Este livro é dedicado a vocês, que ousam sonhar com um amor sem fronteiras. Que ousam descobrir o lado mais obscuro do amor e da paixão. Que ousam amar com toda a sua intensidade, mesmo que isso implique se arriscar pelo caminho.
Isadora Ravenwood é...
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Eu vim de uma família abusiva e disfuncional. Meu pai bebia muito e abusava de minha mãe verbalmente e fisicamente. Na escola, eu sofria bullying e não tinha amigos. Eu me sentia solitário e desesperançado.
Aos 17 anos, eu presenciei um terrível acidente de carro que tirou a vida do meu melhor amigo. Eu fui seriamente ferido e fiquei meses no hospital me recuperando. O acidente me traumatizou e eu desenvolvi transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Depois do acidente, minha tia me acolheu, mas ela era viciada em álcool e não cuidava de mim. Ela não tinha paciência para o meu jeito de ser e me mandou para um hospital psiquiátrico. É aí que a minha história realmente começa.
-- Você está bebendo de novo? -- Minha mãe perguntava ansiosamente.
-- Não, eu não estou bebendo de novo.
-- Você está mentindo. Eu posso sentir o cheiro de álcool na sua respiração.
-- Eu só tomei uma cervejinha. Não faz mal nenhum.
-- Você prometeu que não ia beber mais. Você está fazendo mal para sua saúde.
-- Eu sei, eu sei. Eu só quero uma bebida para desestressar.
-- Você está se destruindo. Você precisa de ajuda. -- Ela implorava, nervosa e angustiada.
-- Eu não preciso de ajuda. Eu sei o que estou fazendo.
-- E o seu filho? Você não se importa com ele? -- Ela soluçava, desesperada.
Meus olhos estavam vidrados na TV, que mostrava um filme qualquer.
-- ME OUÇA -- Ela berrava.
Só sinto o vento passar quando meu pai agarra o braço da minha mãe e puxa com tanta força que a joga no chão.
-- Escute bem, não precisa berrar -- Ele falava com a voz cansada
-- Leva o Lucian para o quarto -- Meus olhos nem piscavam na frente da tv -- Por favor
-- Corre logo para lá -- Ele gritava, eu ficava parado -- Você quer me enfrentar moleque
Ele solta a mamãe e agarra meu braço com força me puxando até a escada.
-- Sobe e não saia de lá sem minha ordem -- Eu olho para sua cara e olho para minha mãe
-- Sobe filho -- Ela falava entre soluços -- A mamãe já já traz um bolo para você
Concordo com a cabeça e subo a escada correndo, entro no quarto trancando a porta. Ligo a pequena tv que tinha em meu quarto e coloco novamente em um desenho animado. Ouço choro da minha mãe e palavrões do meu pai, ouço seu desespero. Aumento o volume da tv afim de ocultar o som nojento que vinha do andar de baixo. Meu inferno só estava começando
...
Finjo está dormindo quando minha mãe se aproxima e deita ao meu lado, sem perceber que estou acordado. Ela acaricia o meu cabelo e sussurra palavras doces.
-- Você é a única coisa que me faz querer viver -- Fico imóvel enquanto ela chora -- Me perdoa por deixar você passar por isso
Sinto ela levantando e colocando algo sobre a cômoda, espero que ela saia e bata a porta quando me viro e vejo o que ela tinha deixado.
Uma caixinha de som com fones de ouvido. Me viro olhando para o teto e ali fico encarando até pegar no sono.