CAPÍTULO 21| Sinal de esperança

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Leia esse capítulo ouvindo "Despair" também é de Naruto, juro pra vocês que com essa trilha sonora vocês vão chorar mais do que tudo

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Eu não aguentava mais ficar no meu quarto, olhando para o Rex morto no meu colo. Eu não aguentava mais sentir a dor, a culpa, a raiva. Eu não aguentava mais o meu pai, que tinha matado o meu cachorro, que tinha estragado a minha vida.

Eu resolvi sair do quarto e enfrentar o meu pai. Eu resolvi lutar pelo meu direito de viver, pelo meu direito de ser feliz, pelo meu direito de ter um cachorro.

Eu deixei o Rex na cama, coberto com o meu lençol. Eu sequei as minhas lágrimas, respirei fundo e abri a porta. Eu desci as escadas e fui para a sala, onde o meu pai estava sentado no sofá, assistindo à televisão. Ele estava fumando, bebendo e rindo. Ele estava se divertindo, como se nada tivesse acontecido.

-- Pai, eu preciso falar com você -- eu disse, tentando ser firme

Ele me olhou com desprezo e desligou a televisão. Ele jogou o cigarro no cinzeiro e a garrafa no chão. Ele se levantou do sofá e veio na minha direção. Ele era alto, forte e assustador. Ele tinha um olhar de ódio, de crueldade, de loucura.

-- O que você quer, Lucian, seu moleque? -- ele disse, me empurrando contra a parede -- Você veio me pedir desculpas? Você veio me agradecer? Você veio me obedecer?

-- Não, pai, eu vim te enfrentar -- eu disse, tentando me soltar -- Eu vim te dizer que você não pode fazer isso comigo, que você não pode fazer isso com o Rex, que você não pode fazer isso com ninguém.

-- Ah, é? Você veio me enfrentar? -- ele disse, rindo -- Você acha que tem coragem? Você acha que tem força? Você acha que tem direito?

-- Sim, pai, eu tenho coragem, eu tenho força, eu tenho direito -- eu disse, mentindo -- Eu sou seu filho, eu sou um ser humano, eu sou um cidadão.

-- Você não é nada, Lucian, você é um lixo -- ele disse, me dando um soco na cara -- Você é um fracasso, você é um fardo, você é um problema.

Eu caí no chão, sangrando e chorando. Ele me chutou na barriga, nas costelas, nas pernas. Ele me bateu sem parar, sem dó, sem motivo.

-- Para, pai, por favor, para -- eu disse, gritando por misericórdia -- Para, pai, eu te imploro, para.

-- Cala a boca, Lucian, você não merece piedade -- ele disse, me dando um chute na cabeça -- Cala a boca, Lucian, você não merece viver.

Eu fiquei inconsciente, sem sentir, sem ouvir, sem ver. Eu fiquei sem esperança, sem alegria, sem amor.

Eu fiquei sem o meu pai, sem o meu cachorro, sem o meu jasmim.

...

Eu acordei com o corpo todo dolorido, a cabeça latejando, o rosto inchado. Eu me levantei e fui para o banheiro, cambaleando. Eu me olhei no espelho e vi o estrago que o meu pai tinha feito. Eu tinha um olho roxo, um corte no lábio, um hematoma na bochecha. Eu tinha marcas de sangue na camisa, na calça, no cabelo. Eu tinha vergonha, medo, ódio.

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