Ellyus - Sedução & Atração

Intrigas & Segredos

O sorriso dele, no entanto, era quase uma risada, ao ajudar a mulher a tirar uma bandeja ainda maior e abrir uma toalha bordada.

A governanta quis mostrar o bordado a Elizabeth, que só faltava explodir de ansiedade. Não precisava ler pensamento para saber que iam celebrar alguma coisa e que ela estava completamente por fora.

Finalmente, Ellyus teve pena dela e levou-a para o quarto, que estava limpo, arrumado, cheio de flores. Ajudou-a a tirar os sapatos, trouxe um copo da água e empurrou-a delicadamente para a cama. Parecia impossível, mas estava se sentindo em casa. Era bom, era maravilhoso estar de volta!

— Pronta para escutar uma história mais doida que já ouviu em toda a sua vida?

— Contanto que seja sobre o que está para acontecer. Estou morrendo de curiosidade.

Mas irradiava paz e alegria, apesar das olheiras fundas, que davam ao rosto uma transparência delicada.

Ellyus prometeu que seria uma longa história, mas verdadeira.

— Deve estar preparada. Com a demora de Randor, tudo se atrasou um pouco e talvez sejamos interrompidos outra vez. Mas acho que você vai se divertir até com a interrupção.

Ao dizer isso, pegou a caixinha menor de dentro do pacote e pôs na mesinha de cabeceira. Lá ficou ela, perto de um vaso com violetas.

— É o anel de noivado de Natasha. — Ellyus informou, calmo. — Com três dias de atraso.

Elizabeth não interrompeu. Sabia que ele responderia, do seu jeito e quando chegasse a hora.

— Lembra que, de vez em quando, você me perguntava se Natasha nunca tinha tido um namorado e que era estranho que não tivesse casado? — Elizabeth não respondeu. — E lembra que eu sempre mudava de assunto? — Ela concordou. — Bem, ela tinha um namorado. Alguém tão bom, simpático e confiável como ela mesma. Só que o casamento não foi possível, até agora, hoje.

— Mas que maravilha! Agora entendo toda a confusão!

Elizabeth sentou-se. As mãos de Ellyus em seus ombros a obrigaram a deitar-se de novo.

— Ou você descansa, senhorita, ou não vai poder tomar parte na festa de casamento, hoje à noite.

Suas palavras sérias eram desmentidas pela expressão solta e contente.

Estava tão feliz por Natasha, como Elizabeth. Mas admitiria isso? Não.

— São ordens. Ordens do médico, daquele médico que nem me recordo o nome, de Natasha e minhas...

Elizabeth não aguentou esconder por mais tempo sua felicidade. Ria, chorava, perguntava, tudo ao mesmo tempo. Ellyus tomou-a nos braços.

— Precisa ouvir essa história, minha querida, porque, apesar de ter um final muito feliz, vai ajudar você a compreender a infelicidade profunda que anuviava essa casa. Nenhum de nós quer que você vá ao casamento sem saber de tudo. Só então, vai ser capaz de perceber como foi difícil para Natasha não contar nada.