Como é que Lydia podia ter adivinhado que aquilo... que aquela lembrança de sua infância reviveria tudo que ela estava tentando esconder? Era demais!
Lydia ficou esperando a reação dela.
O papel escorregou para o chão, e lá estava, o mais ridículo crocodilo de pelúcia, com longos cílios se movendo.
— Você se lembra dele, não? — Perguntou Lydia, aflita. Queria tanto que seu presente fosse um sucesso. — Naquele verão, quando fomos todos para a colônia de férias, éramos tão pequenas, e papai e mamãe estavam vivos...
Como Elizabeth poderia esquecer? As lágrimas em seus olhos eram uma prova irrefutável de que nunca esqueceria aquelas férias. Nem da época, há menos de um ano atrás, quando condenara ao sótão toda a sua coleção de bichinhos esquisitos.
Foram colecionados durante datas queridas por anos a fio, e depois arrumados em caixas e malas guardados entre outras velharias. Isso havia acontecido quando esta se recuperando do rompimento do noivado com Arnold. Tinha limpado o quarto, literalmente varrendo tudo que pudesse ser chamado de infantil. Crô fora o último a ser guardado na caixa, pois era seu favorito.
— Onde é que você achou e por que o trouxe?
Lydia sabia que ela só se daria por satisfeita com uma resposta franca.
— Pensei que, de todas as suas coisas de criança, Crô aproximaria nossa casa de você e a ajudaria a se restabelecer.
A voz de Elizabeth estava tremendo.
— É que ver este crocodilo idiota, assim tão longe de casa, me comoveu.
Não deu para fingir mais e começou a chorar. Soluçava. Era impossível explicar à irmã o que estava sentindo. Eram emoções sem palavras. A infância chegara de repente, acompanhada da imagem de um campo de flores naturais que cheirava a roupa limpa que a mãe estendia no varal. Tanto tempo atrás!
No meio de um campo, naquela minúscula cidadezinha do interior do Canadá, aumentado pelo sol abrasador haveria á noite uma enorme chuva de estrelas cadentes, jogado dos céus há uma eternidade agora salientando-se, agudos, alguns caíram chão plano. Ninguém sabia o quantidade que havia penetrado na terra ou quando tinham caído. Era para ser respeitado e deixado de lado. Assim contava os antigos moradores do lugar, na verdade ninguém tinha certeza se a história era verdadeira, mas todos no final queriam acreditar.
A primeira vez que beijara Ellyus, pensara no meteorito ou seria uma estrela cadente, onde em sua adolescência havia pedido um amor avassalador. Ele era a personificação daquele desejo. Por que não o tratara como devia? Era para ser respeitado e deixado de lado... Como se faz com as antigas lendas!...
Abraçou seu crocodilo de pelúcia e desejou poder voltar aos tempos de criança e desfazer aquele desejo. Não desejava ter um amor avassalador, mas algo que não doesse tanto.
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Ellyus - Sedução & Atração
RomanceEllyus - Sedução & Atração Ela uma tímida diretora de uma importante revista de Moda a God.OF.Fashion.com Ele um importante CEO da indústria da Moda e o novo proprietário da God.OF.Fashion.com Em uma reunião importantíssima com a diretoria e os aci...