Nosso primeiro contato

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Minha garganta estava seca porque não queria admitir que ele está certo. A curiosidade e o medo me deixam eufórica, e eu nunca soube disso antes porque minha vida sempre foi normal.

Eu odiava o Ian, odiava porque ele me trazia sentimentos que eu não queria ter. Sentimentos que me envergonhavam.

Ele me sequestrou e mesmo assim eu me importei com ele, que tipo de pessoa eu sou?

— Não vou poder estar do seu lado hoje acha que consegue fazer o trabalho sozinha?

— Sim Pierre..

— Se precisar de ajuda em qualquer coisa peça ao Ian.

Ele me entregou a lista e o marcador e saiu do escritório, esse lugar era abafado e eu não gostava de ficar trancada. As roupas que eu usava já me deixavam quente demais e eu precisava de ar.

Assim que ele saiu eu peguei a lista e fui para a sala, estava vazio aqui e havia uma mesa de centro, as janelas estavam abertas e o ar circulava bem. Sentei no chão apoiando os papéis sobre a mesa e comecei o trabalho. Na verdade era bem terapêutico pra ser sincera, marcar nomes como em um caça palavras, claro até lembrar que essas pessoas realmente existem.

Estava distraída marcando aquilo quando ouvi uma voz se aproximando, Vicent apareceu na sala falando ao telefone tão nervoso que nem me viu ali atrás do sofá,  não era minha intenção escutar a conversa mas ele estava gritando com quem quer que fosse do outro lado.

— Eu já disse, ele é americano como não encontraram?! Faz dois anos! Fugimos por causa dele!

Ele com certeza estava descontrolado, não sei de quem ele estava falando mas que Deus ajude a pessoa quando ele a encontrar.

— Não eu não posso! Já sabe que estou na Inglaterra.

O que? Inglaterra? Estamos do outro lado do mundo?

— Me ligue quando resolver.

Ele saiu dali e eu me apressei em levantar e ir falar com o Ian, não era possível que estávamos do outro lado do mundo eu teria notado o fuso horário. Não sabia onde ele estava então fui direto aos quartos, bati em todos porque não sabia onde era o dele mas me surpreendi quando bati no quarto ao lado do meu e ele respondeu dizendo pra entrar.

Ele estava secando o cabelo com apenas uma toalha enrolada na cintura e cheiro de banho recém tomado. Tentei me concentrar no que ia dizer mas ele tinha tatuagens que eu nunca tinha reparado e seu corpo era.....

— posso ajudar?.- ele disse em um tom grosseiro e eu finalmente lembrei do porquê estava nervosa.

— Onde estamos?

— Em casa.

— É sério Ian! Em qual país estamos?

Ele não me respondeu e isso confirmava que não estávamos mais no nosso país, comecei a ofegar com a possibilidade de nunca mais poder voltar. Eu não tinha passaporte nem o visto americano como ele me trouxe pra cá?

O que mais me irritava era o fato dele não ter me dito, principalmente ontem depois da conversa tão franca que tivemos. Ele estava de costas pra mim olhando a janela me ignorando completamente, a raiva tomou meu corpo e eu fui até ele segurando seu braço o fazendo se virar pra mim.

— Porque não me disse?! Eu tenho direito de saber das coisas, merda!

— Você tem direito?

— Eu não sou um brinquedo! Eu sou a merda de uma pessoa você não entende?! Me leva de volta pra casa Ian!

Ele começou a rir e aquilo me deixou com mais raiva e frustrada comecei a distribuir socos pelo seu peito mas ele nem se movia estava como pedra e então agarrou meus braços me impedindo de continuar.

Minhas lágrimas caíam de frustração, eu o odiava e odiava me sentir uma idiota por culpa dele.

— Me leva de volta porfavor...

Olhei pra ele praticamente suplicando e ele passou os dedos sobre meu rosto secando minhas lágrimas, ainda olhando fixo meus olhos ele começou a me empurrar para trás, não sabia o que ele estava fazendo mas derrepente me puxou contra seu peito e começou a beijar meu pescoço.

— Para! O que você tá fazendo?!

Em segundos ele me empurrou na cama enquanto eu tentava me afastar e subiu sobre mim ainda beijando meu pescoço e aquilo estava me deixando desconfortável.

— Sai de cima de mim! Ian para!

Ele ainda segurava meus braços e antes que eu notasse ele estava acomodado entre minhas pernas, meu corpo reagiu sem que eu pudesse impedir me deixando arrepiada, sentia meu mamilos endurecerem e ele continuou beijando meu pescoço.

Suspirei alto por sentir seu hálito contra minha pele e fechei os olhos automaticamente ofegante, senti suas mãos em minha cintura e só então notei que ele havia me soltado e meus dedos apertavam seus braços.

— Para...porfavor...porfavor para...

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, eu queria que ele parasse mas estava tão bom, ninguém nunca me tocou e eu estava com vontade disso. Sentia o meio das minhas pernas latejar de um jeito diferente, era gostoso mas eu não queria aquilo....queria?

Ele estava entre minhas pernas e suas mãos rodeavam entre minha cintura e meu quadril senti algo duro ser pressionado contra mim e um som diferente me escapou sem que eu notasse.

Ele se afastou um pouco deixando sua boca a centímetros da minha, aquele contato visual era incrível mas quebrando totalmente o que eu estava sentindo ele sorriu e disse:

— Ainda quer voltar pra casa?

A raiva voltou com força me fazendo afastá-lo depressa, não sei o que estava acontecendo comigo, ele me sequestrou e mesmo assim eu deixei ele me tocar e o pior é que eu estava desejando mais disso.

Ele sentou na cama encarando meu corpo e mordendo os lábios ao me olhar de cima abaixo, era claro que estava zombando de mim por qual outro motivo ele me tocaria ou me olharia assim?

— Eu vou dar um jeito de voltar pra casa.

— Boa sorte então.

Sai dali praticamente correndo, fui para o quarto e fechei a porta, eu estava quente e com raiva...tirei as roupas e fui pro banheiro ligando a agua fria. Me enfiei lá debaixo esperando que todos esses pensamentos fossem embora mas só voltava com mais força.

Eu queria ser tocada porque ninguém nunca fez isso, eu queria saber qual era a sensação do beijo, todos da escola já tinham experimentado menos eu..

Queria saber como é o sexo e com ele pareceu tão fácil não me envergonhar do meu corpo...será que seria assim com outro cara? Eu tenho dezoito anos e me sinto tão atrasada nesse tipo de assunto que apenas ignoro. Mas hoje infelizmente ele despertou mais uma curiosidade em mim, ainda podia sentir seus lábios no meu pescoço e seu pau duro entre minhas pernas...parecia tão gostoso...

— Você esqueceu sua lista na sala!.- Vitor gritou na porta do banheiro me acordando dos meus pensamentos.— Estou deixando sobre a cama.

— Está bem Vitor!

Eu não podia me dar ao luxo de sonhar, tinha que descobrir como vim parar aqui e como ir embora, porque agora estava claro que Ian não iria me deixar sair.

ObsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora