Capítulo 21

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JANE

Minhas mãos estão suando e meu coração acelerado, acho que errei o botão do elevador, porque ele demora tanto.

Devia ter insistido para que Rochelle dissesse o nome da garota, mas não posso cobrar tanto dela, afinal conseguiu informações que eu precisava, e definitivamente ela não ser uma enfermeira era a melhor delas.

Me sinto uma adolescente que pula a janela do quarto para encontrar o namorado, um pouco meio clichê.

O elevador abriu e suspirei aliviada ao bater de frente com Rochelle, ela parecia mais ansiosa que eu. E olha que não costumo vê-la sorrir por mais de 5 segundos! 

— Não ia me encontrar na praça de alimentação? - perguntei sorrindo ao ver ela ansiosa por mim.

— O nome dela é Lily, exatamente 4 letras. - Ela respondeu direta e sorrindo.

Acho que se arrepiar com um nome é estranho, mas é o que me aconteceu, me arrepiei inteira.

Enquanto descíamos até o refeitório contei Rochelle o que aconteceu durante a cirurgia, em que quase perdi uma paciente por um descuido.

Ela ficou bem surpresa, e eu também. Os aparelhos nesse hospital estão com mal funcionamento, um pouco incomum já que liz trocou eles a menos de um ano.

Tirei uma bala do bolso, eu teria oferecido Rochelle se não tivesse assistido minha bala voar pelo chão fora do pacote. Isso devido a uma pessoa bem mal educada, que não pôde pedir licença.

— Ei!! - Rochelle gritou irritada, acho que ela queria mesmo a bala.

— Deixa pra lá, eu tenho outra. - assisti a garota se afastar correndo meio curvada.

Rochelle me deu um tapa tão forte que eu senti meu braço coagular o sangue.

— Eu tenho outra bala sua monstra, não precisa me bater. - alisei meu braço que ardia.

— Meu Deus Jane, aquela é a garota. - ela apontou para o corredor que engolia a garota de tão distante.

— O que?? A garota???- segurei o braço dela não sentia minhas pernas.

— VAI JANE!!! - ela riu empolgada.

Era mesmo clichê, estou correndo pelo corredor do hospital, atrás da garota que pela segunda vez esbarrou em mim, curioso né?.

Meu sangue pulsava no meu pescoço, não posso ter perdido ela, ela estava aqui, eu vi ela entrar nesse corredor onde el...

Avistei a garota. Ela estava sentada bem no canto do corredor, no chão.

Estava abraçada as pernas, ao seu lado uma chuva de papéis espalhados e bagunçados, e um pequeno pote de... de sal??

Não era comum perseguir residentes ou assisti-las desmaiar bem diante dos seus olhos, mas o que é comum para Jane? Isso sim devia ser a pergunta.

Antes que o corpo da garota escorregasse pelos braços de Jane, ela com passos leves se aproximou devagar e se sentou do lado da garota.

Que meio que nem mesmo a olhou.

Jane pensou talvez que ela não á viu correr atrás dela pelo corredor, pensou em perguntar alguma coisa antes de ser direta com uma pergunta do tipo: "Está livre sexta a noite?"

Mas segundos antes que conseguisse a garota foi inclinando devagar até que estivesse deitada nos braços de Jane, ela havia desmaiado, forma incomum de se apresentar.

Ao puxar a manga do macacão da garota para conferir o batimento, ela tinha um relógio em forma de cabeça com um desenho da hello kitty, que não parava de piscar.

Ao conferir os batimentos precisou gritar por Rochelle que veio correndo atrás, ao se aproximar pediu que a ajudasse a levá-la até as maçãs da emergência.

A garota estava tendo uma taquicardia leve.

— Jane, você acha que ela..

— Não sei, vou pedir alguns exames, me avise se conseguir falar com Elizabeth, obrigada pela ajuda Rochelle.

— Me avisa, vou pedir para uma residente descer para te ajudar, não esquece de me ligar! - ela se despediu.

A gorota devia estar a quase 5 minutos desmaiada, incomum para um desmaio repentino.

Ao ajustar o macacão azul da garota que sobiu, senti um aperto leve na mão. Percebi que ela voltava a consciência.

Puxei o estetoscópio do pescoço e ajustei no peito da garota que abria os olhos com dificuldade.

Talvez por estar fraca ela não tenha percebido que ainda continuava a segurar a minha mão.

Tentei acalma lá, ela devia estar bem confusa.

— Oi..você ficou inconsciente por 5 minutos, como se sente? - Perguntei a garota que me encarava com os olhos azuis, mais azuis que já vi.

Ela pareceu me analisar um pouco antes de enfim responder.

— Acho que estou bem.. - Ela me respondeu, limpando os olhos com a palma da mão.

Parecia tão cansada.

— Desculpa, mas você me trouxe até aqui? - Ela perguntou se sentando, seus olhos ainda fixos em mim.

— Bom... você desmaiou em meu colo então... é trouxe. - respondi.

— Eu sinto muito. - ela parecia muito cansada.

— Está tudo bem, você só me assustou, desde quando se sente assim? Você não parece muito surpresa pelos 5 minutos inconsciente.

— Acho que desde que me entendo por Lily, você viu os papéis que estavam comigo? - Ela me respondeu, parecia apressada ao tirar os pés da maca.

— Não tão rápido Lily, precisa esperar o resultado dos exames! - ordenei a ela que continuasse ali, e ela não pareceu muito satisfeita.

— síndrome vaso vagal, tenho pots. Desculpa, mas você viu meus papéis? - Ela parecia tão cansada por responder, parecia ter virado uma rotina.

— Eu sinto muito, desde de quando tem os sintomas? - perguntei.

— Desde de criança, mas não se preocupa eu faço acompanhamento e tenho a carteirinha de competência, então não sou incapaz de estar aqui. - Ela respondeu defensiva, como se fosse julgá-la pela doença.

Elizabeth Olsen e Lily BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora