Capítulo 30

89 14 3
                                    

Jane

— Eu não ligo, não é como você está dizendo, ela só precisa de um tempo. - disse a Cassie.

— Ok eu não do a mínima, mas e a velhinha que vai me apresentar? - Cassie questionou.

Ao atravessar o corredor do laboratório pensei ter visto Elizabeth no elevador, os olhos vermelhos, como se estivesse chorando, mas minha atenção foi tirada por Cassie que gemeu como uma puta pela ligação.

— Gostou? Eu fico assim quando vejo uma mulher mais velha é tipo um tesão instantâneo. - Cassie dizia.

— Como somos amiga? - questionei

— Não sei, eu adotei você.. - ela riu pelo telefone.

Entrei na sala de reunião e meus pés travaram, meus olhos se arregalaram e por um instante senti o celular escorregar.

— Eu quero que no mínimo ela me coma. - a voz de Cassie eu mal podia ouvir.

— Cassie eu te ligo depois.. - desliguei a ligação observando Lily no sofá, meu corpo todo parecia dormente.

Minha voz saiu como num sussurro observando ela daquela forma.

— Lily.. o que você..? - aproximei minhas mãos tremendo sem saber se deveria trocá-la.

Ela não dizia uma palavra, seu rosto estava vermelho e ela parecia tão perdida, estava sem a blusa e o sutiã parecia solto, seus cabelos se misturavam as lágrimas no seu rosto.

Devagar a ergui, ela parecia paralisada... parecia nem mesmo me escutar, ao erguer ela seu sutiã deslizou pelo seu ombro e uma cicatriz horizontal no seu seio apareceu.

— Lily.. eu vou.. - não consegui terminar de falar, evitei olhar para ela e ajustei o seu sutiã abotoando nas suas costas.

Suas lágrimas escorriam e ao olhar para o sofá ela parecia estar ali a muito tempo, tinha uma poça em volta de onde ela estava deitada.

— Lily..

Minha garganta estava fechada, não consigo nem respirar.

— Você, você pode me levar para casa? - sua voz parecia tão fraca, tão triste.

Fiquei alguns segundos parada pensando no que poderia ter acontecido.

— claro, Lily, eu levo. - respondi tirando os fios de cabelo do seu rosto.

Ela levantou e pareceu ficar tonta, seu corpo balançou e então ela se manteve em pé, caminhando devagar até a porta precisei avisar ela sobre sua blusa.

Peguei a camiseta no sofá e a ajudei a passar pelo braço, ajustei em seu corpo, abri a porta e saímos juntas da sala de reunião.

No elevador ela se encolheu na parede de metal, seu corpo tremia enquanto ela lutava para não chorar, quando a porta abriu ela saiu apressada e a segui.

Ela correu até uma lixeira e vomitou, ajudei com o cabelo, as pessoas ao redor olhavam preocupados, mas balancei as mãos para informar que estava tudo bem.

— Lily tá tudo bem? - questionei preocupada.

Ela não respondeu, cuspiu e depois de alguns minutos saímos para o Estacionamento, ela segurava o cabelo com uma das mãos enquanto eu a observava.

— Esse é meu carro. - apontei para o carro estacionado a direita.

Ela me seguiu até ele e abri a porta a ajudando a entrar. 

Passei pelo outro lado e perguntei onde era seu endereço, ela demorou responder como se não conseguisse se lembrar.

— Lily, tem alguém na sua casa? - perguntei.

Ela se virou para me responder, as mãos no lábio, os olhos tão azuis, estão tão vermelhos e inchados.

— Alex ou Rolly..

— Rolly? - por algum motivo me lembro desse nome.

Ela se encolheu no banco e coloquei o endereço que ela passou no GPS. Ela passou metade do caminho chorando, ela disfarçava, mas eu conseguia ouvir.

Estacionei o carro na porta onde era o destino, uma casa com uma grande varanda e jardim. Desci do carro e abri a porta a ajudando a descer.

Batemos algumas vezes a campainha, mas ninguém nos recebeu, iria me oferecer para ligar para alguém, mas ela achou a chave no bolso do uniforme.

Ao abrir um cheiro de bolo preencheu o lugar, era agradável e parecia ter sido feito agora, ela entrou se apoiando na parede e me convidou para entrar.

A casa parecia aconchegante, observei algumas fotos, mas não quis me distrair, ajudei ela a subir as escadas e levar ela até o quarto.

Ao passarmos por um corredor, observei algumas fotos grudadas a parede, algumas dela e outras de algumas pessoas.

Ela girou a maçaneta e entrou no banheiro, fiquei sem saber se deveria esperar ou ir embora.

Observei algumas coisas ao redor por alguns minutos e ela saiu do banheiro, a boca molhada, os olhos ainda vermelhos, esperei ela no corredor e quando decidi ir embora ela me chamou.

— Jane, pode me ajudar? - sua voz foi abafada pela distância.

Entrei no quarto e observei o lugar uma cama de casal, algumas fotos, um armário, roupas no chão, ela parecia viver com outras pessoas por isso as fotos na parede.

Mas parei de reparar ao meu redor quando a vi sair de trás da porta do guarda-roupa, ela estava de calcinha e parecia ter dificuldade para tirar o sutiã.

Seu rosto estava vermelho ela ainda estava chorando, parecia irritada e puxava o sutiã tentando tirar do seu corpo, mas estava se machucando.

— Lily..

Ela puxou uma alça se sentando na cama, suas mãos nos olhos enquanto ela chorava.

Sua pele vermelha pelas unhas, me aproximei devagar apoiando as mãos na suas costas me questionando tudo que poderia deixá-la assim.

Toquei sua pele devagar desabotoando o sutiã, que escorregou, deslizando até seu colo, virei o rosto para a janela.

Suas mãos tocaram meu rosto devagar, ela o virou até si, me fazendo olhar para ela. Me senti culpada por ter olhado.

Ela se inclinou até mim, senti sua respiração na minha bochecha, seus lábios deixavam beijos por mim enquanto suas mãos seguravam meu rosto.

— Lily.. o que você está fazendo? - ela não respondeu e senti seus lábios se aproximando dos meus.

Ela estava tão próxima que pensei que fosse me beijar, mas então parou. Ficou alguns segundos parada como se estivesse pensando e então me abraçou.

Senti seus seios, seu corpo quente, sua respiração e então a ajudei a se deita cobrindo com o edredom.

O que houve com você Lily?

Elizabeth Olsen e Lily BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora