CAPÍTULO 22

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Por sorte, o carro é parado rapidamente antes que eu me machuque gravemente.
Caio no chão com o susto e começo chorar ainda mais.

Eu só havia machucado o joelho, que doía e estava sangrando sem parar.
Logo alguém sai do carro em meio de toda aquela chuva e vem em minha direção.

Quando ele tira o óculos, não consigo acreditar em quem eu estava vendo, parecia alguém familiar.

Sae - Que merda, você não viu o sinal??

- Desculpe... - falo ainda travada ali.

Ele vem se aproximando.

Sae - Huh? Você? - ele parecia mais surpreso que eu.

- Te conheço? - falo tentando enxugar meus olhos e tentando entender direito quem era.

Quando volto finalmente para si, consigo reconhecê-lo, era o chato do irmão do Rin. Por que tinha que ser logo ele?

Sae - Ei? Você tá bem? - ele se abaixa até mim. - isso aqui tá horrível. - ele fala se referindo ao grande corte em meu joelho, com a mesma cara séria de sempre.

- Tá tudo bem sim, não se preocupe. Me desculpe pelo incomodo, senhor. - tento levantar, mas meu joelho doía bastante.

Sae - Eu vou te levar para o hospital, me sinto responsável por isso... - ele me pega no braço.

- Ei, me põe no chão!

Sae - Você nem consegue ficar de pé! Se eu fosse você aproveitaria que estou sendo bonzinho.

Ele me carrega até seu carro e me coloca no banco de trás onde tinha algumas malas.

Ele liga o carro e vai em direção ao hospital mais próximo.

Sae - Você tem algum documento? Ou número de responsável? Crianças não deveriam andar sozinhas pela rua, sabe?

- Você tá achando que tenho 11 anos é?

Sae - Bom, pra andar toda destraida na rua, só sendo criança mesmo. Sorte sua que quase não tinha muito movimento de carro.

Reviro os olhos.

- Olha, você não precisa me levar para o hospital.

Sae - Não quero ser preso, então fica quietinha aí.

- Mas eu não vou te denunciar nem nada, grande parte da culpa foi minha, mano.

Sae - Eu já decidi que vou te levar, então só fica em silêncio! Você fala demais, não consigo nem pensar direito.

- É que minha tia trabalha lá, e se ela me ver vou levar uma bronca.

Sae - Aí o problema já é seu... - ele volta a ficar em silêncio.

Nossa, a paciência dele lembra muito o Rin, não é atoa que são irmãos.

O ambiente fica em total silêncio por grande parte do percurso.

Sae - Não que eu me importe, mas o que você tem com o Rin? - ele pergunta simplesmente do nada.

- Huh? Eu e o Rin?

Sae - É.

- Acho que não seja da sua conta. - respondo.

Sae - Cê que sabe. Não sei o que você viu nele... Parece até que nunca viu algo que vale a pena de verdade... - ele murmura bem baixinho.

Idiota.

Não respondo mais nada, apenas volto a ficar em silêncio.

O percurso até o hospital não era tão longe, então não demora muito para chegarmos.

𝐄𝐔 𝐄 𝐕𝐎𝐂𝐄̂ ✭(𝑹𝒊𝒏 𝑰𝒕𝒐𝒔𝒉𝒊)Onde histórias criam vida. Descubra agora