Capítulo 23

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Estou me sentindo em uma mistura de emoções. E tudo que mais quero agora é achar Liz para contar tudo.

Os corredores estavam cheios e alguns residentes passavam apressados. Deixei a garota no quarto, e seu rosto não saía da minha mente.

Eu sei que deveria ter esperado como uma adulta a resposta dela, mas estava nervosa demais. O elevador estava demorando para descer, então me apoiei na parede, esperando.

Uma garota loira apareceu e ficou me encarando como se eu não pudesse ver.

— Se estiver me olhando para pedir cirurgia, vou mandar você catar coquinho. - falei encarando a garota.

— Meu Deus, Lily tem sorte. - ela disse um pouco boquiaberta me olhando, e só consegui reparar no nome da garota que ela disse.

— Lily? - perguntei, afastando-me da parede.

— Você chamou ela pra sair, não é? - ela perguntou.

O que essa garota era dela? E como sabia de algo que acabou de acontecer.

— Lily não sabe guardar segredo se é o que você está se perguntando, ela morde o lábio quando tá nervosa. - ela respondeu meu pensamento.

— São amigas? - perguntei.

— É, às vezes. - ela respondeu, entrando no elevador que, por sinal, abriu.

— Às vezes? - perguntei, entrando em seguida.

— Às vezes, tem dias que eu quero matar ela, mas tem dias que eu suporto. - ela se apoiou no elevador.

— Você chamou ela pra sair? - ela me perguntou.

Escolhi o andar e pensei se deveria responder, embora ela soubesse a verdade.

— Ela aceitou? - perguntei.

— Ela vai. - ela me respondeu, e não percebi que o elevador já tinha parado no seu andar.

Ao chegar no laboratório, lá estava Elizabeth, parecia tão distraída que talvez fosse melhor não compartilhar sobre minha vida pessoal agora.

— Liz? - chamei por ela, que demorou um pouco para se virar. — Liz, você está bem? - perguntei preocupada.

— Sim... só um pouco pensativa. - ela respondeu distante. — E você? Vi como estava saltitante há algumas horas no corredor da emergência.

Ela me perguntou interessada, ainda estava meio abalada por algum motivo, mas tentou me ouvir, uma das coisas que adoro em Liz.

Ela tirou a toca de peixinhos e se sentou no sofá próximo ao quadro, colocou a mão ao lado e deu leves batidinhas, me chamando para sentar ao seu lado e eu me sentei.

— Liz, vou pegar um café para você. - ofereci, deixando de lado o que aconteceu entre mim e a garota.

— Nem pense em levantar desse sofá, Jane. - ela me puxou pelo braço. Me ajustei um pouco, ficando confortável, e ela voltou a perguntar.

— Encontrou ela? - ela ajustou o colar.

— Liz, você não está bem, tem certeza que quer ouvir sobre mim? Estou disposta a te ouvir também. - ofereci esperando sua reação.

— Se me deixar mais curiosa do que já estou, vou mudar seu plantão para a maternidade. - ela ameaçou.

— Já que você insiste. - ri empolgada. — Liz, eu encontrei ela, eu estou me sentindo em um filme, juro. - mostrei a ela meu braço arrepiado.

— Em um filme? - ela questionou um pouco duvidosa.

— Eu te juro, Liz, eu congelei quando ela falou meu nome. Eu senti...

Elizabeth Olsen e Lily BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora