Meu Caos, Nosso Caos

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"Sem essa de 'amar demais machuca'

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"Sem essa de 'amar demais machuca'. O que dói é amar sozinho."


Elizabeth aceitou o roupão de Ellyus emprestado e foi ao banheiro lavar o rosto, escovar os dentes e soltar os cabelos. Olhou-se no espelho e, de repente, ficou com medo. Como havia concordado com aquela idéia louca de dormir no quarto dele, e, ainda por cima, na sua cama!

Pegou a maçaneta da porta e decidiu.

Vou embora para o meu quartinho sacolejante. Digo a Ellyus que é melhor assim. Morro de vergonha de dizer isso... Acontece que certas situações são irreversíveis! Agora que me meti nessa, ou eu saio de uma vez, ou então preciso me cuidar para que nada aconteça... senão, amanhã vou estar com cara de boba, pior do que agora!

Ficou parada. Não sabia direito o que fazer. Sentia-se como um bicho, na estrada, acuado pela luz dos faróis. Correr para a frente do carro ou disparar para a floresta? Se não tinha confiança em si própria, precisava confiar em Ellyus.

Saiu do banheiro com a sacola de maquilagem pendurada no ombro e viu que Ellyus já tinha desmanchado a cama. De cada lado, nas extremidades, havia um travesseiro. Poderiam passar a noite juntos, como se estivessem separados por uma parede de ferro.

Ele a esperava com um conhaque na mão. Ao se aproximar, para pegar o copo, a alça da sacola prendeu-se no canto de uma cadeira de balanço e tudo que estava dentro rolou pelo chão. Elizabeth sentiu-se mais desajeitada do que um elefante numa loja de cristais finos.

Base, pós de arroz, batom, sua carteira, óculos escuros, tudo de útil e inútil que tinha enfiado na bolsa às pressas, estava lá, esparramado.

Pego as coisas agora? Claro. Senão, ainda vou levantar de noite e beber água, tropeço nos óculos escuros e me arrebento no chão...

Ellyus veio ajudar. Ajoelhados no chão, olharam-se por uns dez segundos. A comunicação entre eles foi instantânea e a mensagem surpreendeu os dois.

Os olhos dele brilhavam com uma tal intensidade, que Elizabeth ficou sem ar. Não se mexeu, e nem poderia. E como se não fosse parte da cena, mas apenas uma observadora, viu Ellyus erguendo a mão.

Seus dedos compridos acarinharam o rosto dela, a pele lisa, como se examinasse uma boneca de porcelana antiga e de rara beleza. Com o polegar, traçou o contorno do queixo, tão de mansinho, que ela mal sentia. Continuou, foi descendo pelo pescoço, arredondou pelos ombros, pelo colo, e parou na curva dos seios. Olhava a boca trêmula e macia.

Devagar, como se tivesse medo de feri-la, Ellyus beijou Elizabeth. Seus lábios eram quentes e o beijo, hesitante, coisa que a espantou. Como se pedisse permissão, como se dissesse: Elizabeth, eu posso?

Essa surpreendente vulnerabilidade dele, combinada com sua força e o cheiro masculino de sua pele, tiraram a paz e a confiança dela.

— Ellyus... — Sussurrou, e o abraçou.

Ellyus - Sedução & AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora