Elizabeth Olsen e Lily Blake

Capítulo 3

Devo ter paralisado novamente, porque comecei a sentir meu pé doer por estar apertando os dedos no tênis.

Me virei lentamente, o que ela deve ter achado bem esquisito.

Ao olhar para ela, ela segurava o tablet e parecia olhar algo nele, então fiquei satisfeita por ela não ter visto essa cena.

E me arrepiei tanto que nem sabia que era possível arrepiar os cabelos da cabeça, e isso tudo porque ela falou meu nome.

— Senhorita Blake? - ela me chamou, ainda olhando para o tablet na sua mão.

Não conseguia saber o que ela iria dizer porque ela não tinha cara de nada.

Talvez devesse ser isso, ela esperou que todos saíssem para dizer que eu estou fora da sua equipe, isso é justo. Pelo menos está sendo simpática ao me humilhar sozinha.

— Senhorita Blake, sobre ontem à tarde. - Ela começou a explicar e ela não olhar para mim estava me deixando maluca, eu estava sem saber o que pensar.

Então, quando não me dão uma resposta, eu crio uma e foi o que fiz, me desesperei e achei que seria demitida ou realocada.

Não quero sair da equipe dela, embora ainda nem esteja oficialmente na sua equipe, mas se vou sair, quero poder dizer que me defendi antes de tomar um pé na bunda.

— Me Desculpe, eu nem sei o que dizer, Dra. Olsen. De forma alguma queria ter te ofendido, eu disse que você era minha neurocirurgiã favorita. - Estava me atrapalhando nas palavras, então respirei fundo e voltei a falar.

Provavelmente me atrapalhei mais porque agora ela me olhava e nunca me senti tão desconfortável em falar algo desde o colégio.

— Não é isso que estou tentando dizer, eu quero dizer á senhora que você é admirável e eu admiro você, por isso disse que era minha, não estou dizendo que é minha.

Ela não dizia nada, e isso só me fazia falar mais. Eu estava desesperada, e meus lábios deviam estar sangrando de tanto que estou mordendo.

— Você não é minha não, você é minha neurocirurgiã favorita, por isso disse aquilo. Eu pesso desculpas se ofendi você. - coloquei a mão dentro do bolso do jaleco porque sabia que estava já tremendo.

Ela abaixou o tablet e guardou no bolso do jaleco e me interrompeu antes que eu falasse mais. Já estava gaguejando e já havia me embolado mais do que imaginava.

Eu estava tão nervosa que sentia minha cara toda arder, desde as bochechas até o nariz e de fato meu rosto entregava o nervosismo num vermelho vivo, o que é bastante constrangedor.

Tudo estava ficando pior, porque ela fez aquela cara que Matt fazia quando me via ficar vermelha bem na cara dele.

O olhar dela começou a seguir minhas bochechas e desceu até a ponta do meu nariz e depois até os meus lábios.

Desviei os olhos para a janela da sala de reunião, e então ela falou.

— Blake, eu pedi para que ficasse aqui porque queria pedir desculpas. - ela começou a explicar.

— Você pode ter cometido um erro, mas valorizo sua honestidade. - ela me interrompeu, direta.

Eu não sabia se deveria responder às desculpas dela, na verdade não acredito que alguém está me pedindo desculpas.

— Bom, peço apenas que mantenha o profissionalismo daqui para frente. E Por gentileza, não se atrase novamente, isso é algo que não tolero. - Seu tom foi em uma frieza controlada, e então ela tirou o tablet do bolso e voltou a atenção nele.

Eu fiquei aliviada e ao mesmo tempo estranha. Eu não estava entendendo muito o que havia acontecido, e principalmente me questionava como seria nossa relação profissional dali para frente, principalmente por eu ter PoTS.

— E Blake, não me chame de senhora novamente, eu tenho 35 anos. - Ela me tirou dos meus pensamentos.

— Ah sim, me desculpe. - me afastei da sala com a testa franzida, parecia que algo não se encaixava.

Desci o corredor até a emergência e tinha uma caixa com meu nome.

Esqueci nossa conversa por um instante quando li "Equipamentos residente: Lily Delacur Blake".

Achei que desmaiaria quando vi meu Bip.

Andei com a caixa até o lado de fora, não estava preocupada com o peso, porque não iria embora sozinha hoje. Tinha marcado de sair com Matt, então ele poderia levar a caixa por mim.

Não teve nada de atendimento hoje, mas teria amanhã e eu já estava tão animada que tirei o Bip no lado de fora e testei no jaleco como ele ficaria.

Matt vai passar na porta do hospital às 18h, então aproveitei e comprei algo na máquina de alimentos que fica fora do hospital, peguei uma barrinha salgada e um refrigerante.

Não ia gastar dinheiro, porque vamos a uma lanchonete nova que Matt quer ir, não tem motivos para se preocupar com o tamanho da barrinha que era quase do tamanho de um palito de dentes.

Ri ao lembrar que Matt disse que se eu não comesse naquele lugar, ele iria sofrer uma morte muito triste, e que seria minha culpa.

Ao abrir a barrinha, a conversa com Elizabeth me veio à cabeça, estava satisfeita, por incrível que pareça, eu me sai bem.

E de brinde ainda recebi um pedido de desculpas, então lembrei das suas últimas palavras.

Peraí, ela acha que não sou profissional o suficiente, por isso disse aquilo? - mordi a língua ao pensar.