Que História É Essa?! (Haikyuu!!)

#6.

- Na verdade, eu 'tô conhecendo o pessoal hoje... 'Tô meio nervoso.

- Nem tem por que ficar! – Yamaguchi insistiu, dando um tapinha nas costas (desnecessário dizer, musculosas) de Hinata. – É impossível eles não gostarem de você. Todo mundo gosta de você.

Tsukishima, que acompanhava os dois e (infelizmente) tinha se responsabilizado por dirigir, pigarreou alto e Yamaguchi o dirigiu um olhar torto, seguido do "não liga pro Tsukki" que vinha saindo de sua boca mais vezes do que gostaria.

E assim, apesar de todo o nervosismo, Hinata entrou no bar escolhido para o meet-up (o mais surpreendente na situação toda foi que o gerente do time, de todos os lugares, escolheu um bar para apresentar os novos jogadores da temporada) e foi atingido por uma onda de calor que só podia ser descrita como evidência de que todos estavam aproveitando a noite, fosse na pista de dança, fosse... De qualquer outro jeito imaginável. Honestamente, ele não queria saber.

Tsukishima cutucou Yamaguchi para alguma coisa e eles se despediram de Hinata, um com muito mais doçura do que o outro – e Hinata, mesmo sabendo que a gerência tinha reservado uma mesa, preferiu não se meter no meio de estranhos e sair perguntando. Ele passou pelas beiras da multidão dançando ao som de alguma música alta dos anos 90, já intransitável, e sentou-se perto do bar com muita hesitação. Rejeitou o cardápio que o barman ofereceu com toda a delicadeza, apesar das mãos tremendo, e só teve sua atenção tirada dos dias passados quando alguém cutucou seu ombro e ofereceu um sorriso de puro açúcar.

- Suga-san!

- Hinata! Não vou fingir que 'tô surpreso em ver você aqui – Sugawara brincou, batendo na beirada de seu copo. Campari, Hinata reconheceu quase que pelo cheiro. – Eu 'tô acompanhando os times da temporada nova há um tempão, torcendo pra achar seu nome. Parabéns pelo contrato.

- Obrigado! Não foi fácil, mas eu tive todo o apoio... É, eu 'tô pra conhecer os meus colegas hoje, na verdade. Só que pode ser qualquer um e eu não 'tô nem um pouco afim de sair perguntando.

- Hmm... Cadê o Hinata inimigo da timidez que eu conheci? – Sugawara brincou, mas só tirou um riso de Hinata. – Deixa eu te pagar uma bebida! Eu não ouvi de você desde que você voltou do Brasil.

- Eu não vou beber, mas valeu – Hinata insistiu, e rezou que Sugawara não visse suas mãos tremendo de novo. Ele forjou um sorriso tranquilo e fugiu do assunto: – 'Tá tudo uma bagunça desde que eu voltei do Brasil, com a faculdade e agora o contrato... Como andam as coisas com o Daichi? Ele ainda não...?

O sorriso de Sugawara sumiu. Ele baixou o copo e suspirou, e Hinata se arrependeu de ter perguntando. Ora, Sugawara sabia de toda a situação dele com Kageyama – ele foi o primeiro a quem Hinata chorou depois da formatura – e jamais teria a indelicadeza de perguntar!

- Eu não vi ele de novo. Mas acho que ele continua com a Yui.

- Eu... Sinto muito.

- Não sinta. Eu superei – Hinata via a mentira no tom de Sugawara como se ouvisse-a saindo da própria voz. – Eu... Realmente superei o Daichi, pode ficar tranquilo. Você não vai mesmo procurar os seus colegas?

- Talvez depois. E— E a escola? Como andam as coisas na escola?

- Ah, vão muito bem! As crianças são ótimas, talvez eu tente uma vaga no primário no próximo ano... Tem essa garotinha, o nome dela é Hanami, ela tem 5 anos mas fala tão bem, parece uma adulta em miniatura! Você tem que ver, é uma gracinha...

Hinata ouviu Sugawara falar por tempo o suficiente para ele terminar seu Campari e outros dois martinis, visivelmente rosa enquanto fofocavam sem fim sobre os antigos colegas de clube. Eles trocaram informações valiosas – Hinata tornou-se o confidente virtual das viagens internacionais de Nishinoya, Sugawara falou por quase uma hora sobre os últimos desfiles com os modelos que Azumane desenhou, e Hinata apreciou imensamente que ele teve a delicadeza de não tocar no nome de Kageyama em momento algum.