CAPÍTULO 25| Quero seu coração

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Desafivelando o cinto de segurança, empurrei a porta do carro com dificuldade

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Desafivelando o cinto de segurança, empurrei a porta do carro com dificuldade. Meu braço doía muito. Tirei a camisa e fiz um curativo no corte que sangrava no meu braço. Eu não sentia nada, tudo estava nublado na minha cabeça.

Consegui chegar na estrada e caminhei até ver o carro capotado, mas isso não me chamou tanta atenção quanto o rastro de sangue, como se alguém tivesse arrastado um corpo. Ergui um pouco os olhos e vi a silhueta da mesma mulher que trombou comigo na festa.

– Alicia – Murmurei para mim mesmo.

Me aproximei lentamente, vendo a garota se contorcendo em dor e sofrimento. Um dos seus pés estava com a unha arrancada da carne, seus dedos das mãos estavam em carne viva por tentar se soltar do lugar. Seus olhos estavam vermelhos em volta da íris, ela chorava lágrimas de sangue. Observei ela sofrendo em agonia, se não fosse por ela, ele nunca teria morrido.

– Eu... eu preciso – Ela gemia, ainda se arrastando. – Eu tenho que... – Me abaixei com dificuldade ao seu lado e encarei sua dor.

– Você está morrendo – Falei com frieza. – Não adianta se arrastar como um rato.

Alicia continuava, ela lutava para seguir em frente. Mesmo com dor, mesmo sangrando, ela não parou.

– Eu preciso chegar até ela – Sua voz saía tão baixa que era quase impossível de ouvir.

Segurei no braço dela e a virei para cima, tirei a camisa do meu corte no braço e levei até perto do seu rosto.

– Não me mate – Alicia implorava – Por favor, eu preciso ir atrás dela.

– Se ele morreu, você vai morrer junto – Eu não tinha nenhum remorso

-- Me ajude... por favor... - ela pediu, com a voz fraca.

 - Você pensa que eu vou te ajudar? Você não significa nada para mim. Você vai morrer, Alicia. Você vai morrer sozinha e esquecida, como você merece. Eu não sinto nada por você. Nada. Você tirou a única pessoa que me fazia feliz, é culpa sua.

Apertei minha camisa no seu rosto e a asfixiei, Alicia se contorcia em agonia, se eu não a tivesse matado, alguém apareceria e a salvaria, Alicia sobreviveria, mas o meu ódio acabou com a vida dela.

– A culpa é sua – Berrei em soluços – Por que tudo tem que ser tão difícil? Eu odeio minha casa, odeio minha família, odeio me ver no espelho, odeio tudo e a única coisa que eu não odiava foi levada de mim.

A ambulância chegou, dois carros destruídos, dois corpos em saco preto. Uma vítima saiu do local do acidente e outra foi encontrada em estado de choque. Isso foi o que saiu no noticiario de uma semana.

...

Saí do hospital depois de quase um mês, sem visitas e sem nenhum tipo de apoio.

Chego na porta da minha casa, andando com muleta e mancando, mas toda dor desapareceu quando vi meu pai queimando o rosto da minha mãe com a ponta do cigarro. Não hesitei e o ataquei com a muleta, eu batia forte na sua cabeça até que ele ficasse inconsciente.

– Para, para – Minha mãe gritava – Você vai matá-lo.

Os gritos dela me incomodavam, me deixavam louco.

– Cala a boca – Gritei – Eu odeio gritos – Acerto a muleta na sua cabeça e ela desmaia.

Amarrei meu pai em uma cadeira e amarrei o corpo da minha mãe desacordada. Fui até o quintal e cavei um buraco fundo, mesmo com o braço e a perna doendo, eu não parei por um instante sequer. Cavei, cavei, cavei. Voltei, coloquei a mordaça na boca da minha mãe, peguei meu velho radinho e os fones de ouvido. Levei seu corpo até o buraco e a joguei lá dentro. Ela acordou assustada e começou a se mexer dentro da cova, sua cabeça balançava negativamente, seu desespero era claro nos seus olhos. Coloquei os fones de ouvido e aumentei o volume.

– Acabou mamãe – A melodia invadia meu cérebro me anestesiando – Fica calma, eu estou terminando com seu sofrimento. Olha, eu já sou um homem e estou pronto para te defender.

Uma pá de terra depois da outra

Uma lágrima dolorosa a cada vez que eu cobria seu rosto com terra

– Já vai passar a dor – Meu peito doía e queimava – Está acabando mamãe, você vai ficar bem. Seja livre, ele nunca mais vai te ferir.

A enterrei viva e não me arrependi, só acabei com seu sofrimento. Nenhum filho suporta ver sua mãe sofrer, se eu a deixasse viva, mesmo que eu matasse meu pai, ela nunca viveria bem, o passado sombrio sempre iria turvar sua vida, eu fiz o que era melhor para ela. Acabei com seu sofrimento. Me ajoelhei diante do túmulo, deixei o radinho e os fones sobre a terra.

...

-- Acorda seu imundo – Joguei um balde de água na sua cara – Vamos brincar um pouco.

– Lucian, onde está sua mãe? – O canalha gritava.

– Cala a boca – Zombo – Odeio gritos e a mamãe – Respiro fundo pegando uma garrafa de álcool etílico – Mamãe está no inferno agora – Dou uma gargalhada – Abre a boquinha, seja um pai bonzinho – Aperto a garrafa na sua face.

– Você enlouqueceu? Quando eu sair daqui eu vou te quebrar todo.

– A mamãe está no inferno – Paro e seguro seu rosto o forçando a abrir a boca – Esperando, você e eu.

Derramo o líquido na sua boca, ele se mexia mas isso tudo alegrava meus olhos. O álcool descendo pela sua garganta como quando ele me obrigou a beber cerveja.

– Bebeu tudinho – Brinco.

Jogo a garrafa vazia no canto da casa e seguro o maçarico. As chamas queimavam seu rosto, o cheiro podre da carne invadia a casa. O porco berrava desesperado.

– Ah, você também chora? – Eu ria com satisfação – Ah, coitadinho do papai. Sempre se fazendo de coitado. Sempre se lamentando. Sempre se afundando na bebida.. 

-- Não fale assim comigo... eu sou o seu pai... eu te dei a vida...

– Não me desafie... eu sou o seu pai... eu te dei a vida...

– E que vida você me deu, pai? que vida maldita. Uma vida de pobreza, de dor, de desprezo. Você nunca me amou, pai. Você nunca se preocupou comigo. Você só me explorou, me espancou, me humilhou. – Digo com tom de voz cruel.

– Filho... não fale assim... eu te amo... eu sempre te amei...

– Cale a boca, porco nojento. Você não conhece o amor. Você só conhece o ódio, a violência, a destruição. Você é um monstro. E eu vou te dar o que você merece.

Pego o alicate e abro sua boca, arranco dente por dente. Ele quase não conseguia abrir os olhos, seu choro agora era silencioso. Ele estava quase morrendo. Solto o alicate, todo ensanguentado. Vou até a cozinha e volto com o balde de lixo.

– Trouxe uma surpresinha para você – Segurei o resto de comida podre que tinha no balde e enfiei na sua boca – Mastiga, mastiga tudo – Empurrei o que ele não conseguia engolir com os dedos – Acho que já está na hora de ir pro inferno.

Ele não falava mais nada, sua cabeça estava caída para o lado e ele babava me deixando enojado com a cena.

-- Quero seu coraçao -- Seguro a faca e o acerto em seu peito 

Golpeio varias e varias vezes, o sangue pingava da cadeira, meu rosto estava completamente coberto por vermelho. 

-- Achei -- Seguro seu coraçao -- Adeus, papai -- Perfuro o orgao com satisfaçao e prazer 

ManicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora