Elizabeth Olsen e Lily Blake

Capítulo 18

JANE

Meu nome estava no quadro em duas cirurgias, e provavelmente precisaria ficar de plantão quando reparei no horário.

Desci até a ala leste do hospital e fui em direção ao quarto da minha paciente que seria operada daqui a 5 dias.

Ainda não conheço a residente que vai estar em cooperação, mas se Elizabeth escolheu provavelmente tinha competência.

Enquanto revisava o caso em minha mente a garota ruiva voltou a aparecer em meus pensamentos, talvez tenha sido impulsiva ao em falar com Elizabeth sobre ela.

Não conheço a garota e ela não parece ter muita idade era um pedido arriscado, principalmente pela forma como nos conhecemos, se isso foi se conhecer.

Estava começando a pensar com calma, e realmente convidar uma garota que nem ao menos sei o nome para sair junto comigo e Elizabeth era algo arriscado, até para mim.

Apertei o andar e esperei que o elevador funcionar, essa lata velha precisa urgentemente de manutenção, preciso passar isso para liz.

ELIZABETH

Organizava a caixa com os novos aparelhos de Bip recém chegados, precisei trocar todos para garantir que não tivesse mais problemas como os de hoje.

Enquanto registrava os aparelhos a mulher que Jane comentou preencheu meus pensamentos, que logo mudaram quando recebi uma ligação do meu Ex-marido.

Pensei algumas vezes se deveria atender, mas não era certo ele sair ganhando, não estou dormindo em casa, quando a casa é minha! Não dele.

Então atendi.

— Você tem 5 minutos para dizer o que quer, antes que eu desligue. - Avisei assim que ouvi a voz de Tom.

— Amor, não desliga.. eu só quero que volte para casa, por favor!.  - Tom implorou parecia desesperado.

— Você agora tem 3 minutos e...4 segundos. - Avisei impiedosa.

— Não faz isso com a gente, amor. - Ele implorou como seu eu fosse a culpada.

— Não faz isso com a gente? - Repeti irritada seu tom de voz.

— Tom você escolheu isso, você escolheu me trair... Você. - andei pela sala de reunião. — Não eu - Respondi sentido um nó na garganta.

— Eu errei e estou te implorando que me perdoe Elizabeth, eu amo você - Tom choramingava.

— Você agora tem um minuto. - Respondi direta.

— Elizabeth eu sei que não quer me ouvir e me v...

Elizabeth interrompeu tom.

— Exatamente, não quero! - Respondi irritada.

— Elizabeth.. Só um encontro, por favor eu juro que posso explicar tudo. - sua voz parecia honesta.

Passei as mãos pelos cabelos e fiquei em silêncio por alguns minutos.

— Amor?. - tom chamou por mim.

E doía. Por que quando ele dizia isso Elizabeth sabia que não era a única.

Eu sei que não devia estar nessa ligação, mas eu preciso entender o porque.

— Eu saio às 23:30. Se você se atrasar não vai ter uma próxima vez. - desliguei antes que ele respondesse.

Joguei o celular no sofá da sala de reunião e sentei na cadeira, não acredito que aceitei me encontrar com ele.

JANE

Provavelmente decorei o prontuário da paciente e o procedimento, agora só faltava esperar que a sala 3 fosse liberada para a cirurgia no dia marcado.

Observando o elevador subir até a sala de reuniões onde tem uma máquina de café e lanches próximos ao laboratório 2.

Aquele lugar é uma benção já que a praça de alimentação ficava bem longe desse setor.

Mas também era próximo a emergência, parei o elevador fiquei alguns segundos com ele parado e decidi que deveria mudar meu caminho e apertei o botão da emergência.

Por algum motivo meu corpo estava animado com meus pensamentos. Pensei que seria um bom momento para talvez encontrar a garota novamente.

Se pelo menos soubesse o nome dela não precisaria me humilhar para Rochelle a enfermeira mais ranzinza do mundo só para encontrar uma mulher ruiva.

Assim que o elevador desceu avistei a mulher baixinha e mais brava do mundo.

— Rochelle meu amor. - tentei parecer simpática.

— Não vem me bajular, eu não gosto de você. - Rochelle era sincera até de mais.

Não tenho problemas com ela, nem transei com Rochelle. Só que não se davam bem e estava tudo bem, não era um ódio. Era uma briga saudável.

— Rochelle não faz isso, preciso de ajuda. - Implorei.

— Não. - ela saiu andando.

— O que..por quê? - me ofendi com a negação.

— Da última vez que me pediu ajuda você me fez dizer aquela enfermeira, que você virou freira, e ela te viu comendo a amiga dela na sala de descanso. - Rochelle me ignorou e começou a fugir de mim.

— Eu só não queria transar com ela, não tenho culpa. Ela é incrível, mas não precisava fazer aquilo com as pernas. - Tive uma memória desagradável.

— Meu Deus você é uma mulher muito estranha, tenho pena de você. - Rochelle fez cara de nojo.

— Rochelle, por favor! - corri até que estivesse na sua frente.

Ela tentou passar, mas abri os braços impedindo que ela continuasse a andar.

— O que você quer. - ela cruzou os braços. — Se for uma enfermeira eu estou fora.

— Ela não é uma enfermeira. - Respondi.

— Ótimo. - Ela descruzou os braços e eu completei.

— Eu acho que não. - E ela semicerrou os olhos.

— Como assim você acha que não? - Ela soou como liz.

— Eu explico depois. E aí..Vai me ajudar? - perguntei fazendo cara de cachorro pidão.

Ela me olhou com aqueles olhos e sabia que tinha vencido.

— Tá, me fala o nome dela. - Ela puxou uma caneta do macacão.

Fiquei uns segundos em silêncio e ela me encarou esperando..então quebrou o silêncio.

— Você não sabe o nome dela.. não é ? - Ela me julgou com o olhar.

Assenti que não e ela me julgou de novo.

— Pelo menos sabe como ela é? Ou perdeu essa informação também. - Ela tirou a tampa da caneta.

— Quanta crueldade.- coloquei a mão na boca e ela nem ligou depois de alguns segundos de drama respondi. — Eu sei.

— Ainda tô ouvindo. - Ela tirou a tampa da caneta e usou a palma da mão como um caderno.

— Ela é Ruiva e baixa, hmm... deve ter 1.60 mais ou menos, ela tem olhos azuis.. tipo muito azul.

teria completado se ela não fizesse cara de nojo de novo.

— Anotou? - perguntei.

— Acho que sim. - Ela repetiu e eu confirmei tudo.

— Rochelle eu vou casar com essa mulher, estou sentindo. - Abracei Rochelle.

— Tá legal, agora vai viver seu romance longe de mim, te ligo se achar a garota. - Ela saiu pelo corredor.

— Obrigada MINHA LINDONA!! - gritei até que não visse ela mais.