Ellyus - Sedução & Atração

Expedição ao Desconhecido

Triste, extremamente irritada, desiludida, Elizabeth demorou quase uma hora para chegar em casa. Não podia entender como, em tão pouco tempo, com tantas boas intenções, tudo tinha escapado inteiramente de seu controle. Ainda por cima, pior do que tudo, descobrir que Natasha não era uma amiga de verdade, como a considerava. Estava zangada com o pai e a filha; já Oliver estava desaparecido fazia aluns dias... Tentaria ajudar Mayra sozinha.

Sentiu-se solitária por causa de seu aniversário. Deu um pontapé numa pedra. E sabe o que mais? Ia dar um jeito de se divertir. Para começar, assaria um bolo naquele forno dos infernos!

Abriu a porta da frente e levou um susto. Cheiro de fogo! Correu para a sala, e lá estava Ellyus, metodicamente jogando página por página de seu caderno de desenhos na lareira. Desolado! Se existia no mundo alguém triste, desconsolado, era ele naquele instante.

— Por que está fazendo isso? Pare com isso por favor!...

— Esses desenhos não interessam mais. Agora, são lixo. É um caderno velho que não vale nada. Tudo a minha volta está desmorando!

E ela podia acreditar? Alguém escolher um dia quente para fazer um funeral de lembranças! Viu um dos desenhos. Passou correndo por ele e tentou pegar a folha queimada, que se desmanchou em suas mãos.

Por quê? Por que ser tão destrutivo? Aqueles papéis significavam tanto para ele! Usava tudo para servir à sua arte. Os desenhos, seus escritos, ela, tudo. Ela era um simples detalhe em sua vida e desapareceria num fogo semelhante.

Ellyus leu seus pensamentos.

— Acha que logo vai fazer parte do meu passado, não? Isso é mentira, Elizabeth. Já falei antes e repito: há coisas que não posso explicar. Vai chegar o dia em que tudo ficará claro e entenderá como adorei as horas que passamos juntos. Vai saber tudo o que está acontecendo e vai decidir se algum dia poderá me perdoar.

— O que você diz é diferente do que faz. Trata-me como uma máquina. Sou uma mulher...

— Uma mulher?

— E uma mulher adulta. Não posso acreditar que você seja tão...

Ele deixou o caderno cair e, daí a instantes, a abraçava. Aquelas mãos deixaram marcas em seu corpo. O rosto dele, encostado no seu, todos os sentidos excitados, absorvendo-a toda, enquanto a acarinhava.

— Ah, minha querida, há tanta coisa que você não sabe... Devia ter sido apresentada à vida, antes de me conhecer. Eu deveria ter lhe conhecido antes da minah vida virar um completo caos!...

O cérebro de Elizabeth mandou um aviso imediatamente, mas ela estava tonta no ninho daqueles braços. Depois de tudo que havia acontecido naquela manhã, era o mesmo que flutuar em nuvens.

Onde o corpo dele a tocava, ela reagia, respondia, com emoções de que jamais suspeitara. Só queria estar com ele, tocá-lo, sem palavras, sem razão, sem mesmo lembrar-se de quem eram ou onde estavam. Ellyus beijou-a. Um beijo casto, de paixão tão reprimida, que só os dois sabiam que ela estava lá, inteira... Elizabeth queria se dar toda para ele.