Capítulo 12

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Três meses já tinham se passado desde o que aconteceu no elevador. O tempo ter passado tão rápido não foi tão ruim quando pensei que seria, na verdade foi um alívio.

Um tempo depois que chorei no colo de terry
Me senti envergonhada e só pensava no que iria dizer caso ele perguntasse, eu esperava que ele perguntasse alguma coisa, mas não fez, não perguntou nada.

Ele ainda em silêncio limpou meu rosto com a manga do jaleco e me convidou para um café.

Não nos falamos muito depois daquilo e acho que é por minha culpa, preciso assumir que estou realmente o evitando, mas não que haja um motivo para fazer isso.

Mergulhei de cabeça no trabalho nesses meses, focando em minha carreira e em minhas próprias vontades. Elizabeth e eu mantivemos nossa relação profissional estritamente profissional, e ela tinha razão era o melhor decisão para ambos.

Então nas últimas semanas que nos encontramos algumas vezes no corredor ou em reuniões, nossas únicas palavras foram "sim, não " ou "bom dia".

Vi Michelle algumas vezes em alguns corredores, mas já fez semanas que não vejo ela, dizem que foi transferida para outro setor, não consegui dizer a ela que sentia muito pelo que fiz.

Porque eu sinto muito, eu estava tão preocupada comigo mesma que não conseguia pensar em como ela se sentia.

Ainda mais depois que o vídeo da câmera de segurança do elevador foi transmitido na sala de reunião, eu não sai impune obviamente eu agredi ela, mas o estranho é que ela se negou a prestar uma queixa contra mim.

O vídeo ficou repassando de residente para médicos e eu juro que vi até mesmo um interno esconder o celular quando passei por ele semanas depois do tapa, o primeiro mês foi o pior em relação as fofocas e piadinhas.

Tinha tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que era difícil acompanhar, Michelle saiu do setor que Lily estava, e não falo com Terry a quase dois meses, não olho para Elizabeth como antes desde o que aconteceu na sala de descanso.

Devo ter chorado sem parar nos dois primeiros meses e em um desses surtos acabei descontando no meu cabelo. Gisa entortou tanto a cara quando me viu que pensei ter certeza que fiz merda.

Já meu pai me encarou por tanto tempo que achei que eu tinha virado um fantasma.

Eu nunca mudei o cabelo antes, precisei cortar na faculdade quando o chiclete que cloe colou não saiu, mas depois de me chamarem de "Edna modas loira" nunca mais cortei o cabelo.

E quando me viram com ele ruivo talvez eu realmente tenha exagerado, mas era isso ou 5 desmaios por dia, já que nenhum tratamento que tentei resolveu.

Recebi um e-mail um tempo atrás com as mudanças de escalas, e nunca poderia imaginar que esse e-mail seria a melhor coisa que poderia ter me acontecido em semanas.

No e-mail tinha uma lista de novos internos e residentes, no começo não gostei da ideia não me dou bem com novas pessoas e talvez precisar cooperar em cirurgias com pessoas que não tenho afinidade não me cairia bem.

Mas agora que 3 deles dormem na minha casa e uma desfruta da minha paz, me sinto bem. (estranhamente bem)

Me aproximei tanto deles que pensei que meu pai talvez estivesse obrigando eles para que fossem meus amigos. Alex e Oliver foram os primeiros a falar comigo, e logo depois vieram as meninas.

E depois de quase nos matarmos quando discutíamos em que ficaria com a melhor cirurgia, percebi que no meu pior momento encontrei as pessoas certas.

Oliver era o mais animado ali, e só Deus sabe como ele conseguia as 6:30 da manhã ser feliz, ele é bem baixo e para Alex isso era o motivo certo para o apelido certo (tamborete de puteiro) já que o pai de Oliver trabalha realmente no puteiro.

Ele pintou o cabelo de azul, para ajudar nas apresentações da boate disse que " isso me deixa mais chamativo" e realmente você consegue ver a cabeça dele de quilômetros de distância, é tipo um ponto de referencia.

Já Alex era um poste ambulante era bem alto, mas nada comparado ao humor ácido e o jeito mulherengo dele. Sim no primeiro dia de Alex ele precisava dar em cima de Lily com aquele mesmo papo mulherengo.

Me lembro de estar preparando os papéis de uma cirurgia que sai e analisando os exames de um novo paciente na recepção.

Até que um homem se aproximou de mim e bom não foi nada discreto.

" CA de pulmão de não pequenas células, com histórico de doença obstrutiva crônica..esse cara já morreu, não é? ".

" Uau, sensibilidade..gosto disso em estranhos, você é novo aqui? " perguntei para o homem que eu nem ao menos conhecia.

" Tô de visita, irritado com tanta chuva e, é só meu primeiro dia aqui" ele respondeu ajustando a jaqueta grande que usava.

" Você se acostuma" respondi me afastando do homem que me seguia.

" Da vontade de ficar na cama o dia todo" ele me respondeu com um olhar diferente.

" A gente nem se conhece e você já está falando em cama, não é nada sútil hein" sorri.

" Sutileza nunca foi meu ponto forte, mas e aí, sai com colegas de trabalho" ele tentou falar mais baixo.

Precisei segurar a risada e então respondi.

" Eu prefiro sair com os que não são" deixei a prancheta na bancada.

" Ainda bem que eu ainda não aceitei trabalhar aqui" ele flertou comigo.

" Você está está dando em cima de mim, em pleno hospital ?" estava honestamente surpresa com a audácia.

" Algum problema" ele ajustou meu cabelo que caiu um pouco pelo meu rosto.

Sorri e estendi a mão em comprimento e me apresentei " Lily" .

Alex teria me comprimento também caso Elizabeth não tivesse chamado ele imediatamente na sala dela, impedindo que ele me dissesse seu nome.

Mas acabamos nos aproximando um tempo depois.

Já com Alícia e Rolly foi mais complicado da minha parte, demorei para entender que eram realmente minhas amigas porque bom a cada 5 segundos era uma humilhação diferente.

Alícia é a mais alta dentre nós e a única que é casada também, já Rolly não tem diferença de altura comigo, nós duas nos parecemos muito embora também somos bem diferentes.

E acho que essas diferenças que nos aproximou, e preciso assumir é bem mais fácil aturar o hospital quando se tem amigos lá.

Elizabeth Olsen e Lily BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora