Ellyus - Sedução & Atração

Entre Risos e Suspiros

Dessa vez, quando Elizabeth levantou a mão para dizer chega, havia autoridade no gesto. Apontou a porta e disse tentando escapar.

— Visita.

Era uma visita mesmo.

Os passos pararam na porta. Nenhuma palavra, nem em inglês nem em croata. Nenhuma batida. E, de repente, a porta se abriu para dar entrada a sua irmã Lydia, aos berros, correndo para ela, cheia de pacotes e um sorriso de orelha a orelha.

Como conseguiu conservar a alegria vendo a outra tão fraca, não se sabe.

Empalideceu, ao notar como parecia doente. Jogou-se nos braços dela, e, afinal, Elizabeth sentiu o calor de uma amizade, de um amor, do qual não tinha dúvidas.

A ajudante imediatamente tirou a comida para que as duas pudessem falar.

Falar, como só irmãs conseguem.

Lydia só fez um comentário sobre a saúde de Elizabeth depois de roubar uma coxa de galinha da bandeja. Sempre teve um apetite gigante e nunca engordava um grama. Provou o frango, limpou os lábios e, olhando a irmã, comentou, secamente.

— Não me admira que queira, ficar no hospital. Eu iria para a cadeia para comer tão bem assim.

Elizabeth riu e protestou, dizendo que toda aquela atenção não era só para ela, nem idéia dela.

— Os iugoslavos são cheios de gentilezas com seus hóspedes. Só deixam você voltar para casa se engordou no mínimo cinco quilos.

— Hum... então, é melhor você começar a correr para conseguir alcançar o que perdeu. Por que comendo é que não vai, não é mesmo?

A última coisa de que Elizabeth queria falar era seu peso ou sua saúde. Estava com fome... mas de notícias de casa.

— Como vai a tia Francesca?

— Ótima.

— Em Ferry May? Ela foi convidada para fazer a manutenção de alguns crros de corridas, sabe estão gravando parte do filme do Ellyus lá agora.

— E já começaram?

— Quase... Como deve saber Ellyus é só o roterista e co-autor. Quem está dirijindo todo o filme é um amigo dele. Não me recordo o nome agora!...

— E meu antigo emprego?

— Ainda está lá. Ellyus deixou tudo organizado para voltar assim que o contrato terminar.

— Lydia, veio dos EUA para responder minhas perguntas rápido demais? O que há com você? Desembuche. O que realmente está acontecendo?

— Não. — Lydia ficou sentada na beira da cama. Perguntou se incomodava a irmã, naquele lugar. — Está se sentindo bem? Não quer que eu abra outra janela nem nada?

— Não, não. Pelo amor de Deus, Lydia, pare de brincar comigo. Sabe como sou péssima em descobrir as coisas.

— Não quero que você me interrompa, quando começarmos a conversar de verdade. — Encarou Elizabeth. — Agora, vamos aos fatos. Como se meteu nessa confusão toda? Quero a verdade; nada a não ser a verdade.