19

403 24 16
                                    

Sniper

Depois daquele momento incrível, para dizer o mínimo, tirei os lençóis manchados de sangue da cama, sentindo um estranho misto de orgulho e carinho. Kuon, ainda ofegante, cobria o rosto com o travesseiro, murmurando desculpas envergonhadas enquanto eu a ajudava a se limpar. Seu constrangimento era tão adorável que me arrancava um sorriso.

— Você não precisa se desculpar, boba — murmurei, passando um pano morno entre suas pernas para remover os últimos vestígios de nossa primeira vez. Ela se encolheu um pouco ao toque, sua pele hipersensível.

— M-mas... é tão embaraçoso — sua voz saiu abafada pelo travesseiro.

Me controlei para não rir e, em vez disso, me deitei ao seu lado, puxando-a para meus braços. Seu corpo pequeno se encaixou contra o meu como se sempre pertencesse ali. Fechei os olhos por um instante, aproveitando aquele raro momento de tranquilidade, ciente de que não duraria muito.

O sono logo a venceu, e enquanto ela dormia, estudei cada detalhe seu. A forma como sua respiração suave fazia seu peito subir e descer, seus cabelos desgrenhados espalhados pelo travesseiro, algumas mechas caindo sobre seu rosto... Kuon parecia um anjo, mas ao mesmo tempo, uma deusa—sexy e perfeitamente minha.

Meus olhos vagaram por seu corpo nu. Seu peito, coberto de marcas que deixei com meus beijos e mordidas, seus pulsos com pequenos hematomas onde a segurei com força demais. Não me arrependo. Era minha forma de me conter, de não perdê-la para um desejo incontrolável.

Só de lembrar do que aconteceu há pouco tempo, meu corpo reage. O jeito como ela gemia meu nome, como se entregou para mim sem reservas, como se moldou ao meu toque... Eu sonhei com esse momento inúmeras vezes, mas nada—nada—se comparava à realidade.

Quando me enterrei dentro dela e senti seu corpo se apertando ao meu, tive que me conter para não perder o controle. Ela era tão quente, tão apertada, e mesmo sem ter consciência, ela me enlouquecia com cada mínimo movimento.

Havia tantas coisas que queria fazer com ela, tantas formas de possuí-la... Mas me contive. A primeira vez dela precisava ser especial, e eu queria que ela se lembrasse com prazer, não com medo. Agora, finalmente poderíamos explorar juntos esse novo mundo, descobrir seus desejos, seus limites. E eu estava ansioso para guiá-la por esse caminho.

Um barulho na porta me trouxe de volta à realidade. Num instante, já estava fora da cama, pegando minha arma.

— Kuon, acorde.

Ela resmungou sonolenta, virando-se na cama. Me aproximei e coloquei minha blusa sobre seu rosto, mantendo meus olhos fixos na porta.

— Acorde, Kuon!

Ela abriu os olhos devagar, e quando me viu, sorriu sonolenta, um sorriso tão encantador que, por um momento, me fez esquecer da ameaça lá fora.

— Sniper, sou eu, Yuri — a voz veio da porta. — Precisa abrir agora. Sei que pediu para não incomodarmos, mas é uma emergência. Já fazem horas que vocês estão aí, o sol vai nascer.

Merda.

Soltei a arma por um momento e ajudei Kuon a vestir minha blusa, fechando os botões enquanto ela ainda piscava devagar, sem entender bem o que acontecia. Ela estava linda assim, usando algo meu.

Me vesti rapidamente e caminhei até a porta. Antes de abrir, olhei para a cama. Kuon deitou de novo.

Droga.

Assim que destranquei a porta, Yuri e Mayuko entraram apressadas, parando no meio do quarto. Seus olhos se arregalaram ao ver Kuon na cama, seu corpo parcialmente coberto pelos lençóis, mas ainda revelando as marcas que eu havia deixado.

The Other WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora