Manicômio

CAPÍTULO 18| Três vezes seguidas

Envergonhada pelo ultimo acontecimento entre mim e Lucian, entro no quarto dele com uma expressao seria no rosto. Nao vou negar que sinto uma leve atraçao por ele, ele fodia bem e esta preso aqui nesse lugar é puro desperdicio. So imagino como seria eu e ele em um quarto de hotel. Saio dos meus pensamentos quando lucian chama a minha atenção.

-- Terra chamando Isadora -- pisco algumas vezes 

-- Desculpa -- me sento na cadeira 

Lucian estende as maos para mim, me convidando a levantar. me levanto meio confusa, mas o obedeço. 

-- Venha -- ele ordena em um tom possesivo 

-- O que? -- pergunto tentando entender 

-- Senta em meu colo -- ele se senta e me puxa com firmeza me fazendo sentar em sua perna 

meu corpo se encaixa perfeitamente no dele, suas maos envolve minha cintura me mantendo presa a ele. Lucian abaixa o rosto para perto do meu, seus labios quase tocando os meus. O calor do seu halito arrepia minha pele. ele coloca uma mao em minha nuca, inclinando minha cabeça para tras levemente, enquanto a outra mao desliza por minhas costas, explorando cada curva do meu corpo. sinto minha respiração acelera, meu coraçao batendo descompassado.

--  É estritamente proibido qualquer tipo de relaçoes com os pacientes -- digo com a boca proxima da dele

-- E eu acredito nisso -- ele suspira -- é bom quebra regras, tome isso como parte do meu tratamento 

-- Podemos abrir uma exceção -- fecho os olhos 

Nossos labios se encontram em um beijo intenso, cheio de paixao e desejo. Nossos labios se movem em perfeita sincronia, explorando um ao outro com uma intensidade avassaladora. A lingua de Lucian desliza sobre meus labios, buscando acesso completo a minha boca, enquanto minhas maos apertam sua pele, deixando marcas. O beijo é uma mistura de doçura e selvageria, uma dança carnal que nos consome. Me sinto envolvida por um fogo ardente, me entregando completamente ao poder de Lucian. o beijo se prolonga, como se o tempo estivesse suspenso. Estamos presos nesse momento, imersos em uma conexao perigosa e viciante. 

-- Quero te mostrar uma coisa -- Ele se levanta comigo no colo e logo me coloca no chao 

-- E o que seria? -- Pergunto curiosa 

-- Me leva na estufa e la eu te mostro --Sua boca se curvou num sorriso 

-- Ok, vamos 

Caminhamos em silencio até a estufa, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Lucian coloca suas mãos em meus olhos, tapando minha visão. 

-- Não se assusta -- Ele diz em um sussuro 

Lucian me guia ate a entrada, tomando bastante cuidado para que eu não me machucase. Sinto um cheiro que a bastante tempo nao sentia. Lucian abre meus olhos e fico completamente surpresa com o que via a minha frente. A estufa estava repleta de Jasmim, era diversos tipos de jasmim. Amarela, rosa, estrela, de leite. O lugar estava cercado de varias delas. O cherio de jasmim era ainda melhor que qualquer perfume industrializado. A ultima vez que fiquei tao proxima de uma foi no jardim da minha antiga casa. Lugar onde eu e Alicia plantamos.

-- Por que? por que fez isso? -- Chego um pouco perto das flores e as toco 

-- Por que esse é o cheiro mais gostoso que ja sentir em toda a minha existencia -- Lucian passa seus braços ao redor da minha cintura -- E me trás lembranças

-- Isso é perfeito 

Depois que minha irmã morreu, eu me fechei para tudo, deixei de gostar de varias coisas que faziamos juntas. A dor foi tao destruidora que tentei apagar da memoria todos os momentos bonito. Fiz questao de esquecer sua voz, o seu sorriso. Tentei ocupar minha mente ao maximo para que eu nao me lembrasse, mas no final do dia, quando me deitava ela sempre aparecia em meus pensamentos. Isso me pertubava, isso me destruia por dentro. A cada dia que passava doia mais, nunca cicatrizava, nunca parava de doer. É incrivel como o corpo humano consegue trasmitir todo esse sentimento doloroso. Muitas vezes queria gritar para o mundo e pedir ajuda, mas eu nao conseguia. Existia uma pedra em cima do meu coraçao que me impedia de tudo. Tentei, mas no final eu entendi que nao adiantava nada eu tirar ela dos meus pensamentos, eu a amava. Amava como nunca amei alguem, mas a vida so se torna bela por que morremos. Nossos sonhos so se tornam sonhos por que lutamos para conseguir. Se tudo fosse fácil, nao teria graça.

-- Não chora, Jasmim -- Lucian me apertou contra seu corpo 

Flashback on 

Dirijo em alta velocidade, o unico destino do qual eu queria chegar era ate ela. Meu peito doia, minha alma estava estrçalhada em pedaços. Nao percebi quando cheguei no local onde acontecia a festa. Passei empurrando todos que estavam em minha frente. Entrei em alguns comodos procurando por ela. Ja estava quase desistindo quando ouço sua voz.

-- A gente deveria contar para ela -- Sua voz atravessa a porta 

-- Eu não consigo -- Ouço a voz dele -- Só queria ter a liberdade de poder ficar com você. Eu te amo desda primeira vez que te vi 

So abro a porta e encaro os dois. O rosto da minha irmã se contrai, meu olhar se alterna entre os dois. Doeu mais por ser ela. Doeu mais por ser a pessoa que eu mais confiei na vida. Viro as costas e saio do quarto, ouvindo os gritos de Alicia atras de mim.

-- Deixa ela ir -- Ouço a voz dele gritando Alicia 

-- Ela é minha irmã -- Foi a ultima coisa que ouvir

Entre no carro e soquei o volante com toda força que havia em mim, choro feito uma criança, sentindo a dor atravessar meu coraçao como uma lamina afiada. 

-- Deixa eu entrar -- Alicia batia na janela freneticamente -- Deixa eu conversar com voce -- Ela implora mas eu não queria ouvir

-- Me deixa em paz -- Abro o retrovissor -- De todas as pessoas no mundo, justo voce? Por que tinha que ser voce? -- Digo em soluços 

-- Ele.. -- Interrompo qualquer fala sua 

-- Nao é por ele que eu derramo lágrimas Alicia, é por você -- Destravo o carro e ela entra -- Eu não acredito que você fez isso comigo, Alicia. Como você pôde trair sua própria irmã?

-- Eu sei que errei, Isadora. Mas você precisa entender que eu não queria te machucar. Eu amo você.

-- Como você é hipócrita, faz uma merda dessa e ainda tem a audácia de dizer que me ama? -- Respondo com a voz embargada

-- Me leva para casa, lá a gente conversa com mais calma -- Ela pedia ainda chorando 

Ligo o carro e no momento que eu arrasto, vejo ele tentando nos alcançar. Por um momento tudo ficou em silencio. O mundo parou. Eu dirigia o carro em alta velocidade, a estrada estava escorregadia. Meus olhos focavam na escuridao do caminho.

-- Eu só quero que você saiba que eu sinto muito. Eu farei o que for preciso para consertar as coisas entre nós. -- Como uma piada eu rir, rir em meio as lágrimas que desciam

-- Você não pode consertar isso, Alicia. Você destruiu a minha confiança em você.

-- Por favor, Isadora, não diga isso. Eu não posso viver sem você. Você é a minha irmã e eu te amo mais do que tudo.

-- Se me amasse, não faria o que fez -- A tristeza nublou minha feições -- Eu te odeio! Odeio pela dor que está me causando

-- Vai devagar Isa -- Alicia pedia em meio ao soluço 

-- Nao fala comigo -- Eu dizia dando uma curva 

-- Isa, por favor -- Alicia colocou suas maos sobre o volante 

Alicia puxava para um lado e eu para o outro, ela gritava e eu retribuia seus gritos. O carro cambaleava para os lados e ai tudo aconteceu rapido. Um outro carro apareceu e eu acabei batendo nele fazendo o carro sair da estrada. Meus carro rodou igual peão na estrada escorregadia e capotou. Tres vezes seguidas.

Lucian, o último romântico 🛐