É o que nós somos

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Freya

Quando meus pais disseram que estava tudo bem ser diferente eu me senti aliviada.

Minha mãe conversou comigo em particular depois e me perguntou se eu queria me tratar porque afinal eu tenho essa opção mas eu não quis. Eu quero o que eles fazem quero ser eu mesma.

Sinto essa inquietação dentro de mim, até pensei que eram os hormônios da adolescência mas eu sempre senti e Thomas também, meu irmão e eu somos tão próximos que eu consigo saber o que ele está sentindo assim como ele também sabe.

Ele é minha metade e foi porisso que antes de descer nós conversamos, perguntei a ele o que ele estava achando disso e como eu pensei ele estava adorando tanto quando eu.

Não sou mais tão criança mas tenho consciência de que não sou adulta, o que fazemos aqui não é certo e eu sei mas é a única certeza que eu tenho na minha vida, sei que não vou me arrepender.

— Qual deles você quer?

— Posso escolher qualquer um pai?

— Pode meu amor.

Olhei para os dois amarrados na cadeira ofegantes e assustados, gosto disso. Olhei para a nossa plateia e meus avôs estavam ansiosos, tia Cristal um pouco séria e minha mãe estava sorrindo parecia eufórica.

— Eu quero o homem.

— Tudo bem, leia a ficha dele e depois pode começar.

Peguei a pasta com o nome Simon Cornel, olhei pra ele o observando e como vi minha mãe fazendo uma vez eu repeti com postura e confiante.

— Simon Cornel, 26 anos. O cliente nos procurou porque ele matou a própria mãe para ficar com a casa e a fortuna. Uma senhora idosa que estava no estágio terminal de câncer.

Tirei sua mordaça pra que ele pudesse falar e o homem parecia realmente apavorado.

— Que...que porra é essa?! É uma criança! Que merda de seita é essa?!

O jeito como ele gritava me fez rir e todos riram comigo, ele era um homem forte e estava com medo isso era engraçado.

— Porque matou a sua mãe?.- disse indo até a mesa de ferramentas para escolher a que eu queria.

— Eu...eu não matei ninguém... que merda você tá fazendo aqui? Você é uma criança!

— Não me diga Simon, jura? Eu nem percebi... sua mãe já tinha câncer, ia morrer logo não precisava matar ela.

Me virei pra ele com a navalha nas mãos e caminhei em sua direção, ele me olhava assustado e eu já podia sentir minhas mãos suando, minha boca estava seca eu adoro a sensação.

— Ela...não ia me deixar nada eu...eu tive que fazer..

— Acho que é bem claro o motivo pelo qual ela não te deixou nada, você é horrível.. tem 26 anos e ainda morava com a mãe, porque não trabalha?

Passei a navalha por sua perna e ele começou a gritar então fiz a mesma coisa na outra perna olhando bem fundo nos olhos dele. Eu estava arrepiada. Era bem diferente e eu gostava sentia um calor estranho dentro de mim.

Voltei a mesa e peguei a tesoura, meu pai olhava pra mim parecendo preocupado mas eu apenas sorri e ele se acalmou, acho que estava confuso se estava sendo bom pra mim.

O homem ainda gritava, peguei a tesoura e a enfiei em um dos cortes que eu tinha feito e como uma folha de papel comecei a cortar sua pele, era difícil eu não tinha tanta força mas consegui deixar o osso dele exposto o suficiente. Voltei a mesa e peguei o alicate, ele já estava bem fraco.

Seu grito diminuiu porque ele estava quase desmaiando mas antes que pudesse apagar por completo eu voltei até ele, a plateia olhava curiosa o que eu faria e então eu encaixei o alicate no osso exposto de sua coxa e apertei causando uma fratura que o fez voltar a gritar.

— Essa é nova, eu gostei.

Escutei meu avô Vicent dizer e isso me fez sorrir orgulhosa de mim mesma. Esperei até o homem se acalmar e fui novamente até a mesa analisando o que tinha.

Peguei o sal e misturei com a soda cáustica com cuidado para não tocar e fui novamente até ele e joguei sobre sua ferida aberta. Sua pele começou a corroer e sua perna já quase não tinha carne, ele gemia agonizando de dor ao mesmo tempo que chorava, mas não era o suficiente pra mim.

Havia um taco de basebol cheio de pregos afiados, o peguei e com toda força que eu tinha comecei a bater contra seu corpo, a adrenalina estava correndo por mim, a raiva que sempre senti estava se aliviando.

O homem gritava enquanto os pregos atingiam seus braços, sua barriga e suas pernas e isso era música pra mim eu nunca me senti tão bem.

Foi a primeira vez que senti esse formigamento gostoso entre minhas pernas e eu não queria parar.

Continuei batendo até ele desmaiar e não demorou muito. A pele dele estava grudada aos pregos, e na minha roupa havia os respingos de sangue. Ele começou a acordar e naquele momento eu já sabia o que fazer.

Peguei a fita e tampei seu nariz e sua boca o impedindo de respirar mas aquilo não seria o suficiente para matá-lo como eu gostaria. Peguei um dos sacos de lixo preto e coloquei em sua cabeça e o segurei forte por trás.

Ele começou a se debater pela falta de ar, eu sabia o que acontecia se uma pessoa fosse sufocada brutamente como eu estava fazendo e estava ansiosa pra ver o resultado do seu rosto no final.

Seu corpo tinham espasmos e ele gemia tentando conseguir ar, continuava apertando a sacola de plástico contra seu rosto me sentindo completamente arrepiada. Era uma sensação tão gostosa que eu só conseguia sorrir em euforia. Quando ele finalmente parou de se debater eu soube que estava morto.

Ainda ofegante eu tirei a sacola de seu rosto e eu estava certa, os olhos dele explodiram pra fora e seu rosto estava roxo.

Não pude evitar meu sorriso ao ver o que eu tinha feito, e quando olhei para os outros eles me aplaudiram me fazendo rir ainda mais alto.

— Eu fui bem mãe?

— Meu amor você foi perfeita... como se sentiu?

— Eu adorei... muito..- me aproximei cochichando em seu ouvido só para ela ouvir.— Podemos conversar depois sobre uma sensação estranha que eu tive...lá embaixo?

Ela apenas assentiu me abraçando, eu já sei o que senti mas eu precisava falar com ela sobre isso. Minha mãe é minha maior confidente e tenho certeza de que ela vai saber exatamente o que me dizer nessa situação.

Meus avôs se aproximaram vendo o corpo do homem ali e meu pai me abraçou derrepente me beijando no rosto carinhoso como sempre foi comigo.

— Você foi maravilhosa minha princesa, adorei a criatividade..

— Obrigada eu gostei muito, agora é a vez do Thomas.. está animado?

— Estava contando os minutos pra você acabar logo... foi muito bem maninha mas eu vou ser melhor.

— Disso eu duvido.. mas boa sorte eu tô ansiosa pra ver.

Matar foi a melhor coisa que eu já fiz na vida eu sei que só tenho treze anos e que com o tempo isso não vai mais ser a melhor coisa ou talvez até seja. Só sei que eu amei isso, amei estar no controle por que isso é quem eu sou é o que nós somos, é o negócio da família.

ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora