Elizabeth Olsen e Lily Blake

Capítulo 11

Depois de sair do quarto de descanso, eu estava tão perdida que não sabia qual botão apertar no elevador.

Era tão estranho ter certeza de que alguém não gosta de você e que nada que você tente fazer vai mudar isso.

Já sabia lidar com o fato de alguém não gostar de mim; sempre foi assim.

Era assim no colégio, foi assim na faculdade, então por que estava tão chateada com algo que eu devia estar acostumada?

Sequei os olhos quando a porta do elevador abriu e um grupo entrou; era Michelle com seus amigos, e ela parecia pensativa, pois não participava do assunto com os amigos.

Pareceu voltar à realidade quando me viu dentro do elevador.

Não queria que ela me visse chorando, ainda mais porque não queria ter que explicar para ela o porquê estava chorando.

Tudo que menos quero agora é explicar algo para Michelle.

— E aí, Lily, por que essa cara? - Um dos amigos foi o primeiro a perguntar enquanto os outros observavam.

Eu não sabia se respondia ou se ignorava porque sabia qual era a intenção da sua pergunta.

— Você está péssima, sua cara tá toda vermelha e parece que vai desmaiar. - A amiga de Michelle tentou me tocar enquanto falava.

Me afastei para que a garota não encostasse em mim. Estou irritada e não quero ser uma babaca, mas os amigos de Michelle não facilitam muito.

Abaixei minha cabeça e tentei ao máximo ser educada. Não somos amigos, e não preciso explicar por que estava chorando. Tentei evitar eles, mas Michelle não parecia afim de me deixar em paz.

— Pobre loirinha, ela te deu um fora, não foi? - Michelle tocou meu cabelo, mas o que ela disse que me chamou a atenção.

— Devia saber o que iria rolar, Lily. - Michelle fez bico com a boca.

O que ela quis dizer com um fora? Ela não pode estar se referindo a Elizabeth, pode?

Me afastei um pouco dela e voltei a olhar para a tela do elevador; faltavam mais 4 andares para a primeira parada.

Michelle arredou para perto de mim e inclinou para o lado para falar no meu ouvido.

— Conta para mim, ela partiu seu coraçãozinho? Se é que tem como ele ficar pior. - Ela voltou a tocar em mim.

Ignorei os olhares dos amigos dela e apertei o botão para acelerar o elevador, me afastei dela trocando de lado com o amigo de Michelle, ficando na frente para a porta do elevador.

Michelle apertou o botão vermelho, interrompendo que ele continuasse a se movimentar; eu e seus três amigos a encaramos.

— Qual é Michelle, eu preciso descer, tenho que entregar um relatório! - Um dos seus amigos tentou apertar o botão, indignado.

— Relaxa, só vou resolver um assunto, e você já vai completar seu relatório dos sonhos, seu idiota. - Michelle se aproximou de mim.

Voltei a olhar para a porta do elevador, ignorando ela. Senti uma mão puxar meu jaleco para que eu me virasse, e empurrei a mão para que não me tocasse.

Sua amiga tentou me segurar, mas também a empurrei; o amigo parecia gostar da garota, porque me prendeu na porta do elevador depois que empurrei ela.

— Você tem algo que precisa me contar, e não vai sair daqui até que conte. - Michelle disse próxima ao meu rosto.

Estou cansada, e não dou a mínima para o que Michelle quer saber. Ela sabe que pode perder o emprego junto com os amigos por estar me prendendo contra minha vontade no elevador.

— Se você não me soltar nos próximos dois segundos, eu vou gritar. - avisei o garoto que estava me apertando.

O elevador voltou a funcionar depois dos 10 minutos parados, então o amigo me arrastou para o outro lado, me deixando presa no fundo do elevador.

— Não sei que merda tem que resolver com ela Michelle, mas não envolve a gente nisso. - Ele puxou a garota para fora do elevador, que abriu.

Não consegui sair, porque Michelle puxou meu braço, e ficamos as duas no elevador.

— Então, loirinha, vai me contar ou não? - Michelle exigia uma resposta sobre algo que eu nem sabia do que se tratava.

— Não sei do que está falando, e mesmo que soubesse, não te devo informação. Qual é o seu problema comigo? - Perguntei, séria.

— Não dá uma de lerda, Lily. Você e Elizabeth na mesma cama? O que é isso, vai me dizer que estou vendo coisas. - Michelle apontou o dedo para mim.

Como é que ela sabe disso? Ela me viu? Não podia deixar que ela tivesse certeza sobre o que viu.

— Não sei do que tá falando. - me afastei dela, que insistia em conversar próxima a mim.

— Ela é a sua chefe, Lily, não é dormindo com ela que você vai conseguir uma cirurgia. - Michelle gritou, apertando o dedo no meu braço.

Estava sem paciência para ela, e se ela me tocar novamente vou perder meu réu primário.

— Vai se ferrar, Michelle. - me irritei e apertei o botão principal.

— Se continuar perto dela, vou destruir você. - Michelle me ameaçou.

Que merda é essa? Por que ela se incomoda tanto comigo e com Elizabeth? Que conversa esquisita é essa?

— Você gosta dela. - deduzi, e a reação dela entregou.

— Cala a boca, você que transa com as pessoas por cirurgia e você estava na cama dela, não eu. - Michelle tentou me empurrar.

Estava irritada com aquele assunto, com meu dia com Elizabeth, e com Michelle, então ela tentar me tocar novamente fez com que eu soltasse essa raiva.

Dei um tapa tão forte no rosto dela que assisti seu rosto virar e ela tombar para trás segurando na grade do elevador para não cair.

Coloquei a mão na boca surpresa assim que terminei de ver ela passar a língua nos lábios e eles estarem sangrando.

— Me desculpe, Michelle, não era minha intenção, você começou a falar...

Ela me impediu de ajudá-la e gritou comigo.

— Você vai se arrepender disso, loirinha, pode ter certeza. - a porta abriu no mesmo instante.

Eu deveria ter ficado quieta, mas já tinha passado o dia todo ouvindo besteiras, e ela não era uma pessoa que merecia meu silêncio.

— É mesmo, vou esperar até que você seja alguém, daí eu me importo. - mordi o lábio com raiva.

Michelle saiu e me arrependi das minhas palavras, não sou assim, por que estou agindo dessa maneira?

Me apoiei no fundo do elevador e comecei a chorar mais do que já tinha, não sei como reagir; acabei de bater no rosto de uma garota que deixava claro que me odiava.

Por algum motivo, apertei o andar da pediatria e chorei esperando que o elevador chegasse logo.

Quando ele abriu o corredor estava vazio, e comecei a andar de um lado para o outro.

— Foguinho? - Aquela voz me chamou a atenção, olhei para ele e comecei a chorar mais.

Ele largou o patins no chão e se aproximou de mim, não esperou que eu dissesse nada, apenas me abraçou e deixou que eu chorasse nele.

- - -