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Yuka

- Seu filho está bem, apesar do super aquecimento em seu corpo de alguma forma o seu organismo consegue aguentar essa alta temperatura e ao mesmo tempo proteger o seu bebê. Então não se preocupe pois o seu bebê não foi afetado por isso, estão se acalme...ele só está com o coração acelerado então respire que vou buscar uma água para vocês já que não temos nenhum calmante aqui.

Ele sai da sala fechando a porta atrás de si e quando olho pra Kuon ela começa a chorar e me abaixo ficando em seu campo de visão

- O bebê está bem!

O coração ainda pulsando num ritmo frenético, tento transmitir calma para Kuon, cujos olhos estão mergulhados em lágrimas. Seu desespero é palpável, uma ferida aberta expondo todas as suas angústias mais profundas. Seguro suas mãos firmemente entre as minhas, buscando transmitir alguma segurança naquele momento de caos.

- Eu sei que estava assustada, mas tudo vai ficar bem - murmuro, embora saiba que minhas palavras não podem apagar o que ela sentiu.

Kuon cobre o rosto e desaba m, uma expressão de dor dilacerando seu semblante. É como se cada lágrima derramada fosse uma afirmação da sua agonia, um grito silencioso por socorro em meio à escuridão que a envolve.

- Por um momento...eu pensei que se tivesse perdido o bebê eu...ele não teria que viver aqui.

Com delicadeza, ergo seu rosto, encarando seus olhos repletos de temor e desamparo.

- Não fale algo que vá se arrepender! - imploro, tentando acalma-la.

- Eu sei que é uma droga, mas saiba que eu nunca vou desistir de tentar nos salvar. É uma promessa.

Sinto o peso das palavras ecoando entre nós, uma promessa de esperança em meio ao desespero. Os olhos dela encontram os meus, e por um instante, parece que somos os únicos habitantes desse mundo cruel e implacável.

- Eu estou com medo - confessa ela em um sussurro, suas lágrimas traçando caminhos de angústia pelo rosto pálido.

- Eu também - admito, compartilhando sua vulnerabilidade. - Mas vou proteger esse bebê e você Kuon. Eu vou dar a minha vida por vocês, se for necessário.

Ela se agarra a mim, buscando conforto em meio à tempestade de emoções. - Yuka, você me dá forças - murmura, suas palavras carregadas de gratidão e amor. - Você é meu anjo, então por favor, não fala algo assim.

Prometo a mim mesmo que nunca deixarei de ser esse anjo para ela e para o nosso filho. Juntos, enfrentaremos os horrores deste mundo e protegeremos o nosso pequeno milagre.

- Eu amo vocês! Vamos ficar bem - declaro com convicção, selando nosso compromisso com um abraço que parece conter todo o peso do universo.

Kuon recua, revelando sua vulnerabilidade mais uma vez. - Eu quero tomar um banho - murmura, os resquícios do trauma ainda presentes em sua voz trêmula. - Não posso suportar sentir as mãos daquele homem em mim.

- Vamos - concordo prontamente, determinado a afastar qualquer vestígio daquele pesadelo de nossas vidas.

E enquanto a água corre, eu prometo a mim mesmo que nunca deixarei que o mal toque novamente aqueles que amo.

Enquanto Kuon se prepara para um banho reconfortante, minha mente vagueia pelos terríveis eventos que nos trouxeram até aqui. A imagem do homem que a atacou surge em minha mente, uma figura sinistra que representa tudo o que há de mais sombrio neste mundo distorcido em que estamos presos.

Prometo a mim mesmo que farei tudo o que estiver ao meu alcance para proteger Kuon e nosso filho, mesmo que isso signifique ter que destruir os horrores que nos rodeiam um por um.

Enquanto aguardo do lado de fora do banheiro, meus pensamentos são interrompidos pelo som de um grito abafado vindo do interior. Meu coração dispara de temor enquanto me apresso a abrir a porta, temendo o pior.

- Kuon, o que aconteceu? - pergunto, entrando apressadamente no recinto.

Ela está encolhida no chão, as mãos trêmulas envolvendo o ventre como se temesse que o bebê pudesse escapar a qualquer momento. Seus olhos estão arregalados de terror, uma sombra do que costumavam ser.

- Ele está aqui - ela sussurra, sua voz carregada de pavor. - Ele está aqui dentro, querendo nos fazer mal. Querendo me levar...

Uma onda de angústia me atinge com força total. - Quem está aqui, Kuon? Quem você viu?

Ela olha ao redor, como se esperasse que o monstro emergisse das sombras a qualquer momento. - Ele... ele sempre volta. Eu sinto sua presença, Yuka, como uma sombra que nunca desaparece.

Meus pensamentos se voltam para o Mamoru, ele causou isso nela e me sinto culpado, eu o trouxe aqui...

- Eu não vou deixar que ele te machuque novamente - prometo, determinação ardente enchendo meu peito. - Nós vamos sobreviver Kuon. Eu juro.

Ela me olha com gratidão, um brilho de esperança surgindo em seus olhos cansados. - Obrigada, Yuka. Por estar sempre ao meu lado, mesmo nos momentos mais sombrios.

Observo o tremor que ainda percorre seu corpo enquanto ela tenta se recuperar do ataque de pânico. Uma parte de mim deseja agarrá-la e protegê-la com todas as minhas forças, enquanto outra parte sabe que preciso ser forte por ela, por nós.

- Kuon, você precisa se acalmar - digo suavemente, agachando-me ao seu lado e envolvendo-a em um abraço reconfortante.

Ela me olha com olhos cheios de lágrimas
- É...é difícil acreditar que podemos escapar desse pesadelo, mas eu acredito em você.

Eu aperto sua mão, buscando transmitir uma sensação de segurança. - Nós vamos encontrar uma maneira, Kuon. Eu não vou descansar até garantir que você e nosso filho estejam seguros.

Ela me encara por um momento, como se estivesse ponderando minhas palavras. Então, com uma determinação renovada, ela se levanta do chão e me estende a mão.

- Yuka, você pode... ficar comigo? - sua voz é tímida, mas cheia de esperança. - Eu sei que é estranho pedir, mas... eu não quero ficar sozinha.

Um calor reconfortante se espalha pelo meu peito enquanto a olho, emocionado com sua vulnerabilidade. - Claro, Kuon. Eu ficarei com você.

Ela me ajuda a tirar minha roupa e entramos embaixo do chuveiro e enquanto a água lava nossas preocupações e medos, prometemos um ao outro que não importa o que aconteça, estaremos sempre juntos.

- Yuka... - ela pega minhas mãos e levam até sua cintura e vejo suas bochechas vermelhas

- Eu quero você, quando eu sinto você eu esqueço dele e...

Me inclino e a beijo profundamente separando qualquer distância existente entre nós.

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⏰ Última atualização: Apr 13 ⏰

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