Prólogo

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Atenção: menção a estupro. O objetivo não exaltar a prática. Condenamos qualquer ideia de sentir prazer sem consentimento e toda e qualquer violência de caráter sexual ou não deve ser prontamente rejeitada e denunciada.

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– Solta ele, por favor!

Eu sentia o suor escorrer por minhas costas. Estava exausto das tentativas de me livrar dos braços gigantescos dos rapazes que me prendiam contra a porta do banheiro. À minha frente, Daniel, meu irmão gêmeo, me olhava com olhos vazios. De sua boca vazava um fio de saliva que ele havia desistido de engolir depois de tantas tentativas de se fazer ouvir além das paredes do banheiro masculino da escola pública de Paulínia. A escola era uma merda e ninguém ligava se alguém pedisse ajuda por ali, ao menos não quando esse grupo específico de marmanjos estava envolvido na ocorrência.

– Cala a boca! Você vai ficar aí e vai olhar como o seu irmão "viadinho" gosta de tomar no rabo!

– Não! Ele não faz isso! Ele não é... gay! Sou eu quem sou! Por favor! Solta ele!

– Ah, então você quer tomar no rabo no lugar dele? Pensa que eu sou idiota?

O rapaz que falava empurrou rudemente o colega que estava encaixado atrás do garoto subjugado para em seguida tomar o seu lugar. Eu não pude descrever o desespero que senti ao ouvir o gemido do meu irmão, preso também por dois rapazes enquanto mais dois se revezavam em violá-lo na minha frente. Lágrimas corriam de seus olhos, mas pela expressão que sustentava, ele tinha desistido de lutar. Ele desistiu, e nós tínhamos apenas 15 anos de idade.

– Vocês deviam usar uma tatuagem ou pintar o cabelo. A gente nunca sabe quem é quem, e também não interessa! Os dois gostam de dar a bunda, então hoje esse daqui foi o escolhido.

Do lado de cá (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora