[ROMANCE SOBRENATURAL] 🔞
Anjos, demônios, bruxos, seguidores de diversos cultos e deuses. Há mais mistérios entre o céu e a terra do que se supõe a vã filosofia dos homens.
Depois de perder sua maior confidente na vida, Dahlia se vê dividida entre...
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"Oh God, I miss you on my lips."
VENICE BITCH
Dahlia soltou um longo bocejo em meio ao expediente, secando o suor que pontilhava a têmpora, grudando seus cachos na testa, enquanto sua amiga a encarava, com nítida preocupação no olhar.
Ayana havia refeito seu bracelete de pedra-da-lua, cujo qual Dahlia estava usando naquele exato momento, pois testemunhara sua agonia nos últimos dias, e acreditou internamente que o bracelete a ajudaria um pouco nessa situação com as assombrações. Não adiantou muita coisa.
Aya não entendia o porquê. O bracelete tinha como finalidade protegê-la de tudo o que quisesse seu mal... Por que não funcionava com as almas, então?
- Dr. Uriah disse que me receitaria um remédio decente para me ajudar a dormir. – Dahlia dizia. – Mas eu não quero ficar dopada. Já sofro de delírios suficiente durante o dia. Não preciso da ajuda de medicações.
- Não são delírios. São espíritos. – Ayana corrigiu, num tom reprovativo. – Não quer falar com a Raquel sobre isso, pelo menos? Acho que ela saberia o que fazer...
- Não precisa. Tenho certeza de que... vou dar um jeito nisso.
- Ele não vai aparecer mais, amiga. Já faz tanto tempo... – Ayana falou, preocupada diante do tom de voz esperançoso de Dahlia. – Precisamos de uma alternativa que não seja imputar sua paz a presença de um demônio que não vai voltar.
- Eu sei. – suspirou e sorriu, mascarando a melancolia que tomava seu peito. – Vou pensar em algo. Pode ficar tranquila. Ficarei bem.
A conversa entrou nesse âmbito quando Aya informou que não passaria a próxima semana na casa de Dahlia, pois precisaria resolver pendências que envolvem o negócio de sua mãe, junto da própria. Mas Ayana estava preocupada com a ideia de deixar Dahlia sozinha, com tanta perturbação a rondando naquela casa.
Kayta não aparecia há semanas. Em determinado momento, ela chegou a cogitar... E se ele tivesse sido pego pela Doutrina? O estômago dela se contraiu em pavor. Diante dessa hipótese e o fato de estar sendo totalmente ignorada... ela preferia mil vezes a última.
Exatamente por essa razão, tentava encarar a situação com leveza, pois os dias em que passara em prantos ficaram para trás – lá nos primórdios da última semana em que ele aparecera, deixando para trás apenas um rastro de sua fúria, o efeito de um beijo ardente que se agarrava a sua memória até hoje e uma sequência de mensagens que ela enviara em seu contato intitulado "Kay" com um coraçãozinho negro do lado.
Ela já não tentava mais. Pelo próprio bem.
A única coisa que tentava era seguir em frente, sorrindo – mesmo sentindo o coração sangrando.
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Adentrou a casa, que deixara de ser silenciosa desde o dia em que decidira adotar Lótus.