porque ainda não conhecem o 'Paraíso'.

Meus olhos seguem o acenar de cabeça do Pablo em direção a um grupo de meninas que sorriem e acenam em nossa direção. Um nervoso alcança meu corpo quando percebo sua atenção
desviar-se para elas. Automaticamente, solto-me dos braços do Pablo e viro-me de costas, tentando disfarçar a onda de desconforto que me invade.

- Eu namoro, irmão. Tô fora! -Afirmo, irritado, recusando a proposta.

-Elas não são amigas das nossas irmãs? - Victor pergunta, interessado.

-  São, e elas vão estar no after do Adriel daqui a pouco. -Responde Pablo, fazendo Victor sorrir.

- Porra! -Esbravejo, com raiva. - Esqueci da festa de aniversário do Adriel hoje, e pra piorar, na minha casa. -Nervosamente, mexo em meu cabelo - Quem deixou isso acontecer na minha casa mesmo?

- Você mesmo, Brineli . -Relembra Pablo - Já que a casa do Adriel está em obras e você, como um bom primo, cedeu o espaço.

- Eu estava bebendo? -Resmungo, preocupado- Larissa vai me matar, certeza absoluta.

- Relaxa, cara! - Victor tenta me acalmar, colocando uma mão em seu ombro. - Você só cedeu o espaço para seu primo. Isso não quer dizer que vá trair sua namorada.

Quando retornei à minha casa, após um dia exaustivo, não esperava encontrar um cenário tão agitado. Ao invés do silêncio reconfortante que costumava envolver meu lar, deparei-me com um grande tumulto. Não se tratava apenas da presença de alguns familiares e amigos, mas sim de um grupo considerável de mulheres desconhecidas que pareciam ter tomado conta do meu quintal. Enquanto isso, minha namorada estava a quilômetros de distância, em Belo Horizonte, realizando uma apresentação.
  Minha mente estava uma confusão, incapaz de encontrar uma solução para aquela situação.
Eu permanecia à distância, observando o caos se desenrolar no meu próprio quintal, enquanto tentava imaginar como explicaria tudo para Anitta no dia seguinte. A ansiedade me consumia, e eu sabia que precisaria encontrar as palavras certas para tentar acalmar qualquer preocupação ou
mal-entendido que surgisse desse episódio.

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