32 - A última garra

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Subi até o meu quarto e o convidei a entrar. Seria mais fácil controlar as emoções dentro do meu santuário. Talvez ali eu conseguisse deixar as coisas claras e assumir o controle da situação. 

Vi que ele inspecionava meu espaço e isso me constrangeu um pouco. Não lidava muito bem com críticas, mas me pareceu que ele estava gostando do que via. Na verdade, meu quarto era onde eu enfiava tudo o que era importante para mim. As paredes eram forradas de pôsteres das minhas fotografias favoritas, havia souvenires espalhados sobre as superfícies disponíveis, algumas quinquilharias desordenadas sobre um balcão sob a janela e muitos travesseiros e almofadas espalhadas. 

Me sentei na cama e ele se sentou ao meu lado. Minha barriga deu um nó pela expectativa assustadora do que ele me pedira há pouco. Segurei sua mão e me perguntei como diria a ele que não poderia lhe dar o que ele queria.

– Você é o primeiro cara que eu trago aqui.

Era verdade. Nunca abri minha casa, meu quarto, minha vida para nenhum outro. Ele já tinha avançado e requisitado tudo de mim, e agora queria ainda mais. Não era justo, embora vendo-o ali, completamente nu como a mais bela obra de Michelangelo, não havia melhor lugar para tê-lo. Ele estava nos meus domínios, e isso era foda demais!

– Achei que você era mais rodado... – ele brincou. Percebi que pareceu meio acanhado.

– Não posso dizer que não sou. Mas nunca encontrei alguém que valesse à pena abrir meu espaço tão completamente, até você.

– Você percebe o quanto isso é bizarro, certo? Sei que passamos da etapa de esconder coisas um do outro, mas você não acha que me conhece a muito pouco tempo para acreditar que isso é uma coisa boa? A gente se conheceu num site pornô, cara! Eu arranquei uma grana de você só para você ver o meu pau, e você não desconfia que eu possa ser um oportunista qualquer tentando tirar vantagem? Seus pais não fizeram um bom trabalho com você.

Não aguentei e irrompi numa gargalhada. Ele me acompanhou e eu adorei o momento. Serviu para me ajudar a relaxar um pouco. De fato, ele não fazia ideia de quão ruim foi o trabalho dos meus pais em relação a mim. 

– Sou adulto, Diego. Já passei por muita coisa, acredite. E eu acho que você está perdendo muito tempo tentando desmerecer sua presença aqui. Você devia ficar feliz e honrado por ser o primeiro.

Ele fez uma expressão surpresa, então começou a escalar meu corpo e a me deitar no colchão.

– Acho que você quer roubar todas as minhas primeiras vezes, Samuel. Não é justo. Vou te dar mais uma, mas não sem antes roubar uma primeira vez de você. 

Ele colocou um dedo entre minhas nádegas, o que fez meu pau acordar de novo. Eu fiquei um pouco surpreso com isso, mas estava ainda mais surpreso com o que ele acabara de falar. 

Como assim, mais uma primeira vez?

– Como assim, mais uma? Não vai me dizer que você nunca...

Ele me beijou. Minha cabeça explodiu quando entendi que esse cara que queria comer a minha bunda nunca tinha comido uma bunda antes. Eu queria perguntar a ele como isso era possível, mas ele começou a se esfregar em mim e aí meu cérebro pifou.

De repente, éramos pele com pele, pau com pau e muitos gemidos. Estava gostoso pra caralho, eu não queria parar e estava prestes a me acabar de novo, quando ele murmurou contra o meu pescoço.

– Não adianta tentar me distrair, Samuel. Onde está o lubrificante.

Eu quase tive uma síncope. Estava tão bom e do nada ele voltou nesse assunto. Eu não queria contar minha história para ele. Não nesse momento. Eu sabia que uma hora teria que explicar a ele, contar o que houve no meu passado que fodeu com tudo o que veio depois, mas eu o queria demais agora! Era a primeira vez que ele estava na minha casa, na minha cama, e eu não queria estragar tudo. 

Do lado de cá (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora