Enxergando a Verdade

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"Sem essa de 'amar demais machuca'

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"Sem essa de 'amar demais machuca'. O que dói é amar sozinho."


O barco atracou mansamente na Ilha de Verica. O que acordou Elizabeth foi o barulho dos passageiros desembarcando. Esforçou-se para entender o que se passava em volta e viu pessoas pegando pacotes, malas... Um homem acima do peso passou com um engradado de pombas. Um pequeno cachorro aninhado nos braços de um menino abriu a boca como para bocejar e desistiu. Em seguida uma mulher desceu acompanhada por duas empregadas carregando dois gatos exóticos em suas caixas de proteção. Por que acordar e andar, quando se tem um donos de boa vontade para carregar a gente? Pensou ela observando a quantidade de animais de estimação.

Depois de tantas horas de viagem, Elizabeth entendia muito bem a reação dos cães e gatos. Mas, quando o gentil Oliver Stankovie ofereceu o braço para guiá-la, gostou de estar acordada. Não queria perder um segundo daquela experiência. Afinal de contas, havia sido uma pena ter dormido a viagem toda!

Completamente acordada agora, quis se juntar aos passageiros no deck e procurar sua bagagem. Aparentemente, alguém já tinha tomado conta dela; pelo menos, foi o que entendeu, pelo movimento de ombros despreocupado de Natasha que dava ordens sem parar. Demonstrando ser uma mulher muito ativa e determinada. Já o seu irmão apenas sorria enquanto conversava com outros funcionários e passageiros. Mas o que chamou a atenção de Elizabeth que mesmo nesses momentos de descontração os irmãos não perdiam nenhum movimento e se olhavam constantemente.

As coisas aconteciam tão rápida e eficientemente em volta da bonita anfitriã, que Elizabeth resolveu simplesmente segui-la.

Uma vez em terra, parou um pouquinho, pois um grupo de mulheres chamou sua atenção e ela queria entender o que gritavam.

— Zimmer, zimmer!

A maioria tinha mais de quarenta anos. Algumas agarravam atrevidamente os passageiros que desciam e sussurravam em seus ouvidos o que parecia um grande segredo. Muitas pessoas as ignoravam, outras ficavam e faziam perguntas.

Vendo o interesse de Elizabeth, Oliver riu e explicou sem nenhum constrangimento.

— Não são mulheres da vida ou da noite, como vocês as chamariam. Estão oferecendo cama e café da manhã em suas casas. Muito mais barato do que hotel. E a comida, geralmente, é muito melhor. Muitos vilarejos em volta da cidade possuem poucos empregos, então as mulheres acabam se virando buscando um meio de ajudar seus pais, maridos, etc. Mas muitas são sim, damas da noite. Como pode ver elas se dão razoavelmente bem!

Referir-se àquelas persistentes e saudáveis mulheres como damas da noite fez Elizabeth rir. Conteve também a observação de que, para um país socialista, alguns dos cidadãos tinham bastante iniciativa privada.

Um carro com motorista esperava por eles. Pelo jeito, Natasha estava deixando o carro no continente, para passar a noite, o que era uma ótima idéia. Elizabeth não queria saber dela guiando como louca morro acima, em ruas muito estreitas, com fileiras de casas dos dois lados. Vendo como a rua serpenteava pela montanha íngreme, chegou à conclusão de que, provavelmente, tinha sido traçada para animais de carga no passado ou, talvez até, cabras montanhesas. O carro, pequeno e forte, fez uma curva tão pronunciada numa esquina, que Elizabeth apostou que tinham passado na soleira da casa de alguém.

Ellyus - Sedução & AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora