Capítulo 17

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JANE

Caminhei pelos corredores do hospital em direção ao laboratório, já decorei os corredores embora não venha aqui com costume, mesmo assim não é um problema ir olhando para o tablet.

Ao virar o corredor, me deparei com um encontro inesperado. Uma garota ruiva, provavelmente uma das residentes de Neurocirurgia, devido a roupa.

Era uma garota muito desastrada porque quando esbarrou em mim. Mesmo mantendo o equilíbrio, procurei evitar que o tablet escapasse de minhas mãos.

Ela não conseguiu se manter em pé, e consegui ouvir seus joelhos se chocarem no chão.

— Eu sinto muito! - A garota ergueu a cabeça, suas bochechas se coraram instantaneamente me deixando surpresa.

Ergui uma mão com o tablet e estendi a outra para que ela se apoiasse, não pude evitar observar sua pele incrivelmente clara.

— Você está bem? - perguntei um pouco preocupada.

Ela balançou a cabeça assentindo, e soltou uma risada nervosa.

— Me desculpa, eu estava apresada, sinto muito. - Ela sorriu.

A voz da garota era doce e ela ainda continuava me olhar, seus olhos era muito azuis, acho que os mais azuis que já vi.

— Bom..só tome mais cuidado. - Me afastei dela, mas não pude evitar que meus olhos a acompanhassem enquanto ela retomava seu caminho.

Depois do incidente, fui levar os exames para o laboratório e conferir a chagada das bolsas de sangue para a cirurgia que Elizabeth me programou.

E falando nela. Ela estava no quadro médico ao me olhar me cumprimentou com um lindo sorriso, ela parecia muito feliz hoje: Provavelmente transou.

— Vai ter que me contar o motivo desse sorriso, você e o Tom finalmente transaram depois de meses? - perguntei e sua feição respondeu minha pergunta.

— Ok...nada de transar com Tom, mas se não foi com ele, foi com quem? - fiquei curiosa.

— Porque você acha que eu preciso transar para estar feliz? - ela me perguntou com aquela carinha que só ela tem.

— Ficou com uma mulher então? - Abri um sorriso supondo.

— Não me interesso por mulheres, você sabe disso. - Ela respondeu pegando meu tablet.

— Que as deusas lésbicas te perdoem, porquê você não sabe o que fala. - coloquei a mão na sua cabeça para que ela recebesse a cura hétero.

— Deixa de bobeira. - Ela afastou minha mão.

— Você é que não sabe o que está perdendo...Liz transar com mulher é tipo uma droga maravilhosa que te vicia, e quanto mais tenta parar mais ela te vicia. - Minha mente foi até a garota no corredor por algum motivo.

— O nome disso é Abstinência. - Ela me entregou o tablet.

— Tanto faz, mas falando em maravilha tenho que te contar uma coisa, mas depois que você me contar sobre esse sorrisinho aí.

Ela pareceu decidir se contava ou não e então pareceu se decidir.

— Só estou feliz, não preciso de um motivo para ser feliz, preciso? - Ela deu de ombros fugindo da minha pergunta.

Depois dessa resposta não deixaria que ela saísse dali sem me dar detalhes, encarei ela e ergui uma sobrancelha esperando.

— Eu acho que não fui tão babaca com uma pessoa...só isso. - ela ajustou o cabelo. — Satisfeita? - Elizabeth foi direta e sua expressão indicava que estava aliviada.

Coloquei a mão no peito e fiz uma cara de surpresa e assisti seus olhos revirarem.

— O quê? Impossível! Deve ser por isso que começou a chover, sabia que era um milagre acontecendo! Elizabeth Olsen não foi tão arrogante com alguém? Amém! .

Ela riu e deu um tapa no meu braço, me fazendo rir junto com ela.

— Ok jane, conta o seu já que é mais interessante que o meu. - Elizabeth se deu por vencida.

Respondi com um ar de mistério, igual a ela.

— Já decidi quem vou convidar para sair neste final de semana. - Sorri para ela e sua reação eu esperava.

— Meu Deus, não vai me dizer que é mais uma enfermeira? Já foram quatro nesses últimos finais de semana. - Ela perguntou chocada.

— O que? Não. - Me ofendi com sua suposição embora eu esperasse. — Nunca mais. - Respondi, mas só conseguia pensar se a garota era uma enfermeira.

— Jane? - Ela me chamou.

— Ela não é uma enfermeira, bom..eu acho. - Respondi sabendo o que ela diria.

— Duvido. - Ela me julgava com aqueles olhos verdes.

— É uma surpresa tá legal, e você liz, só vai descobrir se começar a sair com sua melhor amiga. - Apontei para mim mesma.

— Nem uma pista? - Ela insistiu.

— Eu ainda não sei nenhuma pista, conheci ela hoj...

Elizabeth me interrompeu.

— Vai chamar uma mulher que você nem conhece para sair com você? Com a gente? - ela me olhou de cima a baixo. — Uau Você está se superando. - Ela completou chocada.

— É sério liz, eu senti uma química entre nos e ela ficou com as bochechas rosadas ao me olhar... Deve significar alguma coisa, não acha? - Elizabeth franziu a sobrancelha com minha pergunta.

— Claro, que ela te achou uma maluca. É o que significa. - Elizabeth começou a andar.

— Meu Deus, você precisa urgentemente transar, mas que mau humor! - falei e Elizabeth riu.

— Vai rindo, quando eu aparecer casada com aquela mulher não adianta vir pedindo para ser madrinha do nosso casamento. - Gritei no corredor quando parei de tentar acompanhar seu passo.

Elizabeth acenou e virou o corredor enquanto eu voltava para o quadro médico para fazer meu trabalho: Concertar corações.

Elizabeth Olsen e Lily BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora