16 - Adeus?

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Eu capotei.

Depois de gozar, senti minha energia se esvair. Todo o cansaço dos últimos dias recaiu sobre mim depois de finalmente aliviar aquela tensão, e acho que apaguei em cima do Diego. Não deve ter sido por muito tempo porque quando acordei, ele estava na mesma posição. Olhava o espelho do teto, introspectivo, e me perguntei no que ele estaria pensando. Não o deixei perceber que eu havia acordado e aproveitei alguns minutos para contemplá-lo.

Ele era fodidamente bonito. Era de impressionar e enquanto me perdia contornando seu perfil com os olhos, meu pau acordou, e quando isso aconteceu, ele o sentiu contra sua coxa. Foi quando notei que eu estava entranhado nele na cama, minha perna por cima da sua, meu braço envolvendo seu peito, e o pior, ainda estava com a camisinha. Talvez por isso meu corpo tenha acordado antes do meu cérebro, porque o corpo sempre sabe o que quer, independente da cabeça.

Eu jamais teria dormido depois da transa, muito menos abraçado ao meu parceiro. Jamais. Mas não consegui me afastar de pronto. Ele curvou o pescoço e olhou para mim, então eu afundei. Os olhos verdes me capturaram e conseguiram brilhar mesmo na penumbra do quarto. Quando vi, estava escalando seu corpo e beijando sua boca ao mesmo tempo em que arrancava a camisinha usada.

Foi louco, foi viceral, foi intenso. Era como se eu nunca mais pudesse me saciar. Eu desci com a língua pelo seu pescoço, lambi seu antebraço e suas axilas, passeei pelo peitoral e me detive nos mamilos. Demorei um tempo por ali, a boca em um, os dedos pressionando o outro. Massageei e chupei até arrancar gemidos roucos. Desci pelo abdômen e chupei sua barriga e trilhei até abocanhar os dedos do seu pé, lambendo e mordendo. Nesse momento ele protestou e assumiu o controle, me virou, prendeu meus braços no alto da minha cabeça e ficou por cima.

Ninguém nunca ficava por cima de mim. Não assim. Ninguém nunca me rendia ou me subjugava.

Mas ele me segurou e desceu com a boca matadora sobre meu pescoço, bem naquele maldito ponto frágil e então, eu não pude me mover. Ele fez o mesmo comigo, passeou com a língua, com aos lábios, com as mãos por todo o meu tronco e terminou com meu pau na boca. Segurei seus cabelos e abri as pernas quando ele alcançou minhas bolas. Apertei e puxei as madeixas enquanto ele subia e descia pelo meu pau até me levar à borda do êxtase, então eu girei o corpo e o coloquei por baixo de mim outra vez.

Ataquei sua boca enquanto nossos paus se tocavam. Me esfreguei nele num frot memorável e senti quando ele cruzou as pernas ao redor do meu corpo. Suas unhas curtas romperam a pele dos meus ombros e percebi seu gozo contra minha barriga, quente e escorregadio. Então me ergui e me masturbei em seu rosto até lavar sua face com a minha porra. Ele lambeu, me puxou para mais um beijo e melecou minha barba com meu próprio sêmen. Por fim, fomos para o banho.

Eu também não tomava banho com ninguém, mas com ele eu tomei. Ficamos longos minutos trocando carícias enérgicas sob a ducha morna e meu corpo se recuperou em tempo recorde. Quando vi, ele estava me vestindo com um preservativo e em instantes, eu estava pressionando-o contra os azulejos, entrando e saindo do corpo másculo em estocadas frenéticas. Ele espalmava os ladrilhos e gemia enquanto eu o penetrava por trás. Meus dedos marcavam suas nádegas enquanto eu me acabava nele. Vi quando ele pintou os azulejos de branco e logo depois eu me exauri nele.

Depois, exaustos fomos dormir, e pela primeira vez em dias eu tive longas horas de sono. Acordei pouco antes do amanhecer com sua boca no meu pau. Ele insinuou a mão pelo vão da minha bunda, então eu o detive e esclareci que não o queria ali. Ele pareceu decepcionado, mas eu o compensei com o melhor boquete que ele deve ter tido depois do primeiro que fiz nele, e quando gozou na minha boca, o peguei de lado e o fodi de um jeito que ele não ia se esquecer tão logo.

Nunca um motel foi tão bem pago.

Dormimos de novo e quando acordei, ele já estava acordado e me olhava com uma interrogação nos olhos. Me dei conta de que ainda não tinha o que dizer a ele. Me enfurnei no banheiro e vi meu reflexo no espelho. Meu pescoço ardia com as marcas que sua barba por fazer deixou em mim, minhas costas queimavam com as linhas marcadas pelas suas unhas, e eu amei cada lesão. Eu amei cada edema e cada sensação.

Quando saí, ele já estava trocado e me esperava. Ele não disse nada, eu tampouco falei. Não sabia o que viria a seguir e não queria nem pensar no adeus.

Quando parei o carro perto de sua residência, ele ameaçou descer sem me dizer nada. Eu queria saber como tinha sido para ele, queria saber se ele estava feliz, se eu consegui realizar o que ele esperava... se eu consegui ser o que ele esperava, mas ele não me disse nada. Sem me conter, o puxei pra mim e dei mais um beijo. Se tudo tivesse que terminar, que ele levasse consigo meu gosto nos lábios. Eu quase implorei para subir com ele, para ficar com ele, mas me contive.

Ele finalmente disse que precisava ir e eu o deixei. Deixei que ele descesse do carro e não esperei que ele se afastasse antes de ligar o SUV e partir. Eu não queria ser abandonado de novo. Se alguém tivesse que partir, que fosse eu. Isso me deixava numa posição melhor. Isso me dava poder.

Isso na verdade não passava de uma puta de uma balela.

Do lado de cá (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora